Capitulo 25

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Maitê

Ver o estado em que Henrique saiu havia me deixado em pura preocupação, ele realmente estava possesso e não lhe tirava a razão, olhando a fundo e pegando pouco do que havia acontecido eu também não iria gostar de ser pega de surpresa por uma notícia assim, principalmente se viesse de pessoas das quais eu não tinha um bom relacionamento igual era ele e sua mãe, o olhar de Mateo estava perdido como se soubesse que havia cometido uma grande besteira e agora não sabia oque fazer para remediar a situação

Maitê: Você conhece melhor do que eu o temperamento do Henrique, quais as chances dele se descontrolar mesmo com a mãe ?

Mateo: As chances são enormes, os dois no mesmo lugar é como jogar gasolina e fogo no mesmo ambiente

Acenei como se minha cabeça compreendesse aquilo, mais a verdade é que só conseguia pensar que a mãe dele não valia tanta pena assim a ponto dele dele perder o juízo

Maitê: Qual o endereço ?

Mateo me encarou por um segundo sem compreender e depois fez uma careta de assustado

Mateo: Você vai até lá ?

Maitê: Vou !

Mateo: Porque ?

Maitê: Porque do jeito que Henrique saiu daqui é capaz dele matar a mãe dele, então vamos evitar certos acidentes, me passa o endereço logo

Em questão de meio segundo ele me estendeu o telefone mostrando o endereço e me levantei da mesa e comecei a caminhar em direção a saída

Mateo: Eiiii, ouuu !!

Parei de andar e me virei pra Mateo que apontou pra onde Ada estava

Mateo: Mais e ela ?!

Maitê: Você prende bandidos, entra em tiroteio e não pode cuidar de uma criança por pouco tempo ?! Faça me o favor né Mateo

Mateo: Tenho medo dela !

Ada: Deveria mesmo

Encaro minha filha que sorri pra mim como se houvesse aprontado e encaro Mateo novamente

Maitê: Aguenta um pouco e cuida bem da minha filha se não eu mato você

Ele me encarou sem acreditar e com os olhos arregalados

Mateo: Sabia que ameaçar um policial é crime ?

Maitê: Acredite em mim, você vai superar

Então saio correndo do lugar e peço um táxi e agradeço por não ser tão longe assim de onde estávamos até a casa da mãe de Henrique.

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Quando o táxi parou na frente da enorme casa eu apenas deduzi que ricos realmente gostavam de esbanjar, as paredes iam além do que eu aguentava ver os vidros cobrindo o local de fora a fora, o bairro era apenas de pessoas ricas já que as casas eram uma mais exorbitante do que a outra, meus olhos focaram no carro de Henrique parado diante da imensa casa e respirei fundo tomando coragem para ir até lá, paguei o táxi e caminhei até a entrada da casa quando de fora já pude ouvir os gritos, oque eu deveria fazer ?! Tocar campainha, bater, esperar que abram, ou apenas sair entrando ?! Balancei a cabeça jogando essa possibilidade pra longe já que gostava da minha liberdade e não queria ir parar em uma delegacia.

Henrique: VOCÊ PASSOU DE TODOS OS LIMITES !

Pietra: De qual deles você fala ?

A risada de Henrique me atingiu em cheio e apenas troquei o peso de uma perna pra outra sem saber oque fazer

Henrique: Eu não irei comparecer a está festa, sugiro que desmarque, caso contrário quem passará vergonha será vocês

Pietra: Nós? Oque acha que a mídia dirá caso você não compareça à sua própria festa de aniversário ?

Silêncio ! Foi oque eu ouvi e o medo me atingiu

Henrique: Eu não sou como você Pietra, eu não ligo pra status, pra mídia, ou oque quer que seja, tenho a consciência limpa que não manchará minha reputação não comparecer a está festa

Pietra: Não pode fazer isto, seu pai está doente e precisa de você, eu preciso de você Henrique, sabe em que posição estou porque ainda não arrumei uma maneira de contar a Biana que você não quer se casar ?!

Outra risada foi a reação de Henrique me deixando em alerta máximo

Henrique: Simples, eu não vou me casar porque você quer, seja sincera ao menos uma vez na sua vida com alguém

Pietra: Isso tudo é por causa daquela mulher ? Como é o nome mesmo ?! Ah sim, Maitê, pesquisei sobre ela, uma enfermeira de uma clínica psiquiátrica com uma filha pequena pra criar, bem promissor não acha ?! Se ela viesse de família nobre eu até ficaria quieta Henrique, mais sério mesmo ? Desceu tanto seu nível a sim a ponto de se envolver com uma mãe solteira e de família simples ?

O rosnado que Henrique emitiu me fez encolher no lugar

Henrique: Você .... Não fale dela, não pense nela e muito menos pronuncie o nome dela, você não é digna o suficiente pra pronunciar o nome dela

A risada de Pietra saiu igual aquelas risadas de vilã de novela

Pietra: Não acredito que se apaixonou Henrique, qual é ... A garota nem deve ter tempo pra você, quando se tem filhos a prioridade é eles e não um relacionamento

Henrique: Falou a voz da experiência não é mamãe ? A mãe do ano ...

Um eco me atingiu e eu reconheci o barulho igual da outra vez, Pietra havia batido em Henrique e antes que as coisas piorassem e que eu pensasse muito apenas empurrei a enorme porta de madeira vendo o olhar de ambos se voltarem pra mim

Pietra: Quem você pensa que é pra entrar assim na minha casa ?

Ignorei ela completamente me focando apenas em Henrique, seu semblante não era bom, eu via a raiva que ele sentia, a perda de controle e sabia a linha bamba em que ele estava para manter o controle, desci os pequenos degraus e caminhei até Henrique entrelaçando minha mão na dele o vendo ficar surpreso

Maitê: Acredito que você já tenha dito tudo oque precisava, então agora podemos ir embora

Seu olhar saiu de mim e foi até sua mãe e em seguida voltou pra mim acenando em concordância, comecei a caminhar em direção a porta puxando Henrique atrás de mim

Pietra: Isso não ficará assim ..

Parei de caminhar e me virei a encarando sem acreditar na podridão que estava a minha frente

Maitê: Para uma mulher de classe você desce constantemente do salto, deveria se recompor e  parar de se entremeter em assuntos que não lhe dizem respeito

Seu semblante de choque foi a única coisa que fiz antes de me virar novamente e sair da casa sendo acompanhada por Henrique.

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