Capitulo 08

47 14 32
                                    

   O coração de Emma disparou como nunca antes. Moveu os lábios e deixou que Thomaz a guiasse. Sentia-se fora do próprio corpo. Não existia nenhum som, não existia nada além dos dois naquele momento. Quando Thomaz levou a destra até sua nuca, um arrepio incontrolável se apossou de cada parte de seu corpo.

Já não aguentando mais sustentar todo aquele contato físico, Emma abriu os olhos e empurrou Thomaz. Seus olhos estavam marejados e antes que o homem pudesse dizer qualquer coisa a jovem pos-se a correr.

— EMMA ESPERA! - Thomaz até tentou alcança-la, mas, foi em vão. – Que merda! - Jogou no chão o pano que usara para limpar o rosto de Emma.
– Como você pode ser tão estúpido? Como se excedeu tanto? - Passou as mãos sobre o rosto desesperado.

    Emma correu tanto que seus pés já estavam doendo. Estava confusa. Lágrimas escorriam por seu rosto. Seu peito subia e descia descontroladamente, tanto que já não conseguia respirar direito. Só parou quando avistou Lola na entrada de casa.

— Emma? O que houve? Porque está vestida assim? Sua boca! Vou chamar o papai. - Antes que a jovem pudesse sair Emma agarrou-se a ela.

— Não precisa. Só me ajuda a entrar no meu quarto sem que me vejam. Depois te conto tudo. Prometo.

Mesmo assustada, Lola fez como a irmã mais velha lhe pediu. Entrou e apanhou um vestido seu, muito parecido com o qual Emma vestia quando saiu pela manhã. Ajudou a irmã a se vestir e depois a guiou até seu quarto. Tiveram sorte que apenas Amélia, uma de suas empregadas da casa, viu as duas.

Assim que entraram, Lola ajudou a irmã a se deitar. Estava curiosa para saber o que a deixara naquele estado, mas, achou por bem apenas deixa-la descansar. A verdade viria de um jeito ou de outro.

    Todas as vezes que adormecia, Emma sonhava com o beijo e seu corpo reagia sem controle. Quando acordou sentiu-se fraca e achou por bem continuar na cama. Quando sua mãe lhe perguntou sobre o corte em seu lábio, Emma mentiu dizendo que havia escorregado e batido o rosto quando voltava pra casa. Lola apenas esperou a mãe sair e sentpu-se na cama da irmã.

— Eu quero a verdade. Por que estava usando calça? E o que te deixou daquele jeito? Não saio daqui sem essas informações.

Vendo que não teria escolha, Emma se recostou e começou a falar.

— Aquela pulga medíocre teve coragem de te dar um soco? Eu não acredito. - A irmã a interrompeu indignada.

— Lola, ele não sabia que era eu e estava bêbado. Deixe-me continuar por favor. - Contou como correu até a casa do amigo e de como ele reagiu ao que Pierre fez. Quando ia contar sobre o resto fechou os olhos e parecia que estava revivendo cada toque, cada sensação. Finalmente voltou a si e contou por que voltou tão assustada para casa.

— Thomaz te beijou? - Lola sorriu e levou as mãos a boca. – Finalmente! Isso é  maravilhoso. Já estava na hora.

— Não! Não é  maravilhoso.

— Porque não?

— Eu estou confusa. Com raiva dele... Mas, ao mesmo tempo, não sinto isso. A raiva. Fecho os olhos e só consigo ver o beijo. Sentir as mesmas coisas. Um pesadelo.

Lola não se conteve e começou a rir. E voltou a se sentar na cama.

— Já parou para pensar que toda essa confusão que está sentindo seja fruto do amor que está vivenciando pela primeira vez? - Lola perguntou levantado-se, andando até a janela e espiando por entre as pesadas cortinas.

— Amor? Ficou doida? Eu não o amo. - Emma respondeu cruzando os braços e amarrando a cara.

— Acho que já vamos saber o que ele sente por você maninha. Thomaz acabou de chegar.

Além Da EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora