Cap. IV - O Pesadelo de uma Vida Pública

516 73 12
                                    

Megan parecia sincera ao me dizer que nada tinha a ver com toda aquela confusão e me convidou para um jantar de desculpa. Não havia comido ainda e o que menos precisava agora era estar em guerra com minha companheira de cena.

Avisei-a que precisava tomar um banho e trocar de roupa. Faria isso com a maior rapidez e logo estaríamos a caminho de um bom restaurante, quem sabe assim e com uma boa companhia eu esquecia aquele fatídico dia.

Deixei-a em minha sala de estar e subi para minha suíte. Fui ao closet escolhi uma calça jeans, uma camisa, mocassim e cueca Box, todos preto. Coloquei em cima da minha cama e entrei no banho.

Estranho que ao sair do banheiro eu tive a nítida impressão de ver alguém saindo, mas Megan não subiria ao meu quarto, era uma mulher de princípios, pelo menos era o que eu achava e não havia mais ninguém em casa.

Terminei de me arrumar e desci.

Encontrei-a olhando minha coleção de troféus, eles eram meu orgulho. Coloquei-me ao seu lado e perguntei:

– “Gosta? Conquistei cada um com muito esforço”. – disse com orgulho.

Recordo-me dos esforços que fiz para receber cada um deles.

– “Eles são lindos e agora entendo o porquê você dispensar os dublês. Você está acostumado a praticar todas aquelas cenas do filme. Deve ser muito empolgante”. – respondeu-me admirando cada peça.

– “Gareth, esses vinhos são mesmo dessas safras tão antigas”? – perguntou-me com um sorriso malicioso nos lábios, com interesse acrescentou – “Meu avô sempre fala que quanto mais velho o vinho melhor o seu sabor”.

Ela falou me medindo de cima a baixo, e até o presente momento não tinha reparado a quão linda ela era.

Pedi desculpas pela grosseria e lhe ofereci uma taça, afirmando que seu avô era um bom entendedor de vinhos.

Entreguei-lhe a taça e virei-me para pegar a minha, quando a escuto se lastimando e percebo ela havia derramado vinho em sua blusa.

Eu não sabia como ajudá-la, pois morava sozinho e sendo assim não tinha nenhuma roupa feminina para lhe oferecer, porém perguntei-lhe se queria uma blusa minha e ela disse que não precisava, pois sempre tinham no carro blusas reservas.

– “Gareth, você poderia pegar a blusa preta, por favor?” – pediu-me toda envergonhada.

E assim fui ao carro buscá-la, mostrei-a e ela afirma que era aquela mesma e volto para dentro de casa. A olhei ficando com muito tesão, pois a louca já havia tirado a blusa e estava somente com um sutiã rendado preto.

Fechando a porta, indico o toalete que havia na parte debaixo na casa para que ela possa usar, sem desgrudar meus olhos de seus seios.

Respiro fundo e me acalmo, pois nesse momento estava gravando, não posso me dar ao luxo de tê-la somente algumas noites até acabar o filme.

Ela se trocou e nos dirigimos para o ‘Providence’. Eu queria um lugar onde pudesse estar calmo e tranquilo, lá eu conhecia o maitrê, meu amigo Andrew, que com certeza já haveria reservado uma mesa em um lugar afastado onde eu poderia apenas ser a pessoa que sou sem minha profissão como fantasma.

Chegando ao Providence, fui bem recebido por Andrew com o mesmo carinho e simpatia de sempre. Sentamos em minha mesa preferida e logo nos foi trazido o meu vinho predileto com as entradas que Andrew já sabia serem de minha preferência. – esperava que Megan provasse e gostasse do cardápio da noite.

Ela estava realmente linda e meiga, o jantar foi maravilhoso, pudemos conversar muito. Tocou algumas vezes, e era algo que nunca aconteceu e eu não entendi o porquê de tal atitude.

Nova Perspectiva - Duologia Recomeços - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora