Estranhos

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Seis anos se passaram. Eu e o Beck continuamos juntos, brigamos de vez enquando mas sempre conseguimos superar as coisas.
A Laura é a pessoa mais importante do mundo pra mim. Eu nunca imaginei que iria amar tanto ela assim. O amor materno me surpreendeu.
Meus pais se casaram novamente. Eles continuam brigando, como sempre. A Laura ama ficar na casa deles, ela fica mais lá do que aqui.
A Chloe está entrando na adolescência e se tornando difícil de lidar, mas ainda sim, ela nunca vai ser a filha que vai dar trabalho do jeito que eu dei.
Meu irmão mais novo, o Steven, é o "filhinho do papai". Meu pai sempre foi machista, e o Steven é claramente o filho que ele sempre quis. Eu aposto como meu pai vai querer passar a empresa pra ele e não para a Chloe. O menino é um mimado, fica me irritando.
Ainda sou amiga da Cat, Sam, Tori, do André e do Alex. Nós saímos às vezes, mas é difícil ter tempo agora com a vida de adulto.
A mãe do Beck continua na cadeia. Eu nunca mais ouvi falar do Conan, mas mesmo assim minha ansiedade não me deixa em paz.
No geral, minha vida está bem. Mas sempre tem uma parte que não está. Nas últimas semanas, o Beck tem agido diferente comigo. Ele conseguiu um novo trabalho em um filme, o que nos deixou muito feliz, mas depois que ele começou a trabalhar no filme ele ficou estranho. Sempre que ele chega do trabalho á noite, ele diz estar cansado. E eu entendo, realmente deve ser muito cansativo. Mas quando ele diz que está cansado, parece que ele diz que está cansado de mim. Nas últimas semanas ele não anda nem me tocado na cama, o que é totalmente fora do normal pra gente. Eu tenho pensado muito sobre isso, o tempo todo. Talvez depois de todos esses anos ele tenha se cansado de mim. Eu levanto nas manhãs, me olho no espelho e me pergunto se ainda sou bonita, se sou o suficiente. Fico me perguntando se o problema sou eu.

— Jade!! – levei um susto com o Beck parado na minha frente – Você está bem? Eu te chamei várias vezes, mas você tava olhando pro nada pensando.

— Eu tô bem – menti e dei um sorriso falso.

— Quando a Laura vai vir pra casa? – perguntou se sentando do meu lado no sofá.

— Eu não sei – dei de ombros – Ela mora mais lá do que aqui.

— E isso não te incomoda? Porque eu queria chegar do trabalho todos os dias e ver minha filha em casa.

— É claro que me incomoda. Mas o que você quer que eu faça? Ela prefere lá do que aqui – respirei fundo. Aquilo fazia eu me sentir uma péssima mãe.

— A filha é nossa. Ela tem que entender que essa daqui é a casa dela.

— Tá, tá! Eu vou ver o que eu faço – cruzei os braços e continuei assistindo a televisão.

— Você está bem mesmo? – olhei nos olhos dele.

— Como se você realmente se importasse – ele franziu o cenho.

— Do que você tá falando? É claro que eu me importo. Você já enviou mais currículos hoje?

— Já! Será que dá pra parar de me encher o saco com isso? Você fica falando toda hora como se a gente tivesse passando algum tipo de necessidade – falei irritada.

— Não é isso. O trabalho é importante pra ocupar a mente, faz bem, já te falei isso. Você tá chata hoje hein – ele falou se levantando e indo subir as escadas.

Talvez eu estivesse melhor se meu namorado estivesse sendo mais participativo das coisas. Subi as escadas atrás do Beck pra avisar ele do jantar de aniversário de 75 anos da empresa da família que vai ter.

— Beck?

— Aqui – ele falou do banheiro do quarto. A porta estava aberta, quando eu entrei ele estava tirando as roupas para tomar banho.

— Hoje minha mãe me ligou pra avisar do jantar que vai ter em comemoração ao aniversário de 75 anos da empresa. Vai ser amanhã à noite.

— Está bem. Roupa formal? – eu assenti. Fiquei admirando o corpo dele de longe com o olhar triste – Jade? – olhei em seus olhos – Mais alguma coisa, amor?

As the world caves in (Bade) | 2° temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora