Henrique
O final da tarde já havia chegado e junto com ele os convidados indo embora, havia sobrado muitas poucas pessoas e foi quando eu soube que estava na hora de ir também, passei um com tempo admirando Ada, ela andava pela festa segurando o banco imobiliário e quando não estava com ele estava correndo por aí
Fred: Vamos nessa ?!
Acenei concordando e me levantei ajeitando minha camisa
Henrique: Vou avisar Maitê que estamos de saída
Os dois acenaram enquanto eu sai andando pelo espaço aberto procurando por ela, quando vi que não estava do lado de fora entrei na casa vendo Maitê parada com a amiga
Mônica: Seus pais já foram, como você vai fazer ? Está sem carro !
Maitê: Eu peço um uber, ou algo do tipo
Mônica: Nenhum uber vai entrar em meio de mata May
Maitê: Se sua moto couber mais duas pessoas e muitos presentes eu posso ir com você
Mônica soltou um estralo com a língua e voltei pros meninos vendo eles me olharem com questionamento
Henrique: Vem ! Vou deixar vocês na estrada e de lá vocês pedem um uber
Mateo: Huuum ... e porque podemos saber ?
Henrique: Não ..
Caminhamos até meu carro e entramos, a trilha até a estrada dava quase dez minutos e assim que deixei os dois em frente a um posto voltei pra chácara, o lugar dessa vez já estava praticamente deserto e a noite começava a cair, assim que desci do carro vi Maitê terminando de empilhar os presentes de Ada em um canto e a menina dormindo na rede, caminhei até ela vendo ela se virar de uma vez
Maitê: Que susto
Henrique: Está devendo ?
Maitê: Você não ?
Seus olhos pousaram em Ada e depois em mim
Maitê: Acho que não vai conseguir se despedir dela hoje, ela literalmente apagou
Henrique: Vou levá-las pra casa
Ela me encarou surpresa e me aproximei pegando algumas sacolas dos presentes
Henrique: Eu sei que você precisa de uma carona .. então ..
Estava esperando ela brigar, resmungar, mais ela fez o contrário, agradeceu e começou a me ajudar com as sacolas, meu porta mala estava realmente lotado e então voltamos pra casa onde a vi começar a fechar a casa
Henrique: Posso levá-la pro carro ?
Perguntei vendo Ada dormindo e Maitê apenas concordou, fui até a pequena e peguei no meu colo a levando pro carro e a deitando no banco de trás, havia algumas bolsas minha com uniforme, roupas casuais que normalmente deixava dentro do carro e as mesmas serviram pra proteger Ada de cair no chão caso seu corpo rolasse.
Em cinco minutos estávamos saindo da estrada de terra e pegando uma das vias da cidadeMaitê: Você não precisava se incomodar em levar a gente
Henrique: Sua amiga estava certa, um uber não entraria ali à noite
Ela apenas acenou, meus olhos voltaram pro banco de trás vendo Ada dormir
Maitê: Pode perguntar
Henrique: Não é da minha conta, mais o pai dela ...
Maitê: Eu era imatura na época, tinha 19 anos quando engravidei, estava passando por um momento complicado com a minha mãe, Phill se metendo na história e estava tudo um caos
Henrique: Phill é seu pai ?
Maitê: Pra sociedade ele se enquadra como padrasto, mais eu o considero meu pai, afinal, pai também é aquele que cria e nem sempre só oque faz
Henrique: Entendo
Maitê: Viajei pra casa de uma tia em outro país, sai com minha prima, conheci um homem que era do círculo de amigos dela, uma coisa levou a outra e umas semanas depois descobri que estava grávida ... O procurei e o mesmo disse que não queria ser pai muito menos queria envolvimento
Henrique: Está falando sério ?
Maitê: Ele arcou com os custos da gravidez, meus exames, consultas, hospital, comprou algumas fraldas e roupas e então achou que era o pai do ano, quando Ada nasceu ele a olhou, chorou, disse que era a coisinha mais bonita que já tinha visto mais depois sumiu
Henrique: Você não foi atrás dele ?
Maitê: Não ! Não sou do tipo que cobra obrigações de quem não quer nada, ele liga uma vez ou outra pra falar com ela, na verdade em seis anos de vida ele ligou pra ela apenas três vezes, perguntou se ela estava bem e desligou
Henrique: E ele te ajuda com os gastos dela ?
Maitê negou !
Maitê: Como te disse, na cabeça dele passa que como ele pagou tudo na gravidez não tinha que ajudar mais, eu estava na faculdade e parar não era uma opção, foi quando eu e Phill começamos a melhorar nosso relacionamento, minha mãe trabalhava a noite e Ada chorava que era uma maravilha
Foi inevitável não sorrir em imaginar Ada um bebê chorão
Maitê: Ele me ajudou muito, então desde então sempre fomos nós duas, querendo ou não, o genitor dela é quem sai perdendo, porque ela é especial
Henrique: Nisso eu posso concordar
Ela sorriu e então seguimos em silêncio, depois de um tempo estávamos em frente a sua casa, peguei Ada no colo enquanto Maitê abria a porta e acendia as luzes, caminhei até o quarto da pequena e a depositei com cuidado na cama, o dia realmente tinha sido cansativo já que ela sequer abriu o olho pra nada hora nenhuma.
Quando voltei pra sala Maitê já havia tirado os presentes do carro, olhei ao redor pela primeira vez absorvendo a decoração do lugarHenrique: Sua casa é bonita
Ela sorriu enquanto fazia um coque mal feito
Maitê: Obrigada
Um clima estranho se instalou quando respirei fundo e andei em direção a porta
Henrique: Você tem meu numero, qualquer coisa me ligue princesa
Ela revirou os olhos e caminhou até mim e me pegou de surpresa ao depositar um beijo em meu rosto
Maitê: Obrigada pela carona Ogro, e também por ter ido a festa
Assenti e abri a porta indo até meu carro, quando me virei ela ainda estava parada na porta e então entrei no meu carro meio que contra minha vontade e fui embora
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Renda Se
RomanceMaitê é uma mulher comum, formada como enfermeira e mãe solo de primeira viagem, ainda nova seu sonho era se formar e construir uma família mais seus planos mudaram quando engravidou, mãe solo, embora seu sonho continuasse com o tempo ela os guardou...