Capítulo 17

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   Apesar do desconforto, Joel me trazia confiança, não precisava me preocupar em afetar ele de qualquer forma. Apenas conseguia notar seu receio em alguém vir a incomodar-me.

— Vou querer o mesmo. — Estiquei os lábios para o homem que me ofereceu a bebida, ele concordou e foi até o balcão.

Joel sorriu e segurou minha cintura, pisquei antes de me juntar a Tommy e Maria na partida de sinuca. A noite foi longa, pessoas chegavam e nos questionavam o tempo todo.

— Então, vocês estão juntos? Tipo, como um casal? — Rick me perguntou pela terceira vez naquela mesma noite, olhei para Joel se divertindo com o irmão e voltei a beber.

— Isso aí.

— Ele não é um pouco velho demais pra você? — O homem insistiu na pergunta, coloquei o copo no balcão com impaciência. O encarei, ele levantou as mãos em rendição. — Vou parar de fazer perguntas, não quero deixá-la desconfortável.

Ele sorriu, estiquei os lábios tentando parecer amigável mesmo irritada. Com o passar do tempo estava começando a sentir calor, como se estivesse em uma sauna, meus braços começaram a formigar.

— Por que não tira esse casaco? Parece estar te dando calor. — Ele se aproximou, recuei.

— Tudo bem, vou só levantar um pouco. — Subi as mangas, comecei a me abanar até que o homem puxou meu braço num reflexo e pulou da mesa quase caindo para trás. — Isso é uma mordida? Você foi mordida?! Ela foi mordida!

Os outros convidados levantaram e puxaram suas armas, Joel me puxou pelo braço e se colocou na minha frente. Maria interviu com as mãos para cima tentando estabelecer a calma.

— Fiquem calmos! — Ela pediu, Rick puxou sua arma.

— Ficar calmo? Com um infectado aqui dentro?!

— Está vendo um infectado? — Ela perguntou, Rick olhou para mim de relance suando frio, engoli em seco.

— O que é isso então? — Ele insistiu, Maria me puxou e mostrou meu braço, as pessoas ficaram ainda mais assustadas.

— Foi uma mordida humana. — Ela disse surpreendendo Tommy, Joel e eu.

— É verdade? — Rick me perguntou diretamente, assenti tentando parecer convincente.

Ele baixou a arma aliviado, Maria olhou para nós e fez sinal para deixarmos o bar, Joel concordou e me escoltou para fora assegurando minha saída.

— Você está bem? — Ele me perguntou, encarei o chão.

— Foi culpa minha, não deveria ter vindo.

— Não é sua culpa. Você está aqui, está viva. É tudo que importa. — Joel me respondeu com seriedade, o encarei e sorri. — O que?

— Virou meu guarda-costas agora? — Virei-me para ele segurando o tecido do vestido, Joel soltou uma risada frouxa.

— Estou cuidando do que é meu. — Brincou, corei levemente surpresa com tamanha ousadia.

— Essa foi boa. — Parei em frente a porta de casa. — Mas eu não um objeto.

— Não. É a minha mulher. — Corrigiu, engoli em seco sentindo meu corpo formigar.

Entrei em casa e fui até a cozinha, abri um vinho suave, presente de boas-vindas do Tommy. Joel cruzou os braços e se encostou na batente da porta, parecia adorar toda a situação de me vigiar.

— Você já pode parar, aqui é um lugar seguro.

— Não estou mais vigiando. — Ele riu, peguei uma taça e bebi um gole.

A ÚLTIMA, The Last Of UsOnde histórias criam vida. Descubra agora