Os olhos de Laura estavam marejados e ela parecia confusa.
— Eu posso entrar? - Perguntou com a voz trêmula.
— A casa é sua. Claro que pode entrar.
A jovem subiu os três degraus da pequena escada da varanda e girou a chave na fechadura. Respirou profundamente controlando a emoção e entrou. O chalé não estava nas melhores condições, mas, estava longe de ser ruim.
A sala a sua frente possui um bom espaço e era ornada por móveis em madeira de lei. Possuía duas grandes janelas, uma frontal que ladeava a porta de entrada e a outra na lateral que dava visão para o rio. A escada que dava acesso ao segundo piso também separava esse cômodo da grande cozinha.
— Vamos! Suba e veja os quartos. - Emma a encorajou e Laura subiu correndo sem perder tempo. Minutos depois ela desceu com um sorriso ainda mais largo no rosto. — Sei que não nem de perto parecido com a casa na qual cresceu.
— É perfeito. - Laura a interrompeu.
— Muito bem. Acho que suas mãos devem estar coçando para arrumar tudo do seu agrado. Mude-se o quanto antes. - Emma já estava na porta.
— Eu vou voltar com a senhora... com Você. Preciso contar tudo ao meu amor.
— Muito bem, então vamos.
《《》》《《》》《《》》《《》》
Os dias de Laura passaram a ser agitados. Ela e Matheo se mudaram para o sobrado ainda naquele dia e o rapaz apresentou-se na empresa de Antonie na manhã seguinte.
Matheo chegou nervoso ao escritório do pai de Emma. Antonie, o homem, o recebeu com um sorriso amigável.
— Seja bem-vindo, Matheo! – Disse ele, apertando a mão do rapaz. — Estamos precisando de alguém para encaixotar as garrafas de vinho que produzimos. É um trabalho simples, mas essencial. Você se importaria de fazer isso por um tempo?
-— Claro que não, Sr. Antonie! – Respondeu Matheo, aliviado por ter conseguido o trabalho. — Estou muito grato pela oportunidade.
Durante os próximos dois dias, Matheo trabalhou diligentemente, encaixotando as garrafas de vinho de forma organizada e fazendo a contagem correta. Emma e Antonie notaram sua dedicação e precisão, e o convidaram para falar com eles no final do dia.
— Matheo, queremos lhe agradecer pelo seu trabalho excelente – Disse Emma, sorrindo. — Notamos que as caixas vinham com a contagem correta e ficamos realmente impressionados com o seu desempenho.
— Sim, e é por isso que gostaríamos de lhe oferecer um trabalho mais desafiador – Continuou Antonie, cruzando os braços. — Emma precisa de um assistente na contabilidade, e achamos que você seria perfeito para a função. O que acha?
Os olhos do rapaz marejaram e um sorriso abriu-se em seu rosto. Sem conseguir falar, ele apenas concordou com gestos que ambos assumiram como um sim.
Matheo era tão bonito quanto Laura. Tinha a pele levemente mais escura, olhos azuis e os cabelos pretos. Chamava atenção por onde passava e agora que era visto sempre ao lado de Emma pelos corredores da fábrica, rumores começavam a se espalhar e logo chegaram aos ouvidos maliciosos de Lorrence.
— Ouvi dizer que sua nora tem um amante a tira-colo. - Elaine comentou em um de seus encontros íntimos.
— Dizem que é um carcamano. - Responde ele ainda deitado na cama ao lado da mulher.
— Acha que é verdade?
— E isso importa? Vou dar um jeito desse burburinho todo chegar aos ouvidos do meu filho. Thomaz pode confiar cegamente nela, mas, ele possui o sangue quente. Vai agir antes e pensar depois.
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Além Da Eternidade
FanfictionA jovem Emma Solpel sempre foi considerada por todos a sua volta uma rebelde causadora de problemas. Muito a frente de seu tempo e disposta a enfrentar os padrões de 1861. Thomaz Savói é o herdeiro de uma das famílias mais tradicionais de Paris. C...