Emma estava em choque com as palavras de Thomaz. Nem percebeu quantas pessoas os observavam.
— Minha? Foi você que me olhou em desespero por causa da senhora Curtis e sua filha. Só quis ajudar. - Emma deu de ombros e se pos a andar.
— Precisava do beijo? - Thomaz a alcançou e provocou um pouco. Queria ver até onde poderia ir.
— Não estou entendendo. Disse que sonhou comigo e está reclamando. Foi tão ruim assim? - Emma estava disposta a seguir altiva.
— Pelo contrário. - Thomaz parou na frente da jovem. – Ficaria surpresa se lhe dissesse que foi notavelmente bom para um sonho.
— Então não há motivos para reclamar.
Emma entrelacou seu braço no de Thomaz o pegando de surpresa novamente. Fez um pequeno e quase imperceptível movimento com a cabeça e o homem logo notou a presença tanto de Pierre quanto de Mariana.
— Não estou reclamando. - Disse finalmente. – Mas e você. Foi tão ruim sonha comigo?
— Não estou acostumada com esse tipo de sonho. Muito menos ter meu amigo nele.
— Sua sinceridade me confunde Emma, mas admito que isso me deixa ainda mais encantado.
— Cuidado Thomaz, não vá se apaixonar. - Disse brincando.
— Digo o mesmo cara Emma. Seria... Complicado demais.
Thomaz a olhava com tanta intensidade que Emma se esforçou muito para sustentar o olhar. Não queria se acovarda diante dele. Pensou em como deveria responder aquilo, entretanto, antes que conseguisse, foi interrompida.
— Emma Solpel! Passeando com um homem? - Pierre estava parado atrás de ambos e não estava sozinho. Trazia Mariana e sua mãe a tiracolo.
Antes de virar para encarar o garoto, Emma revirou os olhos e Thomaz se segurou muito para não rir.— O senhor não tem nada mais interessante para fazer que não seja perturbar a minha paz? - A resposta cortante dela fez Mariana a olhar com repúdio. — Senhorita Curtis minha resposta te incomoda?
— Digamos que acho falta de modos responder assim a um cavalheiro. - Emma soltou um riso forçado.
— Interromper o passei de um casal pode ser considerado um ato ainda pior na nossa sociedade. - A resposta de Thomaz pega a todos de surpresa e Emma não sabia ao certo se o repreendia por usar a palavra "casal" ou simplesmente embarcava no plano do homem, seja ele qual fosse.
— O senhor Savói está correto. - Elaine se põe na frente da filha e de Pierre. — Peço desculpas pela indelicadeza. Vamos. - Finalizou puxando a filha, porém Pierre antes de acompanha-las virou-se para Emma.
— Sabe que isso não é correto né? Devia pelo menos me dar a oportunidade de...
— Garoto, preciso lhe avisar que é melhor não completar a frase. Emma é dona de si mesma e já disse que não está interessada. Deixe ela em paz.
— É uma ameaça?
— Um pedido gentil, por hora. ‐ Thomaz tinha no rosto uma expressão servera que nunca tinha visto até agora. Parecia estar a um passo de socar Pierre.
— O que está acontecendo? - Marie perguntou, chamando a atenção de ambos.
— Senhora eu só... - Pierre tentou se justificar, porém se deteve ao ver a senhora erguer a mão.
— Não quero suas desculpas. Minha filha já deixou claro sua escolha. Peço que a respeite. — Marie colocou levemente a mão no ombro de Emma e a moça entendeu imediatamente o que a mãe queria.
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Além Da Eternidade
FanfictionA jovem Emma Solpel sempre foi considerada por todos a sua volta uma rebelde causadora de problemas. Muito a frente de seu tempo e disposta a enfrentar os padrões de 1861. Thomaz Savói é o herdeiro de uma das famílias mais tradicionais de Paris. C...