Fairytale | Taegyu

Cap 18 - A Batalha Final

Soobin não viu nada até tudo ficar branco, abriu os olhos lentamente tentando assimilar onde estava. Era como a floresta encantada, mas onde tudo parecia ser feito de luz, as árvores enormes e brancas, com todo o caminho também branco e luminoso. Parecia um sonho muito bonito e ingênuo.

O humano não se sentia igual a antes, parecia que todo o cansaço e medo que o pertenciam tinham desaparecido, e ele vestia roupas limpas e delicadas. Soobin deu um passo a frente vendo que o chão sentia seus pés, o lugar era silencioso, mas não aquele silêncio desconfortável, era uma quietude de paz. Mas podia-se ouvir um grunhido vindo de algum lugar, e Soobin reconheceu exatamente de quem vinha aquele som.

Andou apressado até virar o caminho de uma árvore e encontrar Yeonjun, que estava ajoelhado no chão e curvado até sua testa quase encostar na terra de luz. Ele parecia chorar, suas mãos contra o corpo e algo parecia emanar dele, como pequenas partículas luminosas, que saíam de suas costas e logo desapareciam depois de alguns segundos. Soobin se aproximou devagar.

—Yeonjun. — falou baixo, sua voz propagou como um eco.

O príncipe levantou o rosto, surpreso. Seus olhos levemente vermelhos e bochechas molhadas de lágrima, o coração de Soobin apertou no peito e um nó se formava em sua garganta. O cabelo cor de rosa estava bagunçado, suas mãos trêmulas cruzadas sobre o peito que subia e descia conforme uma respiração irregular. Aquele Yeonjun não parecia o príncipe seguro e confiante que lutava por todos, mas um jovem que tinha medos e inseguranças, que tentava desesperadamente mostrar que era forte o suficiente sem precisar que ninguém o diga o que fazer.

Soobin se ajoelhou de frente para ele, entendeu as mãos até tocar as dele, puxando-as até entrelaçarem os dedos. Olhos fixamente para aqueles olhos sempre tão brilhantes e misteriosos, sorriu levemente, não contendo uma sensação nova de tocá-lo naquele momento delicado e que ele precisava.

—O que você está fazendo? — perguntou para o príncipe.

—Eu não sei. — uma lágrima brilhou em seus olhos antes de escorrer pela bochecha. — Soobin, eu não sei.

—Tudo bem, calma. — Soobin limpou o rosto dele sem separar suas mãos. — O que você quer fazer?

—Eu quero salvar o reino. — ele respondeu envergonhado. — Mas eu não acho que estou no caminho certo.

Soobin viu que a luz da floresta fraquejou, era como se ficasse menos iluminada. Atrás de Yeonjun, ao longe, dava para ver uma sombra que surgia, como uma fonte de água. O humano sentiu o medo voltar, tinha que faze algo.

—Acha mesmo que só existe um caminho certo?

—Não sei. — Yeonjun respondeu e a luz oscilou novamente. Outra lágrima desceu pelo seu rosto. — O que você acha?

—Acho que deveria ser mais confiante em suas decisões. — Soobin voltou a olhar nos olhos do príncipe. — Não é você que é teimoso e não desiste de nada?

Yeonjun abriu um sorriso fraco, a sombra atrás dele que oscilou desta vez. Soobin sorriu vendo que estava no caminho certo, assim como o outro também deveria estar.

—Isso é o que outros dizem. — o sorriso, já fraco, de Yeonjun sumiu. — E se eu só acreditei em algo que eu não sou.

A luz da floresta oscilou e a sombra se aproximou, chegando cada vez mais perto do príncipe ajoelhado e inseguro. Soobin apertou as mãos dele mais forte.

—Yeonjun, você é um príncipe muito corajoso. — falou buscando as palavras em sua mente. — Duvidar de si mesmo não vai ajudar seu reino.

—E eu vou conseguir ajudá-lo, de qualquer maneira? — a luz pareceu desaparecer por um segundo e voltar mais fraca que antes, a sombra já quase encostando nos pés descalços de Yeonjun. — Sou só um príncipe que acha que é algo, quando não passo de um garoto convencido.