Capítulo 25

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   Entrei no cômodo e empurrei a primeira coisa que vi contra a porta, a única coisa que estava prendendo-a agora era uma mesa.

— Ellie, sua arma! — Pedi, a garota apontou para a porta.

De repente tiros atravessaram a madeira, me abaixei rapidamente. Segurei a barriga implorando para nada acontecer, era difícil até mesmo segurar a urina com uma melancia abaixo dos seios.

— A janela! Agora! — Puxei a garota pelo braço, ouvimos batidas vindo da porta.

Ellie correu até a janela e abriu, entreguei meu rifle para a garota e pulei logo depois. Haviam homens subindo do primeiro andar, olhei para cima, a escada seguia por mais oito andares até o telhado.

— Sobe! Sobe agora! — Comecei a correr logo atrás com dificuldade, Ellie tentou me ajudar, a empurrei.

— Aqui! Estão aqui! — Um dos homens abriu a janela e apontou sua arma, o acertei com o cabo do rifle direto da mão de Ellie, atirei e entrei no andar.

A garota entrou logo atrás e trancou a janela, o silêncio se estabeleceu pelo cômodo. Meu coração estava tão disparado que podia pular para fora da minha boca, olhei para a mais nova aterrorizada.

— O que faremos? — Olhei para a janela por alguns segundos, o prédio ao lado estava tão perto que mal precisava de uma escadaria.

— Vamos subir e pular para o outro prédio, então descemos as escadas e voltamos para o carro. — Expliquei, Ellie franziu o cenho preocupada.

Corremos para fora do cômodo e começamos a subir as escadas, já não conseguia mais correr como antes. Ellie estava garantindo minha subida puxando-me pelo braço, de repente senti uma contração que paralizou minhas pernas.

— Cacete Lorie! — Ellie gritou tentando me puxar, apoiei-me nos joelhos.

Dois homens me alcançaram, Ellie tomou uma investida e soltou a arma. Os homens nos levaram até uma van no térreo, segurei a barriga com preocupação. 

— Solta ela seus merdas! — Ellie dizia tentando se debater, um deles enroscou uma amarra entre seus dentes.

— Por favor não machuquem ela. — Levantei a mão, um homem loiro grisalho entrou no banco do motorista e olhou para trás, seu olhar me fez estremecer.

— Vocês estão seguras lá, não existe sentido na fuga. Estamos cuidando de você e do bebê.

— O meu marido está naquela cidade há dias, vocês disseram que iam atrás dele. Mentiram pra nós, torturaram, machucaram. — Fui direta, estava irritada demais para cuidar das palavras.

— Acontece que você é uma pessoa muito especial, vocês duas. Mas especialmente você Lorie, vai dar à luz a nossa salvação. — Ele encarou minha barriga com desejo, senti um embrulho no estômago, era repulsa.

— Vocês não vão tocar no meu bebê.

— Tudo bem, é melhor se pensar assim. — Ele virou-se para frente e ligou o veículo, olhei para trás seguindo a cidade até desaparecer diante dos meus olhos.

Joel não voltou por semanas, um grupo atacou a cidade e sequer tive notícias dele. Ellie e eu não tivemos escolha, nos juntamos à essa comunidade repleta de homens com exceção da filha do líder. Ficamos nesta comunidade por mais tempo que o esperado, Kevin, o líder loiro grisalho com o rosto enrugado e nariz empinado nos prometeu procurar por Joel enquanto buscavam vingança da zona de quarentena. Mas nada aconteceu, não trouxeram notícias, não trouxeram nada... Ellie decidiu fugir, ela mesma queria buscar por Joel, e eu aceitei o plano.

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