Capitulo 18

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Henrique

Estava parado de frente pra minha mãe sem sequer conseguir compreender como ela havia conseguido entrar aqui, fazia exatos cinco anos que não nos víamos e ela estar aqui era sinal de problema, ela com toda certeza queria algo.

Henrique: Oque faz aqui ?

Pietra: Faz muito tempo que você não nos procura

Henrique: Faz muito tempo que decidi pagar vocês da minha vida

Ela depositou sua bolsa em cima do sofá e fez um gesto com a mão como se oque eu falasse não fosse nada demais

Pietra: Eu aceito uma água, mesmo que você não tenha oferecido

Respirei fundo e entrei na cozinha enquanto a vi se sentar em uma das cadeiras da mesa de jantar, fiz uma nota mental em trocar essa mesa pelo simples fato dela estar ali, peguei a água e lhe entreguei o copo vendo ela esticar a mão em direção a uma das cadeiras mais apenas cruzei os braços e fiquei a encarando

Henrique: Oque você quer ?

Pietra: É sua namorada ?

Henrique: Minha vida não lhe diz respeito

Pietra: Eu te dei a vida

Soltei uma risada e não era uma risada sarcástica ou algo do tipo, realmente achei graça da sua frase

Henrique: Fala logo oque quer aqui

Pietra: Seu pai está doente

Henrique: Sinto muito, de a ele minhas condolências

Pietra: Não fale como se ele estivesse morto

Henrique: Não me interessa que ele esteja vivo ou morto

Pietra: É o seu pai !

Henrique: Claro, um homem que mandou atentar contra minha vida pode muito ser chamado de pai

Pietra: Foi apenas um erro dele

Henrique: Erro ? Mandar matar seu filho é um erro ? Olha Pietra, eu não sei oque está fazendo aqui, eu deixei claro a cinco anos que estava saindo da vida de vocês e que não queria mais Contatos, oque está fazendo aqui ? É melhor ainda, como entrou na minha casa ?

Pietra: Entrar foi fácil, apenas dei meu nome e sobrenome e disse que era sua mãe .. Em questão do que eu quero é reunir novamente minha família, o aniversário do seu pai acontecerá em três dias e queremos você lá

Henrique: Não !

Pietra: Não é um pedido Henrique

Henrique: Vou considerar que talvez seja uma súplica

Pietra: É uma ordem !

Henrique: E desde quando você manda em mim ?

Pietra se levantou tentando colocar a jogo sua altura, era uma mulher refinada e bonita, porém não prestava, ela era nova pois havia me dado à luz ainda adolescente, sua postura e sua aparência não demonstrava a idade que tinha, poderia se comparar facilmente a qualquer mulher na casa dos vinte e poucos anos

Pietra: Temos um assunto de família a tratar

Henrique: Não que eu considere vocês minha família,mais que assuntos seriam esses ?

Pietra: Biana está voltando pra casa

Ergui a sobrancelha sem entender oque isso implicava a mim

Pietra: Sua noiva estará de volta

Meu corpo se tensionou e sequer precisei me abaixar pra ficar na sua altura já que ambos éramos do mesmo tamanho

Henrique: Tá maluca ? Perdeu o juízo de vez ? Que história é essa de noiva ? Que porra é essa ?!

Minha mãe apenas ajeitou o blaser e me encarou com mais atenção

Pietra: Biana está feliz com a possibilidade da união de nossas famílias, você é nosso único herdeiro e por isso tem que seguir a tradição da família, vocês irão se casar e vamos unir as famílias

Senti o ar queimar meus pulmões e sem pensar duas vezes parti pra cima dela, não era doido muito menos maluco de machucá-la pois sabia bem que Pietra era ardilosa, mais foi inevitável não agarrar seu pescoço com uma certa força e fazer seu corpo bater na parede

Henrique: VOCÊ É BURRA OU OQUE ?

O grito foi inevitável e ela sequer assustou

Henrique: Vou falar uma última vez, sem rodeios e sem palavras gentis, EU NÃO FAÇO PORRA NENHUMA PRA VOCÊS, já disse pra esquecerem que eu existo, não contem comigo pra absolutamente nada, se você quer uma garantia que seu futuro de madame está garantido vai atrás de outro otario

Pietra: Você nos deve, te demos roupa e comida e um teto pra morar

Henrique: Era mais que a obrigação de vocês, eu não pedi pra nascer, se você trepou sem camisinha a culpa é totalmente e exclusivamente sua

Um eco invadiu o cômodo e sequer virei o rosto quando a mão dela acertou meu rosto, estava disposto a puxa-la pelo cabelo e tirar ela dali quando a voz de Maitê me atingiu em cheio

Maitê: Henrique ?

Me virei vendo a parada no meio da sala, ela usava um short e uma blusa que deixava seus ombros a mostra, seus cabelos estavam molhados e perfeitamente arrumados. Pietra aproveitou a oportunidade e me afastou e caminhou até o sofá pegando sua bolsa, Maitê a observava com atenção quando minha mãe a encarou e sorriu

Pietra: Te aconselho a não se envolver com homens comprometidos querida, Henrique está noivo e se casará em breve

Dei um passo em sua direção quando a voz de Maitê me congelou

Maitê: Estou sabendo mesmo, sorte a minha não é mesmo ?

A encarei sem entender e minha mãe fez o mesmo

Pietra: Oque disse ?

Maitê ergueu a mão mostrando uma aliança no dedo que eu nunca reparei e sequer sabia de onde teria vindo

Maitê: Ele me pediu em casamento na noite passada, só não sabia que ele iria já espalhar pra todos assim

Minha mãe empalideceu e saiu sem falar nada quando Maitê se colocou diante de mim e cruzou os braços

Maitê: Vai me contar agora oque está acontecendo ?

Bufei com raiva e apontei pro sofa, a história seria longa e complicada

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