DESTINADA

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tava passando um filme na minha mente em relação a tudo, eu ainda não sabia o que de fato eu iria fazer, mas sabia que precisava tomar minha decisão o mais rápido possível, até pq envolvia muita coisa além de mim mesma. Será que uma hora dessa o pk já deu minha falta ou já matou a Ana? to doida pra saber, mas assim que eu chegar em casa descubro tudo.

sai do bendito quarto, sala, sla... e já dei de cara com o querido me esperando dentro de um carrão de milhões, dei a volta e entrei no banco do carona, ele deu partida e assim fomos em direção ao maguinhos, meu talvez futuro morro, o caminho todo o embuste não deu um pio, foi até bom assim, melhor que a gente evita estresse.

não demorou muito tempo e chegamos na entrada da favela que é a coisa mais linda, tudo pichado e escrito "bem-vindo", pelo menos bom gosto essa coisa estranha tem, esse filhote de satanás. ele guiou com o carro pro alto do morro, fiquei tonta só de pensar em subir isso a pé, ele parou com o carro na frente de uma casinha bem simples e eu acho que é a boca.

vem- l7

sai do carro e fui seguindo ele, de longe já se escutava as vozes de homem, e antes da gente entrar o l7 virou na toda e veio na minha direção pegando no meu rosto com força.

aqui dentro sou eu que mando, sem fazer gracinha pra eu não te estourar- l7

me solta antes que eu jogue uma pedra na tua cabeça, sabe falar se encostar nos outros não caralho?- perguntei bolada e ele deu um risinho presunçoso, lixudo

entramos na sala e um silêncio se formou, ele cumprimentou os outros e eu tbm, ele passou direto indo pros fundos e eu fui quietinha atrás desse feio, entramos em uma sala até que arrumadinha e ele se jogou na cadeira de chefe que tem, uma vibe bem escritório, só que do tráfico...

se liga ai doidona, aqui é a minha sala, tudo que acontece aqui no morro passa por mim, até se alguém de diferente tiver que entrar, eu preciso autorizar, naquele armário ali- aponto pra uma armário de ferro que tem várias gavetas- é aonde fica os papéis do morro, tudo que o que a gente compra, da onde sai o dinheiro e como o dinheiro entra, quase ningguém entra aqui nessa sala, só gente de confiança, até pq é um local arriscado demais pra qualquer um entrar- l7

arriscado pq?- pergunto 

aqui dentro ta tudo do morro, então se qualquer um tiver acesso, nós vai tudo de arrasta pra cima- l7

você não acha meio burro ter tudo relacionado ao morro dentro de uma sala só?- eu 

se mete não, abusada- l7

eita como é burro- falei baixinho 

eu ouvi- l7

dei de ombros e fiquei obersando o escritório do tráfico enquanto ele mexia em algumas coisas

eu quero conhecer o morro, não ficar trancada dentro de uma sala com você- eu 

eu também tenho que trabalhar garota- l7

problema é teu ué, eu sei que eu quero ver o morro e você vai me levar- falei me levantando e cruzando os braços na altura do peito

igual criança birrenta, toma no cu- l7

abri a porta e sai andando na frente, ele veio atrás de mim reclamando e escutei ele sussurar um "piranha abusada", eu podia até me embolar com ele agora, mas não vou gastar meu tempo e nem minha força com esse atribulado.

 1 hora depois...

sentamos na pracinha aqui do morro e eu só to vendo nego me olhar e cochicar, o que é extremamente chato, o ridículo tem uma relação legal com os moradores, ajuda todo mundo do jeito que da e de certa forma eles tem um carinho e respeito por ele, ele só não sabe como tratar uma mulher, nem tudo da pra ganhar né.

preciso ir embora, daqui a pouco começa uma guerra ai de bobeira- eu 

se adianta la, vou mandar o menor te deixar em casa- l7

confirmei com a cabeça e fiquei queita esperando o menino chegar pra poder me levar, o que eu acho mais engraçado é que em nenhum momento eu lembrei de casa, só conseguia pensar no que deus tava preparando pra mim, pq se for isso aqui vai ser um bagulho muito doido!! Não me despedi do nojento, só entrei no carro e fiquei olhando a rua pela janela só pensando no que eu iria fazer quando chegasse em casa...