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isso, aconteceu alguma coisa ?- pergunto curiosa e ao mesmo tempo com medo

quando ele ia começar a falar meu padrasto entra na padaria com um sorriso perverso 

olha só, veio resgatar a putinha pra trabalhar no seu clube hg?- marcio

abaixo a cabeça segurando todo o meu ódio pq eu sei que se eu fizer algo posso ser demitida

fala direito da mina pq ela não te fez nada- ele cruza os braços- e mete o pé dessa porra agora pra eu não te furar todinho- hg

fiquei parada com os olhos arregalados e surpresa, é a primeira vez que alguém me defende desse nojento, ele foi seguindo o marcio com os olhos e ainda ficou na porta pra ver se ele tava indo embora mesmo, soltei o ar que eu nem sabia que estava prendendo.

obrigada e desculpa por isso- falo envergonhada 

seu padrasto é um merda do caralho, já tentou até te vender pra suprir os vícios dele- meu coração para assim que escuto o que ele falou e meus olhos se enchem de água- fica assim não mocinha, pk jamais aceitaria isso, mais tarde apareço no teu portão pra nós trocar uma ideia, vou deixar você trabalhar em paz, pelo menos um pouco- hg

não consigo nem dar tchau de tão chocada e impactada que eu estava depois do que ele me falou, sento um pouco em frente ao ventilador e fico aqui pensando em como ele teve coragem de fazer isso comigo, eu sei que ele não gosta de mim, mas fazer isso já não extremamente radical? tento esquecer esse assunto por hora e foco no meu trabalho.

estava terminando de passar a vassoura na loja para poder fechar e escuto uma porrada de tiro, me jogo no chão pq vai que a bala perdida me acha, zero condições gente, vou me arrastando até o balcão e por fim fico sentada, passa uns minutos e vejo que acabou a sessão de faroeste caboclo, pego minhas coisas, fecho a padaria e pico a mula pra casa.

cheguei em casa toda esbaforida com medo do tiroteio voltar e eu estar no meio da rua, assim que botei meus pés dentro de casa já vejo a rayane aos prantos sentada no canto da sala, jogo a mochila em cima do sofá e me abaixo na frente dela.

rayane, o que aconteceu?- pergunto séria

ele foi pra bater nela e eu me meti, não ia deixar ele fazer isso com ela de novo e ficar parada igual uma inútil- ele responde de cabeça baixa 

tentei levantar o rosto dela mas a mesma não deixo, segurei o rosto dela com mais força e vi a marca dos cinco dedos dele no rosto dela, sem contar o sangue no nariz.

sobe, toma um banho e deita no quarto- falo e me levanto, ela puxa a minha mão e eu olho de volta

to com medo dele voltar e fazer alguma coisa pior com a gente- ray 

faz o que eu te falei, vai ficar tudo bem- eu 

subo as escadas e só ouço o silêncio absurdo no segundo andar, abro a porta do quarto dele e vejo minha mãe deitada em posição fetal totalmente nua e machucada, abro a porta de uma vez só e não consigo segurar as lágrimas, chego perto da minha mãe e ela ta desmaiada de tanto que apanhou, balanço ela com cuidado pra ver se ela acorda, mas nada dela reagir.

rayane- grito

escuto ela subindo as escadas correndo, assim que entra no quarto fica paralisada olhando nossa mãe naquele estado.

fica aqui com ela que eu vou chamar ajuda, tranca por e só abre quando escutar a minha voz- eu 

saio do quarto só depois de escutar o barulho do trinco, ninguém merece passar por isso na vida, mas infelizmente não podemos escolher pelos os outro, estava descendo correndo pra esquina quando sem querer esbarro em alguém e caio de cara no chão, levanto xingando e tentando me limpando pra poder continuar o caminho até a casa da ana

rebeca- chama 

olho rápido e reconheço o menino que foi la na padaria, por hora dou graças a deus.

me desculpa ter te atropelado, preciso muito de ajuda pra poder levar minha mãe pro postinho- falo rápido e embolado, ele faz cara de confuso mas depois fica sério 

já sei onde é sua casa, vai aonde vc ia que eu vou mandar um carro  pra la- hg

afirmo com a cabeça e em seguida ele pega o radinho e fala algumas coisas que eu não entendi pq eu já estava quase na casa da ana, bati no portão, gritei e nada dela me atender, agora que eu lembrei que hoje ela iria tomar conta da filha da patroa da mãe dela. Voltei correndo pra casa e assim que chegue mais perto pude ver o carro parado e o hg encostado nele

entrei em casa gritando pela a rayane e mandando ela abrir a porta, ele veio atrás de mim e viu como a minha mãe estava mas não falou nada, apenas me ajudou a descer com ela e a colocar no carro...



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