Cap. VIII - O Inesperado

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Quando acordei estava num lugar que não fazia ideia de onde era, e não havia ninguém por perto. A única coisa de que me lembro eram daqueles braços fortes me envolvendo e seu cheiro delicioso me embriagando.

Olho ao redor e parece um quarto de hospital, minha cabeça ainda está rodando, e a sinto pesada.

'O que teria acontecido?'

'Não se recordo de como fui parar ali'.

Então me lembro de que estava na casa de Gareth tentando convencê-lo a me deixar ajudá-lo nesta rede de intrigas que ele foi envolvido... - pensei mais um pouco - e ao que me parece tinha desmaiado.

'Qual seria o motivo?' - penso já entrando em pânico novamente, pois não podia estar grávida de Oliver, não agora que ele me trocou pela Tracy e ela está grávida dele. Sei que minha menstruação está atrasada faz uma semana.

- "Por favor, Senhor! Eu não posso estar grávida!" - sussurro já com lágrimas escorrendo, implorando pela ajuda divina.

Tento virar minha cabeça para procurar a campainha e chamar uma enfermeira, mas nesse momento sinto uma forte dor de cabeça e resolvo não me mexer. Quem sabe passaria...

Aperto minhas mãos contra as têmporas massageando-as para ver se conseguia melhorar, mas não consigo, dói demais.

Ouço a porta se abrir e sinto alguém por perto, ele segura minhas mãos, em seguida chama a enfermeira. - era uma voz de homem. Quem?

Não estava reconhecendo aquela voz...

Mas era linda por sinal, - inspirei - mas aquele cheiro eu sabia de quem era. Meu coração dispara e a dor de cabeça aumenta, solto um gemido e nem tento abrir os olhos, pois sei que a dor iria aumentar.

Logo a enfermeira chega e aplica um remédio que parece milagroso, pois logo começou a sentir a dor passar e eu pude ouvir a conversa entre eles.

- "Sra. Kelly, bom dia! Preciso que a senhora me diga o que ela tem, pois até agora não sei o que a levou desmaiar".

- "Sr. Russell, bom dia! Nossa paciente está com estresse emocional muito forte. O remédio que aplicamos nela logo fará a dor passar, porém ela terá que repousar durante quinze dias, no mínimo. Ela não poderá passar nenhum nervoso ou ficar em hipótese nenhuma sob situação de pressão nesse momento.

Quando escutei a conversa deles quase surtei, não tenho esse tempo, quinze dias! O caso de Gareth tem prazo, ou eu cumpro ou perco a chance de provar que sou boa no que faço.

A dor de cabeça a voltar com força total e eu solto um gemido.

Eles percebem que eu estava acordada.

A enfermeira pergunta como estou, e se a cabeça ainda doída. Eu confirmo quase chorando. Ele confere na minha ficha se poderá aplicar mais uma dose do remédio.

Assim que ela aplica outro remédio me deixando sonolenta, e logo estou dormindo novamente.

*******

Mais tarde quando acordei já era quase noite. Constatei que não sentia dor de cabeça e consegui tocar a campainha para chamar a enfermeira. Assim que entrou no quarto e já veio alegremente falar comigo:

- "Boa noite, senhora Garcia! Espero que esteja melhor. Sente alguma dor de cabeça ainda"?

- "Boa noite, estou me sentindo bem. Quando poderei sair do hospital"? - perguntei ansiosa pela resposta.

- "O médico irá lhe examinar primeiro e conversará com a senhora. Só um minuto que vou chamá-lo".

Assim o médico veio e me examinou, repetiu todas aquelas palavras que eu havia escutado pela manhã. Decidi por hoje e somente hoje não pensar em nada, somente queria ir para o hotel, ou seja, sair do hospital.

Sob diversas recomendações ele me deu alta e se foi.

A enfermeira entrou novamente e pediu-me que aguardasse o retorno do Sr. Russell, pois ele havia lhe pedido que assim que eu tivesse alta, o informasse que viria imediatamente buscar-me.

Afirmo que não será necessário, uma vez que ele não é meu acompanhante e nem responsável por minha pessoa. Ela insiste, mas eu dou a palavra final, deixando-a com um semblante emburrado.

Assim pego um táxi e vou direto para o hotel onde deito em minha cama aliviada por não estar grávida de Oliver, mas ao mesmo tempo com o sentimento de que a realidade volta a bater em meu coração e nunca mais irei vê-lo ou senti-lo.

Entregando-me as lágrimas, adormeço.

Agora ela não poderá concluir seu trabalho, pois o que não poderia ter no momento era um estresse .

Como será o futuro dela agora?

Terá que voltar para casa de sua mãe?

E Gareth como resolverá as investidas insistentes de duas loucas?

Música: Quem é? - Paula Fernandes

Livro indicado no capítulo: Uma Segunda Chance
Autora: APaulinhaTS

Beijos
Paula Mesquita

Nova Perspectiva - Duologia Recomeços - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora