capítulo 12 - A origem de Lord Voldemort.

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A reunião de bruxes estava acontecendo no pátio ao ar livre atrás da igreja. As festas eram sempre feitas ali, desde casamentos até aniversários. Havia arcos de pedra pintados da mesma cor da igreja e mesas longas se espalhavam pelo pátio, cobertas por toalhas compridas de serape e vasos de barro ornamentados com flores de papel. Dezenas de bandeirolas coloridas estavam penduradas no alto, junto com lanternas de papel. Mesas cheias de comida tinham sido dispostas entre as pilastras. Tinha pan de muerto, arroz, feijão e grandes travessas de alumínio cheias de ropa vieja. A carne desfiada cozida com especiarias e pimentas vermelhas era uma das especialidades de Lita.

Lita havia designado uma mesa para bruxes mais jovens, e colocara todo mundo para trabalhar. Oito bruxes entre seis e catorze anos faziam artesanatos para o Día de Los Muertos. Caveiras de açúcar estavam aguardando ser decoradas. Caixas cheias de calêndulas e crisântemos estavam empilhadas ao lado, deixando o ar adocicado.

Draco seguiu seu tio e pegou um prato de comida antes de tentar se infiltrar na multidão que rodeava seu pai. A expressão de todos era tensa, as vozes, baixas. Ele viu tio Ted, mas ele era fácil de localizar a distância: comprido e largo, ele era pelo menos uma cabeça mais alto do que todo mundo ali. Mas não viu sinal da tia Andrômeda ou de Tonks.

Equilibrando o prato em uma das mãos, Draco pegou o celular com a outra e digitou uma mensagem para Adri.

"Está todo mundo na igreja. Cadê você?"

A resposta de Adri foi quase imediata.

"Tô sendo feita de refém. Estão me fazendo provar vestidos. Mande o resgate."

Draco riu

"Vou rezar por você."

O pai de Draco estava no meio do pátio, o cabelo desgrenhado, algo bem incomum para Lucius Malfoy, se virando de um lado para outro enquanto era bombardeado de perguntas.

- Lucius - chamou tio Peter. Ele apontou Draco e seu pai precisou ficar na ponta dos pés para vê-lo. Draco se encolheu quando todos se viraram para ele. Seu pai suspirou aliviado e Draco sorriu sentindo-se culpado, se apertando por entre o mar de bruxes para chegar até ele.

- Onde vocês estavam? - perguntou seu pai, a voz frustrada, embora ele soasse mais cansado.

Draco sentiu uma nova onda de culpa. Seu pai parecia exausto, seus olhos inchados e com círculos pretos em volta. Quanto ele dormira nas últimas quarenta e oito horas? Não podia ter sido muito.

- Desculpa, pai - disse Draco, porque realmente estava arrependido. Não queria deixar o pai preocupado; ele já tinha muito com que lidar sem que Draco causasse mais estresse.

- Você fica fugindo e chegando tarde em casa - disse Lucius, como se fosse uma pergunta. Draco tentou pensar em uma desculpa. O que Adri diria?

- Eu só...

- Ele estava comigo, hermano - disse tio Peter com um sorriso apologético e a mão no ombro de Draco. - Nós estávamos conversando, perdemos a noção da hora. Não queríamos preocupar você - explicou ele com uma sinceridade gentil. Draco olhou para ele, surpreso.

Lucius franziu o cenho, rugas fundas cortando sua testa. Algo ardia no fundo de seus olhos, mas Draco não conseguiu identificar o que era. Teve a sensação de que seu pai não gostara da resposta, mas ele apenas assentiu. Por sorte, Draco não ia levar um sermão, pelo menos não naquele momento. Seu pai tinha assuntos mais importantes.

- Como pode não ter nenhum sinal de Timothy? - perguntou uma jovem bruxa, e o grupo se agitou em mais perguntas. Eles rodearam seu pai novamente, empurrando Draco e seu tio para fora do caminho.

Cemetery boys - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora