Thomaz sorriu e segurou a mão de Emma a seguindo para fora do recinto. Assim que sua palma encostou na dela, o rapaz sentiu como se pequenas fagulhas estivessem aquecendo seu corpo. Eram como brasa, mas ao invés de queimar e machucar, o deixavam eufórico e confuso.
Emma também sentiu algo inexplicavel. Era a mesma sensação que fez seu estômago criar vida quando o perfume de Thomaz a invadiu. Contudo, ela não se deteve. Caminhou firme até os jardins.
— Chegamos! - Disse ela ainda segurando a mão do rapaz.
— Sim. Chegamos. - Thomaz olhou para baixo fitando as Palmas dadas, o que fez Emma reagir imediatamente o soltando.
— Bom... Acho que posso lhe garantir que agora seu pai me odeia para valer. - Disse com um pequeno sorriso satisfeito no rosto.
— Você com certeza não é a pessoa favorita dele. - Respondeu rindo. – Mas, sejamos francos, acho que ele não gosta de ninguém então... - Finalizou encolhendo os ombros.
— Por que cargas d'água ele precisa ser tão ortodoxo? Eu não ando por aí buscando confrontos intelectuais, no entanto, parece que eles me perseguem. - Emma sentou-se em um dos bancos que ficava mais próximo do bosque.
— Talvez seja por que você fica linda quando defende suas ideias. - Thomaz não pretendia dizer aquilo em voz alta e ficou levemente corado quando se deu conta do que tinha feito.
— Está dizendo que só sou linda assim? - Emma mesmo um pouco desconcertada com as palavras do homem, questionou em tom de brincadeira.
— Você quer mesmo entrar neste assunto minha amiga? - Um palmo, apenas um palmo separava o rosto de Thomaz de Emma. A jovem sem perceber perdeu-se naqueles grandes olhos escuros. Sentiu o coração errar uma batida e tentou de alguma forma se concentrar em outra coisa.
— Comporte-se ou usarei meu intelecto contra você. - Disse ela colocando o indicador na testa do rapaz o empurrando um pouco. Sua atitude fez Thomaz sorrir.
Os dois estavam tão entretidos que nem perceberam a aproximação de Marie.
— Ham-ham! - A mulher limpou a garganta e quando finalmente tem a atenção de ambos começou a falar. – Estava sentindo um desconforto lá dentro. Vejo que estão bem a vontade.
Emma baixou a cabeça e tentou controlar a vontade de rir que lhe acometeu. Sua mãe estava os espionando e por mais que houvesse motivos para detestar aquela atitude, Emma achou engraçado como ela tentava encobrir o que de fato estava fazendo.
— Mamãe, talvez devêssemos ir. Estou um pouco cansada. E Lola?
— Se insiste, falarei com seu pai e iremos. Lola, pelo que vi, encontrou um jovem com quem estava dançando lindamente.
A jovem pos-se de pé e Thomaz a acompanhou.— Vai me perdoar meu amigo, porém usar o intelecto como fiz agora a pouco é muito cansativo. - Disse em um tom debochado que fez um sorriso ladino nascer nos lábios carnudos do homem a sua frente. Lábios esses que capturaram a atenção de Emma.
— Imagino que tenha sido exaustivo. Se me der a honra, gostaria de acompanha-las até a saída. Marie sorriu concordando e andou uns dois passos atrás de Emma e Thomaz.
— Esperem aqui. Irei falar com seu pai.
Ambos observavam as pessoas ainda se divertindo. Algumas bebiam e ostentavam suas joias, outras aproveitavam o momento para falar mal de terceiros. No meio de todas aquelas pessoas, Emma avistou sua irmã. A olhou com preocupação, no entanto antes de dizer qualquer coisa Thomaz se adiantou.
-— Aquele é O Jovem herdeiro Collins. O conheci em Paris. Bom garoto. - Emma nada disse, apenas sorriu miúdo.
Logo seus pais voltaram e Lola juntou-se a eles. Como prometido, Thomaz os acompanhou até a entrada, notou os olhares de Elaine Curtis e sua jovem filha Mariana queimarem sobre ele e antes de ir virou-se para Emma uma última vez.
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Além Da Eternidade
FanfictionA jovem Emma Solpel sempre foi considerada por todos a sua volta uma rebelde causadora de problemas. Muito a frente de seu tempo e disposta a enfrentar os padrões de 1861. Thomaz Savói é o herdeiro de uma das famílias mais tradicionais de Paris. C...