Apontei a arma pronta para atirar, aquele rosto, aqueles olhos... eu estava pronta pra acabar com sua vida e o trauma que me causou por anos.
— Não vai atirar em mim. — Ele levantou as mãos tentando se aproximar.
— Quer apostar? — Engatilhei a bala, um de seus capangas acabou me acertando pelas costas, a arma deslizou até os seus pés.
— Não acho que atiraria no seu próprio pai. — Ele pegou a arma e guardou no cinto, seu capanga partiu para cima de mim tentando me imobilizar.
Acertei suas bolas deixando-o paralisado, ele caiu ao lado se contorcendo em dor.
— Sua vadia! — Ele gritou, me levantei e tentei correr, mais homens entraram no corredor cercando-me.
— O que quer de mim? — Perguntei ao meu pai.
— Eu não, você matou o colega deles. Como conseguiu quebrar o pescoço de um homem forte daqueles só com as suas mãos?
— Quer que eu te mostre? — Ameacei, ele riu.
— Perdeu o medo do seu pai? — Perguntou, cuspi no seu pé, só de ouvir a palavra "pai" sentia meu estômago revirar. Roy se aproximou e puxou-me pelos cabelos jogando minha cabeça para trás, segurei em hesito.
— Eu sei que não foi você que fez aquilo, então nos diga onde está o seu amigo e vai viver pra se despedir dele. — Ele aproximou nossos rostos, mostrei os dentes.
— Você não vai ter nada de mim. — Disse entredentes, ele me empurrou para trás, um dos homens me abraçou pelas costas. — Me solta porra! Solta agora!
— Nos deem privacidade. — Ele sugeriu, os homens me levaram até uma das salas de laboratório e me amarraram em uma cadeira deixando-me sozinha com Roy. — Por que está protegendo desconhecidos? Nem mesmo conseguiu proteger aquele seu namorado.
Continuei em silêncio, ele tirou a arma e colocou em cima da bancada, a encarei como se fosse uma ponta solta... uma saída.
— Te matar seria a melhor das opções levando em conta o que pensam em fazer com você. — Ele puxou uma cadeira e sentou-se na minha frente, me encarou da cabeça aos pés deixando-me enjoada.
— Vai se fuder você, e aqueles filhos da puta. — Apontei, Roy sorriu, parecia adorar a situação.
— Olha só pra você, as porradas que levou até que serviram pra alguma coisa.
— Que merda você ta falando? — Apertei as amarras com força, estava irritada, tinha que usar isso ao meu favor.
— Que você tem mais bolas que aqueles caras graças à mim. — Ele levantou confiante e se apoiou em seus joelhos para igualar a altura nos nossos olhos. — Mas aí está você, presa, que merda Lorie.
Cuspi no seu rosto, ele limpou a saliva com raiva e segurou meu pescoço com tanta força que pensei que fosse quebrar. Os seus olhos raivosos, a agressividade, nada mudou mesmo depois de vinte anos.
— Eu vou acabar com você, não tem lei que me impeça agora. — Ele ergueu a mão e me acertou bem no meu da cara, gemi de dor.
Ele levantou outra vez e me acertou, de novo, outra e outra vez, repetidas vezes até o sangue escorrer pelo meu nariz. Até meu rosto sangrar, até sua mão ficar dormente. Apaguei, a dor no meu rosto era latejante, nada comparado ao que senti nos últimos meses com pequenos cortes e ferimentos.
Só conseguia pensar em aguentar, por mim, pela Ellie, pelo Joel... eles estavam bem, ele ia ficar bem, Ellie ia dar um jeito. Quando acordei minha visão estava turva, senti meu rosto inchado e tão dolorido que mal conseguia abrir os olhos.
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A ÚLTIMA, The Last Of Us
Fanfiction༄ The Last Of Us ❝ Ela enfrentou um grande trauma no início de tudo, vinte anos depois se junta ao exército rebelde com objetivo de trazer mudança e justiça para o que restou da humanidade. Mas uma garotinha mal educada e seu velho protetor irão...