Capitulo 23

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    Enquanto a felicidade reinava na casa de Thomaz e Emma, Lorrence não recebia a notícia com muito entusiasmo.

    O homem irrompeu furiosamente pelo corredor escuro em direção ao quarto onde encontrou sua amante, Elaine. Ele estava enfurecido ao descobrir que a nora indesejada estava esperando um filho.

— Elaine, isso é inaceitável! - Gritou Lorrence, sua voz ecoando pelas paredes de pedra da mansão que usava para os encontros sórdidos. — Aquela garota Atrevida não é  digna de ser mãe.

     A mulher, com um vestido de seda azul, permaneceu calma e serena. Ela se aproximou de Lorrence e segurou sua mão tremendo de raiva.

— Meu amor, por favor, acalme-se. Apesar de tudo, você terá um herdeiro. Isso pode ser uma bênção, especialmente porque as mulheres no pós-parto ficam emocionais e frágeis. Podemos nos beneficiar dessa situação.

     Lorrence olhou para Elaine, seus olhos azuis encontrando os dela com uma mistura de fúria e resignação.

— Você sempre encontra uma maneira de me acalmar, minha querida. Talvez você esteja certa. Um herdeiro pode trazer mudanças que não esperávamos, mas também pode ser uma oportunidade para conseguirmos o que almejamos.

     O homem ajeitou seus trajes e saiu antes de mulher, para não levantar suspeitas.

      Após os dias passarem, Thomaz continuou a cuidar amorosamente de sua esposa, fazendo planos para o futuro da família que estavam construindo juntos.

— Minha querida Emma, a cada dia que passa, minha ansiedade pelo nascimento de nosso filho ou filha cresce. Penso nas aventuras que viveremos como uma família e em como seremos abençoados por esse novo capítulo em nossas vidas.

     Emma sorriu, sentindo-se amada e protegida por Thomaz.

— Thomaz, você sempre consegue me fazer sentir especial. Mal posso esperar para ver nosso bebê e enfrentar todas as alegrias e desafios que a paternidade nos trará. Só não me agrada muito virar uma bolinha.

— Deixe disso, será a bolinha mais fofa de toda Marselha.

     Emma sorriu e começou a se levantar e se arrumar.

— Aonde pensa que vai? Precisa de repouso.

— Thomaz meu amor, se eu ficar mais meia hora deitada igual a um vegetal, irei enlouquecer. Respondendo sua pergunta, vou a Fábrica.

— Precisa mesmo? Longe de mim lhe dizer o que fazer, mas, as mulheres não costumam bater pernas por aí quando estão em estado interessante. - Thomaz sabia que isso mexeria com Emma e fez de propósito, só porque gostava de vê-la   defendendo suas ideia.

— Correção meu amor, as mulheres normais não costumam fazer isso, no entanto. - Disse, sentando-se em seu colo. — Eu nunca fui normal, não é mesmo. - Lhe deu um beijo e voltou a se arrumar. — Além do mais, apenas vou passar para dar instruções ao Matheo. Ele ficará encarregado de tudo.

— Muito bem. Vou sair com você então. Preciso mesmo voltar ao trabalho. Agora mais que nunca, afinal, nossa família está crescendo.

     E assim ambos seguiram seus caminhos. Antonie estava radiante com a notícia e como um bom pai e futuro avô, espalhou a mesma por toda sua fábrica. Emma sentiu a pele queimar com tantos olhares e cumprimentos sorridentes que recebeu ao chegar.

— Papai o senhor não tem jeito. Todos estão sabendo, não é  mesmo? - Perguntou assim que entrou em seu escritório.

    Matheo, que estava sentado na mesa ao lado, começou a rir e comentou: — Eu avisei ao senhor que ela ia ficar brava.

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