Capitulo 10

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Maitê

Não, não, não !
Minhas costas bateram na lataria do carro e meu corpo deslizou só parando quando encontrou o chão, o lugar estava deserto, e a chuva estava fria demais, minhas roupas estavam coladas no meu corpo e o cabelo não estava muito diferente, olhei pro lado vendo o pneu furado encostei minha cabeça na lataria, tirei meu telefone do bolso e disquei o número da minha mãe o colocando no ouvido mais chamou até desligar o de Phill não foi muito diferente, é claro que não atenderiam, iam levar Ada ao cinema e depois ao parque, disquei o número de Mônica que foi direto pra caixa postal e gemi em frustração, perdi a noção tô tempo em que fiquei sentada ali embaixo da chuva, eu poderia ficar no carro, até poderia se a porcaria não tivesse travado com a chave dentro, o farol de um carro veio de longe e me levantei rapidamente e comecei a balançar o braço pra pedir ajuda até o mesmo parar, cerrei meus olhos tentando enxergar algo até a porta do motorista se abrir

Henrique: Porque eu não estou surpreso ?

Maitê: Henrique ?

Ele correu até mim olhando do pneu pro meu rosto

Henrique: Porque está na chuva ? Quer saber não interessa entra no carro

Vi ele apontar pro carro dele e não me importei e corri até lá sendo recebida por um aquecedor incrível

Henrique: Porque diabos você está na chuva no meio do nada ?

Maitê: Meu pneu furou e pra me ajudar o carro travou com a chave do lado de dentro

Henrique: E não passou pela sua cabecinha linda ligar pra alguém pedir ajuda ?

Ignorei o cabecinha linda

Maitê: Eu fiz, mais ninguém me atendeu

Henrique: O meu não tocou

Ele queria que ligasse pra ele ? Balancei a cabeça vendo ele dar partida

Henrique: Seu carro não tem seguro ?

Maitê: Não !

Henrique: Vou pedir que alguém o tire de lá

Acenei concordando até que o vi entrar uma rua que não deveria

Maitê: Minha casa não é pra esse lado

Henrique: Não estamos indo pra sua casa

Maitê: Estamos indo pra onde ?

Henrique: Pra minha casa, a sua ainda é um pouco longe, você precisa de um banho quente e roupas secas

Maitê: Isso tá mais pra uma desculpa esfarrapada

Henrique: Não se preocupe princesa, não vou tocar em você

Em torno de cinco minutos chegamos a uma casa muito bonita em uma espécie de condomínio, clássico ! Henrique foi o primeiro a descer e o acompanhei com a chuva ainda caindo grosseiramente, assim que entramos a casa não estava fria mais também não estava quente, Henrique fez um sinal começou a andar na minha frente em passos largos até subir pro andar de cima, ele abriu uma porta onde pude ver um quarto muito bonito, em seguida ele caminhou até uma porta acendendo a luz e em seguida tirando sua blusa e deixando seu torso completamente nu, senti uma pequena onda de calor

Henrique: Pode entrar, tem toalhas no armário e vou ver se encontro alguma roupa que de pra você usar até as suas ficarem secas, eu vou pro outro quarto

Apenas assenti correndo dali antes que meu olhar percorresse mais do que deveria, meu corpo agradeceu a água quente e relaxou instantaneamente, depois de uns vinte minutos sai do banheiro enrolada na toalha vendo uma blusa em cima da cama e uma cueca ainda na etiqueta, vesti e logo sai do quarto andando pela casa vendo que o lugar era enorme e em tons cinza e branco, os móveis eram bonitos e bem escolhidos, assim que entrei na cozinha Henrique usava apenas uma calça de moletom

Henrique: Está com fome ?

Neguei e realmente não estava

Maitê: Não, obrigada !

Henrique: Suas roupas estão na máquina, em breve estarão secas

Apenas concordei quando ouvi meu telefone tocar, olhei ao redor procurando pelo aparelho e tentando me lembrar se realmente trouxe ele do carro de Henrique

Henrique: Acho que está na sala

Corri até lá o achando em cima do sofá, atendi vendo que era Monica

Monica: Fico feliz em ver que você está viva, tinha ao menos trinta chamadas perdida sua

Maitê: Porque não me atendeu ?

Me sentei no sofá vendo ela ajeitar o cabelo do outro lado

Monica: Estava em uma palestra administrativa, Annya cismou que eu precisava fazer para ...

Ela interrompeu sua fala e me encarou mais atentamente

Monica: Onde você está ? E porque está com uma blusa masculina ?

Maitê: É uma longa história

Monica: Estou com tempo de sobra ..

Abri a boca pra falar quando Henrique surgiu na entrada da sala

Henrique: Tem sanduíche na bancada mesmo você falando que não quer

Maitê: Obrigada

Monica: Pera aí, essa voz ... é o delegado May ?

Apenas assenti quando um grito agudo me assustou e pude ver pelo canto do olho Henrique me encarar com atenção

Monica: Você e o gostoso do delegado estão se pegando ? Muita coisa tá explicada agora

Maitê: Monica não ...

Monica: Eu ia tentar os amigos primeiro e se não desse certo eu ia apelar pro delegado, mais já que você se adiantou pode ficar com ele

Respirei fundo tentando acalmar meu corpo

Monica: Você está é na casa dele ?

Maitê: Estou ..

Monica: E é bonita ? Deve ser né, o homem parece ter bom gosto, eu sabia que ia rolar algo entre vocês, foi muito de repente entre vocês dois .. o monumento dele é grande ?

Maitê: Monica ...

Monica: Qual é, você disse na clínica que o homem era bonito, o monumento não deve fugir muito da aparência ..

Henrique segurou o sorriso e veio até mim, senti ele se abaixar atrás de mim e encarar Monica do outro lado da tela

Henrique: Já falaram que você fala demais ?

Monica: Todo santo dia

Henrique: Que bom !!

Monica: Você deu um trato nela ? Olha, espero que tenha dado, seis anos sem transar é muita coisa, ela é virgem novamente

Henrique me encarou pasmo e eu só queria sumir em um piscar de olhos

Henrique: Está a seis anos sem transar ?

Monica: Você é um gato em .. Quantos gomosos essa barriguinha ? Me deixa contar com minha língua ?

Céus ! Desliguei o telefone sem me importar em me despedir, Monica não era normal .. Me encostei no sofá suspirando e vi Henrique ainda me encarando com atenção

Henrique: Seis anos ?? Estou curioso agora

Bufei e amaldiçoei Monica de várias formas possíveis

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