Nova Perspectiva - Duologia Recomeços - Livro 1

Cap. VI - Chegada em LAX e o Encontro com Gareth Russell

Cheguei um tanto cansada em meu destino, estava zonza com o fuso horário, neste horário estaria dormindo agora, mas no meu destino ainda era tarde.

Peguei um táxi e me dirigi ao hotel onde Jennifer havia feito minha reserva no Hollywood Hotel.

O motorista do táxi sorriu e disse-me o valor da corrida a qual paguei e peguei o recibo, explicando envergonhada que deveria apresentar na empresa onde trabalhava, para que todas as despesas me fossem ressarcidas.

Mesmo com muito sono não pude deixar de reparar a beleza de onde me encontrava hospedada, quase nem acreditei, pois em toda minha vida nunca havia chegado nem perto de tamanho luxo.

Boquiaberta pensei: - 'Será realmente meu novo emprego ou um sonho que acordarei a qualquer momento?'

No hall do hotel um conciérge se aproximou e cumprimentou-me pegando minha bagagem e encaminhando-me até a recepção. Fui atendida educadamente por uma linda recepcionista, onde recebi meu cartão de entrada do quarto e levada pelo mensageiro as minhas acomodações.

Eu estava encantada com tudo, o elevador era tão luxuoso que me senti uma rainha. Fui conduzida pelo mensageiro ao meu quarto, chegando à porta ele me solicitou o cartão e a abriu. Colocou a minha bagagem e me desejou uma excelente estadia. Dei-lhe uma gorjeta e ele retirou-se.

Enfim eu estava sozinha, não podia acreditar na beleza daquele quarto, a cama estava disposta perto da janela com uma maravilhosa cortina, havia cômoda e guarda roupa para colocar as roupas, uma mesa onde eu poderia trabalhar confortavelmente com seu notebook e um sofá para poder assistir televisão, frigobar lotado com diversas iguarias.

Sem contar no banheiro luxuoso com um espelho enorme e produtos que ali estavam para eu usufruísse na minha produção. Onde quer que eu fosse me sentiria poderosa.

Nem acreditava que em menos de uma semana minha vida tinha se transformado de uma maneira tão maravilhosa e nem que há seis dias eu me encontrava em estado depressivo acreditando que tudo iria desabar no próximo segundo em minha cabeça.

'Como Deus é maravilhoso e cuida de mim com tanto carinho e proteção' - pensei - somente Dele era minha confiança agora nesta vida, pois nunca mais acreditaria em nenhum homem ou mulher.

Extasiada com tudo, meu banho pareceu naquele momento ser o mais refrescante de toda minha vida, nunca tinha me enxugado numa toalha tão felpuda. Realmente eu estava 'me' sentindo...

Precisava descansar para o dia seguinte, mas estava tão eufórica que não conseguia, resolvi então ligar para minha mãe e contar todas as novidades, as boas e as ruins.

Minha mãe limitou-se a dizer que não era para eu preocupar-me porque tinha certeza de que mais novidades boas chegariam, pois Deus nunca deixou um cabelo sequer cair de nossa cabeça sem um propósito.

Fiquei pensativa após nos despedirmos.

Como não conseguia deitar, resolvi descer e dar um passeio pelo hotel. Descobri então que a piscina ficaria aberta até às vinte horas e não tinha trazido nenhum biquíni.

Saí do hotel e fui caminhar pela rua cheia de lojas e continuei meu passeio, tomando o cuidado de prestar bem atenção por onde andava para não me perder.

Qual foi meu espanto mais tarde, já era noite! Eu estava tão empolgada que nem percebi as luzes que brilhavam por toda a cidade, e meu estômago lembrou-se logo que já não comia há muito tempo.

'E agora? Não sei onde estou, será que me perdi?' - pensei.

Observei ao redor e vi que estava de frente para um restaurante chamado Providence.

Olhando por fora parecia ser muito chique e as fotos com frutos do mar davam a entender que esse era seu cardápio principal.

Eu adorava frutos do mar, então resolvi entrar. Fui logo atendida por um maitrê muito educado, que me perguntou se seria somente eu ou se aguardava outra pessoa. Falei que seria somente eu e ele conduziu-me a uma mesa em um lugar reservado e tranquilo. Perto havia uma cascata que era de tirar o fôlego de tão linda

Fiz o pedido de um bom vinho e algumas entradas.

Estava maravilhada com tudo que estava vivendo e logo que o garçom trouxe meu pedido fui me deliciando no vinho e nos petiscos.

'Como não percebi que estava morrendo de fome? Era capaz de comer toda a entrada' - dei risada sozinha com meu comportamento infantil diante de um parque de diversões.

É felicidade - pensei - eu não poderia estar melhor diante de tamanha beleza e nesta majestosa cidade.

Tudo estava perfeitamente tranquilo até eu resolver olhar para meu lado, adivinha quem eu vejo? Bem na outra mesa meu adorável protegido: Gareth Russell.

Quase me engasguei, fiquei trêmula, não pensei que meu encontro seria assim tão inesperado. Eu tinha traçado toda uma trajetória e ele simplesmente aparece assim do nada.

'Se acalme Annabelle, componha-se! Não posso colocar tudo a perder, ele nem sabe de minha existência e missão' - suspiro, controlando minha respiração para me acalmar.

Depois de alguns minutos termino tranquilamente meu jantar, pago a conta, levo a nota e tento sair o mais discreta possível para que nada atrapalhe minha estratégia.

Saindo do restaurante lembro de que estou perdida, pois fiquei tão absorta na grandiosidade da cidade que me esqueci de tomar conta do caminho de volta.

Pensei - 'Voltarei e perguntarei ao maitrê como posso retornar ao Hollywood Hotel.' - pronto, estará resolvida essa questão.

Virando para entrar de novo, esbarro com quem eu menos desejo naquele exato momento: Gareth Russell.

- "Desculpa senhor" - falo ficando vermelha instantaneamente.

- "Não foi nada. Posso lhe ajudar?" - Pergunta ele com um sorriso de tirar o fôlego.

- "Não precisa obrigada" - respondi totalmente sem graça.

Entrei para perguntar a quem eu tinha pensado antes daquela tragédia, mas também esbarro contra ele em minha fugida momentânea do Gareth e mal posso acreditar que isso estava acontecendo comigo.

Fiquei tão nervosa que disparo a pergunta ao maitrê, cujo nome era Andrew, que me informa como deveria seguir até o hotel. Agradecida vou embora.

Mas como diz o ditado que azar pouco é bobagem... Ao virar percebo que Gareth ouviu tudo, ainda está de pé na frente do restaurante rindo de toda aquela situação.

Ele avisa a Andrew que não se preocupasse, pois iria me levar até o hotel.

Era tudo que eu não precisava, ter chamado a atenção dele naquele exato momento, todavia para não piorar a situação achei melhor aceitar a carona, afinal não estávamos tão distantes assim do hotel pelas informações dadas.

Ao entrar no carro eu fico em silêncio, percebia seus olhares em mim, porém achei melhor ficar quieta. Cerca de dez minutos chegamos ao hotel, me despeço agradecendo a gentileza e saio praticamente correndo em direção à recepção.

Deitada em minha cama eu fiquei relembrando tudo o que aconteceu naquele dia.

'Qual seria a providência Divina ao entrar no Providence e literalmente ter caído nos braços de Gareth Russell?' - pensando adormeci.

Será que esse acidente irá interferir nas estratégias planejadas?

Conseguirá Anabelle partir para o plano B, caso falhe?

Qual foi a situação que você já passou que no momento achou ser um completo desastre?

Tudo tem um por que e um para que. Pense nisso!

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Paula Mesquita