Do branco ao vermelho

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  *Flashback on*

— Jade! É só um teste, nada demais. Você vai fazer esse teste sim, eu também tenho o direito de ter a certeza se você está ou não grávida.

— Confia em mim, caralho! Você é insuportável!

— Eu sou insuportável? Você que é uma teimosa, chata!

— Tá querendo terminar comigo? – perguntei irritada, mas com um aperto no peito com medo da resposta.

— O que? – ele disse incrédulo – Não! Eu não disse que...– o telefone tocou interrompendo nossa discussão.

O Beck caminhou até o telefone.

— Sim, aqui é o pai dela... Como assim?... Mas como isso aconteceu?... Como assim não sabem?... Está bem, está bem. Estamos indo aí – ele desligou o telefone, parecia irritado.

— O que aconteceu?

— Era da escola. A Laura não para de chorar, mas eles não sabem o motivo. Querem que a gente vá até lá.

— Será que o Conan está envolvido nisso? – falei preocupada.

— Eu não sei, vamos, lá ela nos conta – ele pegou a chave do carro e nós saímos de casa.

Fomos até a escola. Meu coração estava acelerado, minha ansiedade a mil. Seja o que foi que fez minha filha chorar, irá se arrepender.

*Flashback off*

Entramos na escola e fomos até a sala da diretora. A Laura estava chorando sentada na cadeira, com as mãos juntas. Ela parecia nervosa com alguma coisa. Seus olhos já estavam vermelhos.

A diretora nos pediu para entrar.

— Bom, como eu havia falado por telefone, a Laura não para de chorar. Ela não diz o porquê, já perguntamos para os outros alunos mas ninguém sabe informar o que aconteceu – explicou a diretora.

Me ajoelhei do lado da Laura e acariciei o cabelo dela.

— Vocês já viram nas câmeras? – Beck perguntou.

— Já sim, mas não deu para ver o que foi. Ela entrou no banheiro com algumas colegas e depois de alguns minutos saiu chorando.

— O que aconteceu lá meu amor? – perguntei em um sussurro, mas não obtive resposta.

— Eu vou deixar vocês a sós, quem sabe assim não conseguem descobrir. Licença – ela disse se retirando da sala e fechando a porta.

Beck se ajoelhou do outro lado dela e pegou em sua mão.

— O que aconteceu no banheiro, querida? – ela o olhou, entre soluços e o abraçou fortemente – Shh. Calma, está tudo bem. O papai e a mamãe estão aqui agora, não precisa mais chorar – ela começou a desmoronar em lágrimas nos braços dele, aquilo estava me preocupando demais.

— Filha, o que aconteceu? – perguntei, mas novamente não obtive resposta. Ela se afastou do abraço do Beck e olhou para mim enquanto passava as mãos no rosto, enxugando as lágrimas.

— O que é isso no seu rosto?

— Não foi nada, não se preocupe.

— Eu quero ir pra casa – ela disse em um sussurro tão triste que fez meu coração se partir.

— Nós vamos, não se preocupe – fiquei em pé e peguei a mão dela. Beck e eu tivemos uma troca de olhares, ele também estava muito preocupado.

Saímos da sala da diretora e falamos que estávamos levando a Laura embora.

As the world caves in (Bade) | 2° temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora