Quanto mais se afastavam de casa, mais inseguro Draco ficava sobre aquele plano. O trânsito da tarde mantinha as ruas cheias, e o ar, repleto de sons de buzinas, sirenes e caixas de som brigando pela dominância. Mas à medida que seguiam os trilhos do trem, as estradas principais começaram a se desobstruir, até que os ruídos do trânsito fossem apenas um zumbido a distância. Trilhos vazios se estendiam diante deles.
O caminho estava cheio de garrafas quebradas, pacotes de fast-food e guimbas de cigarro. Donatello e Michelangelo se divertiam cheirando o lixo e Adri tentava, em vão, impedi-los. Um homem de jaqueta preta larga, com as mãos enfiadas no bolso, começou a andar em direção a eles, mas, quando viu Donatello e Michelangelo, atravessou a rua e os encarou intensamente enquanto eles passavam.
- Se formos assaltados ou sequestrados por uma gangue, eu vou ficar bolada - disse Adri. Draco riu, mas isso não aliviou a tensão em seus ombros.
- Anotado. - Harry parecia indiferente à tarde abafada. A luz dourada que atravessava o céu e se espalhava contra os muros dos edifícios não o tocava. Em vez disso, ele estava lavado em azul-baço, a cor do crepúsculo.
Harry acelerou o passo até que Adri e Draco tivessem que correr para acompanhá-lo. Donatello e Michelangelo trotavam, suas enormes patas batendo contra o pavimento.
- A gente tá perto? - perguntou Draco.
- É logo ali na frente! - Draco enfiou o colar de Harry para dentro da camisa. Não queria ter que pensar em uma explicação se os amigos dele notassem.
- Aqui, aqui, aqui! - Harry acenou freneticamente para eles enquanto corria para o lance de escadas que guiava a descida dos trilhos.
- Espera! - gritou Draco atrás dele, sendo dominado pelo pânico enquanto seguia Harry. Por sorte, Harry parou no topo da escada, mas estava pronto para descer, uma das mãos já no corrimão.
- O que foi? - perguntou ele.
- Qual é o plano? - disse Draco, as mãos inquietas.
- Plano? - repetiu Harry, fazendo uma expressão confusa.
- É, tipo, o que a gente fala pra eles? - Harry gesticulou casualmente:
- Nada, eu só quero saber se eles estão bem!
- Hã. - Adri se juntou a Draco. - A gente não pode chegar ao esconderijo dos seus amigos e ficar, tipo, "Oi, só vim ver se vocês estão bem!", e ir embora - disse ela. Draco assentiu às pressas. Ficou muito grato de ter outra voz da razão ao seu lado. Harry resmungou, como se planejar fosse um enorme inconveniente.
- Eu te digo o que falar na hora!
- Espera, tipo Cyrano de Bergerac? - perguntou Draco com um riso sarcástico. Harry pareceu confuso.
- Hã... é.
- Você nem sabe quem é, né? - perguntou Adri. Harry bufou.
- Sei! - Ele definitivamente estava mentindo.
- Esse plano não funcionou muito bem pra ele, então não acho que vai funcionar pra gente - argumentou Draco, mas Harry já não estava prestando atenção.
- Blá-blá-blá! Vai dar tudo certo! - insistiu ele, já virado para as escadas, se remexendo. - Bora, eles estão logo ali!
- Potter! - sibilou Draco, mas era tarde demais. Harry já estava na metade da escada quando Draco o alcançou. Desceu o mais rápido que pôde, tropeçando apenas uma vez quando seu calcanhar raspou em um degrau irregular.
Na base das escadas, ele virou a esquina para encontrá-lo no túnel de concreto sob os trilhos. Grama crescia pelo pavimento rachado e água escorria pelas grandes pilastras. O chão se inclinava para cima nas duas pontas, encontrando a parede do arco.
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Cemetery boys - Drarry
FantasyㅤEle estava sem saída, Draco concorda em ajudar Harry e, em contrapartida, ser apoiado na busca pelo espírito de seu primo recém-assasinado. Assim, ambos sairão ganhando. Ou é o que ele espera. ㅤNo entanto, quanto mais tempo Draco passa ao lado de...