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fico encarando minhas roupas, dedilhando entre os vestidos de manga longa ou os conjuntos de moletom para tentar esconder o meu corpo, torcendo para que nenhum homem me olhe, e me deseje da forma insana e bizarra que ele faz.

 Penso  se realmente vale a pena sair de dentro de casa para ficar aturando o Patrick no meio de todo mundo, ele é tão insuportável que chega a ser imprevisível. 

assusto com ele me abraçando por trás e repousando as mãos na minha barriga enquanto faz um carinho sútil, estreito os olhos estranhando o comportando, mas nada falo.

sinto sua falta- sussurrou em meu ouvido

estremeço com a sua aparição repentina, odeio quando esse monstro chega sorrateiro desse jeito, até parece que calcula todo o meu desespero ao ouvir sua voz. Ajeito minha postura enquanto me recupero do breve susto...

você sente falta da tonta que você sempre manipulou, não dá pessoa quebrada que eu sou agora- respondo seca

ouço suspirar no meu pescoço e ficar quieto, estou tão ríspida nesses últimos tempos que eu apenas concordo com as loucuras dele e finjo ser quem eu não sou. Não tenho mais contato com ninguém, vivo isolada e vivendo minha vida de merda. E o pior disso tudo é saber que só faço isso porque zelo por quem eu amo e quero manter todos bem, mesmo que isso signifique cortar contato.

Patrick me vira para ele e segura o meu queixo com as pontas dos dedos, me fazendo olhar em seu rosto, ele estudava cada expressão minha, como se conseguisse compreender todos os meus sentimentos e dores, como se ele sentisse as minhas inseguraças, os meus medos e principalmente o meu terror.

Em uma fração de segundos me deixar levar pelo o olhar que um dia eu tanto gostei e queria em mim, com certeza se arrependimento matasse eu já estaria morta e enterrada. Consigo sentir o abraço da morte sempre que estou próxima a ele, sempre que ele me encosta ou me olha, nada machuca mais do que a dor psicológica que ele me trás sem ao menos nem saber.

eu sei que você nunca vai me perdoar, eu sei que o que eu fiz com você não será algo fácil de se esquecer, mas você não me deu outra alternativa meu amor, eu sinto muito- disse ele enquanto fazia carinho no meu rosto.

um carinho nojento e coberto de mentira, será que um dia ele realmente fez algo sem alguma pretensão sobre mim? acho que essa pergunta vai morrer entalada junto com o meu ódio e o meu nojo.

então você está dizendo que a culpa disso tudo é minha?- pergunto incrédula

uma pequena parte, eu reconheço os danos que causei em você, mas acredito que você já esperava por isso- ele passou o dedo nos meus lábios  dando um sorriso contido em seguida 

respirei fundo enquanto deixava todas as minhas emoções de lado pelo menos uma vez...

você realmente me ama?- questionei, inerte aos meus verdadeiros sentimentos e pensamentos.

muito- rebate sem exitar 

então como conseguiu me estuprar e me drogar sem se sentir culpado pelo o que fez?- olho em seus olhos estudando cada reação, por mais milimétrica que fosse, enquanto os meus olhos enchiam de água rapidamente- por que me diz palavras cruéis sempre que pode? por que me machuca fisicamente e emocionalmente?- despejo irritada demonstrando o tanto que ele já me quebrou 

porque você é minha e eu faço o que eu quiser e da forma que eu quiser- ele cessa o carinho e segura o meu rosto com força, fazendo os meus dentes rangerem- eu já estou a meses sem te encostar, pago tudo o que você precisa para superar isso, qual é a porra do problema? caralho- Patrick questiona me jogando no chão com um empurrão só- eu não quero ouvir desculpa, questionamento ou reclamação, quero você fazendo o seu papel de mulher, sem ficar enchendo a porra do meu saco, quero você mansa e pronta para quando eu vim te procurar, simples- finaliza

era mais fácil você ter dito isso no começo de tudo, não fingir que me amava pra depois me destruir- minha voz vacila

ainda sinto como se fosse a primeira vez, na verdade todas as vezes refletem a dor e decepção da minha realidade, todas as vezes eu sinto como se o meu coração fosse dilacerado em milhares de pedaços que jamais serão colados novamente.

eu continuo amando você Rebeca, meu amor, você é única pra mim, mesmo errando, eu sou todo seu, não há nada nesse mundo que me faça deixar você ir embora da minha vida, você nasceu para ser minha, toda minha- Patrick

ele agacha na minha frente, parecendo estar em uma confusão interna,  arrependido de ter me empurrado e talvez por tudo que fez comigo. Não consigo responder nada após a sua confissão,  ele deixa um beijo fraco no topo da minha cabeça antes de sair do quarto sem olhar para trás.

seco a única lágrima teimosa que caiu e me ponho de pé, pronta para vencer mais uma das manipulações desse abutre. Eu já havia decidido que nada disso iria me abalar, que eu iria vencer essa batalha na raça, o Patrick arrancou tudo o que havia de bom em mim, tudo o que eu mais amava e idealizava, a única coisa restou foi o ódio e a sede por vingança, e uma muito bem executada.

No entanto, mesmo com os pensamentos determinantes, existiam os que me confrontavam, que me perguntavam o óbvio, levando em consideração uma cabeça tão fodida quanto a minha: e se eu realmente for culpada? e se a única causadora disso tudo for somente eu?

e com esses mesmos questionamentos deito na cama e adormeço, querendo nunca mais acordar, porque o acordar significaria encarar a fria e cruel realidade que eu mesma me coloquei.

(...)

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Oi meus dengos!

postando um capítulo antes da meta de 100 visualizações bater por que sei que tenho leitoras arduas e que estão ansiosas pelo decorrer da história. 

Peço por favor para que me ajudem na questão da divulação, comentário e estrelhinhas, porque isso que me faz entender que estão gostando da história.

mil beijinhos 💋

DESTINADAOnde histórias criam vida. Descubra agora