O melhor amigo do meu irmão

Capítulo 2 - Sentimento de culpa

Capítulo 2

— Sabito! — assim que o garoto entrou na casa, escutou sua mãe gritar seu nome.

— Era só o que faltava, vai sobrar pra mim. — murmurou.

Na cozinha, encontrou Shinobu com os olhos inchados de tanto chorar. Engoliu em seco.

— Você soube do que aconteceu na escola? — ele assentiu. — Por que não foi defender a sua irmã?

— Não ia adiantar nada, todos já tinham lido aquele caderno ridículo.

— Sabito! Ela é sua irmã!

— Adotiva! — levou um puxão de orelha. — Ai, ai, ai!

— Tudo bem se o Giyuu não gosta de mim, mas a escola toda não precisava saber disso... — disse de cabeça baixa.

— Você vai ter que defender ela na escola. — disse a mãe.

— Eu não vou voltar para aquela escola.

— Filha, mas...

— Não vou!

— Ai, meu Deus...

— Cheguei. — viraram para a porta, onde Rengoku entrou. Ele estava de viagem à trabalho, por isso estava morrendo de vontade matar a saudade dos seus filhos e da esposa.

— Papai! — Shinobu correu até o pai, pulando nos seus braços. Ele se assustou ao sentir a camiseta se molhar com as lágrimas dela.

— O que aconteceu? — A doce Hina suspirou. Contou tudo ao marido, que ficou sem saber o que fazer, então apenas deu abraço apertado na filha.

— Eu posso subir?

— Você vai ficar aqui até resolvermos isso, Sabito. - Ele estalou a língua. — O que acha que podemos fazer, amor? Ela não quer voltar para aquela escola.

— Deviam mandar ela morar com a Kanae. — olharam para Sabito. — Que foi?

— Não é uma má ideia. A Kanae sempre quis que a Shinobu fosse estudar naquela escola. — disse Hina.

— Eu concordo. O que você acha, Shinobu?

A garota pensou um pouco e olhou para cada membro da família. Kanae era sua irmã mais velha que fazia ensino médio numa escola de prestígio, mas também tinha uma filial para fundamental. A ideia seria matricular Shinobu nela. A ideia de morar com a irmã não parecia ruim, era até boa.

— Eu quero.

Depois dessa decisão, Shinobu subiu para fazer as malas enquanto sua mãe ligava para Kanae para dar a grande notícia.

Pegou sua mala de rodinhas e começou a encher ela de roupas e livros.

Morar longe dos pais seria estranho. Mas seria muito pesado para ela estudar naquela escola depois do que aconteceu. Como iria encarar Giyuu? Seria impossível.

Viu seu irmão no batente da porta.

— Você não devia fugir dos problemas assim.

— Você não pode falar isso. Você é lindo. Diferente de mim.

— Nossas genéticas são diferentes, idiota.

— Some daqui. Você já fez demais. — disse séria.

— Você... vai mesmo embora?

— Acho que essa mala já responde. — fechou o zíper. Suspirou. — Você nunca gostou de mim mesmo. Então por que esse blá blá blá?

— Eu...

— Sabito, para de atormentar a Shinobu. — disse a mãe ao entrar com caixas. — Pode por suas coisas aqui.

Mais tarde, as malas e caixas já estavam no carro. Rengoku iria levar a filha para a outra cidade. Depois de um abraço bem forte na mãe e um "tchau" para Sabito, Shinobu foi embora.

No dia seguinte de aula, Sabito se sentiu estranho de não ir junto da irmã para a escola. Quando chegou na escola, se deparou com Giyuu procurando algo ao redor dele.

— Se está procurando minha irmã, sinto lhe informar: ela foi embora. — Tomioka arregalou os olhos.

— Como assim? Pra onde ela foi?

— Embora, Giyuu. Por culpa de todo mundo. E agora eu quero esmurrar o Sanemi. E vou fazer isso.

— Quê?!

Tomioka correu atrás de Sabito que quando chegou perto de Sanemi, o encarou com raiva.

— Que foi, jardim de infância?

— Nunca mais mexa com a minha irmã. — acertou um soco na cara do albino.