Capitulo 16

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Maitê

Estávamos em uma cafeteria, o lugar não estava cheio mais os olhares que Henrique atraía era notável, uma sensação incomoda me tomou quando a atendente puxou o uniforme pra baixo destacando os seios no decote e se aproximou de nós anotando nossos pedidos, Henrique fez questão de um suco de laranja enquanto eu naquele momento havia perdido a fome e optei apenas por uma água, quando a atendente voltou e lhe entregou o copo de suco junto dele veio um papel minúsculo no qual Henrique apenas ignorou ou fingiu não ver, fiquei observando aquele homem a minha frente, sua barba bem feita, cada traço perfeitamente malhado, ele poderia ser entitulado o pecado perfeito mais preferia guardar esses pensamentos pra mim, preferia morrer do que deixá-lo participar desses pensamentos absurdos.

Estávamos em uma cafeteria, o lugar não estava cheio mais os olhares que Henrique atraía era notável, uma sensação incomoda me tomou quando a atendente puxou o uniforme pra baixo destacando os seios no decote e se aproximou de nós anotando nossos ...

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Henrique: Pensando em que princesa ?

Maitê: Não me chame de princesa

Henrique: Porque ? Você parece uma !

Revirei meus olhos e tomei um gole d'água

Henrique: Achei que tínhamos combinado de sermos amigos

Maitê: E nós somos !

Henrique: Você é uma péssima mentirosa

Maitê: Porque acha isso ?

Henrique: Está sempre na defensiva comigo, só não sei o motivo

Maitê: Não fico na defensiva

Henrique: Fica sim

Maitê: Não, eu não fico ..

Ele riu e arredou o copo cruzando os braços em cima da mesa me encarando com atenção e uma pitada de desafio

Henrique: Porque enfermagem ?

Maitê: Porque delegado ?

Ele se encostou na cadeira me olhando com atenção e ao mesmo tempo com um gostinho de vitória, ele me desafiou a me abrir e apenas joguei a bola pro colo dele, eu não era assim, mais com Henrique eu sentia que precisava ficar na defensiva, era como se eu soubesse que se abaixasse os escudos uma merda muito grande poderia acontecer

Henrique: Não escolhi ser delegado

Maitê: Não ? E como se tornou um ?

Minha curiosidade se aguçou e fiz o mesmo que ele, empurrei meu copo pro lado e cruzei os braços em cima da mesa

Henrique: Meus pais queriam que eu fizesse uma faculdade, era a condição deles pra que eu continuasse tendo uma cama pra dormir e comida pra comer

Arregalei os olhos em surpresa

Henrique: Fiz faculdade de direito, a intenção inicial era virar um advogado e ajudar meu pai com seu escritório, mais acabou que arrumei um emprego de meio período e lá acabei conhecendo pessoas importantes, quando formei sai do serviço e comecei a trabalhar aqui e ali apenas pra ter condições o suficiente pra sair da casa dos meus pais, um dia houve uma votação, pra verem quem ocuparia o lugar do antigo delegado já que o mesmo estava se aposentando e por algum motivo meu nome parou no meio da reunião, dois dias depois recebi a proposta de me tornar delegado, o cargo é bom, o salário mais ainda e acabei aceitando

Maitê: Então você não faz oque faz por amor, e sim por obrigação e pelo oque o cargo pode te oferecer ?

Henrique: De início era, em um ano como delegado comprei minha casa a vista e meu carro, paguei minhas dívidas e tenho vivido confortável desde então .. Mais acabei criando sim um apego pela profissão, gosto do que faço e acho que faço muito bem

Balancei a cabeça como se compreendesse e ele me encarou como se fosse minha vez

Maitê: Bom, eu queria fazer medicina, mais nunca fui muito estudiosa, gosto de cuidar das pessoas, gosto da área, então porque não me formar nisso ?

Henrique: Então também não fez por amor ?

Maitê: Amo meu trabalho e minha profissão, mais sempre tive uma quedinha por cuidar de pessoas especiais ..

Henrique: Por isso trabalha em uma clínica de doido ?

Maitê: Eles não são doidos, eles são doentes e a maioria sequer sabe ou tem noção de seus atos

Henrique: Então não acha perigoso estar no meio deles ?

Neguei com a cabeça e me encostei na cadeira o olhando melhor

Maitê: Quando comecei a trabalhar na clínica fui agredida por um paciente

Henrique me encarou com mais atenção e podia jurar que vi sua mão se fechar em punho

Maitê: Isso resultou em um hematoma nas costelas e um corte no lábio, mais depois com o tempo fui aprendendo a lidar com eles e depois disso nada tão sério assim aconteceu novamente

Henrique: Uma história em tanto

Maitê: Nem me fale ! Mais e seus pais ?

Henrique; Oque tem eles ?

Maitê: Do jeito que falou deles, eles pareciam rigorosos

Henrique: Faz cinco anos que não os vejo, cortei os laços com eles vamos se dizer assim

Maitê: Porque ?

Henrique: Ser pai e mãe vai muito além de apenas gerar e colocar no mundo Maitê, eu não pedi pra nascer, era mais que a obrigação deles de me darem teto e alimento, mais cobrar isso depois não acho certo, meu pai achava que eu tinha obrigação de ser o provedor da casa depois dele e minha mãe que eu deveria ser um filho perfeito pra me tornar um marido perfeito algum dia, a vida é minha e vivo do jeito que quero, eles não tem poder sobre isso

Maitê: Admirável

Henrique: E seus pais ?

Maitê: Não tenho muito oque falar deles, minha mãe é incrível, sempre foi minha amiga e me apoiou no que eu queria

Henrique: E seu pai ?

Maitê: Bom, Phill é o mais próximo de pai que tenho, ele está com a minha mãe a mais de dez anos, cuidou de mim como se eu fosse sua filha, já meu pai biológico nunca quis contato comigo e nem eu com ele, ele pagou pensão até minha maioridade e depois sumiu

Vi Henrique erguer seu copo de suco em minha direção

Henrique: Um brinde então, um brinde aos pais imbecis

Soltei uma risada contida e peguei meu copo batendo de leve no seu, no mesmo instante ele virou seu suco na boca e jogou uma nota na mesa e se levantou e fiz o mesmo

Henrique: Vamos !

Maitê: Pra onde vamos ?

Henrique: Vamos buscar suas coisas na sua casa e depois vamos pra minha

Ergui uma sobrancelha esperando uma resposta mais explicativa quando ele apenas se aproximou demais me deixando desnorteada com seu cheiro e sua proximidade

Henrique: O dia está bom pra uma piscina, mais quero mesmo é te colocar na borda da minha piscina abrir bem suas pernas e te chupar até te fazer gritar meu nome

Arregalei meus olhos em surpresa e olhei ao redor buscando alguém que possa ter ouvido isso, sua boca veio até a minha em um gesto rápido e perigoso, sua língua pediu passagem que eu permiti sem relutância, o beijo sequer durou dez segundos mais foi o suficiente pra me fazer sentir um leve tesao e pensar nos seus planos mais a fundo, seus dedos entrelaçaram nos meus e seu corpo alto e musculoso começou a me guiar pra fora da cafeteria.

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