Cemetery boys - Drarry

capítulo 21 - Día de Los Muertos.

Draco estacionou o Stingray algumas ruas depois do cemitério. Em parte porque a rua estava cheia de carros - todas as famílias bruxes tinham ido celebrar e receber os espíritos. Mas também para ganhar tempo e pensar em como devolveria o carro a Sirius. Mas esse era um problema para amanhã. Naquele momento, ele e Harry precisavam passar pelo cemitério e chegar à igreja antiga sem serem notados.

- Só aja naturalmente - murmurou Draco enquanto se aproximavam do portão.

Com o Día de Los Muertos a uma hora de começar, havia energia espiritual o suficiente no ar para que Harry passasse relativamente despercebido. As portas estavam abertas e as pessoas entravam aos montes. Bruxos ali perto saudavam a todos, mas também cuidavam para que ninguém de fora entrasse na celebração bruxe pensando que fosse uma festa de Halloween. Atravessar os portões foi como entrar em um mundo feito de luz dourada e cores.

- Uau - sussurrou Harry, maravilhado. Velas ladeavam todas as trilhas e as lápides até onde os olhos alcançavam. Arcos adornados com calêndulas assomavam sobre as sepulturas, os sarcófagos e os mausoléus. Bandeirolas se cruzavam acima de suas cabeças. Mais calêndulas e crisântemos vermelhos forravam caminhos e túmulos de terra. Garrafas de rum com pimenta estavam recostadas nas lápides, destinadas a aquecer os ossos dos espíritos que retornavam. O cemitério fora preenchido com energia e empolgação. O ar parecia vivo e elétrico, como o momento antes de uma trovoada.

Oferendas adornadas cobriam cada espaço disponível. Alguns altares eram modestos, com apenas uma foto, velas, incenso de copal e pan de muerto. Por outro lado, algumas pessoas pareciam tomar como um desafio superar os outros todo ano. Alguns altares tinham dois metros de altura, recheados de comidas e bebidas. Havia grandes retratos pintados apoiados nas paredes do columbário. As urnas estavam empilhadas com calêndulas. Mais flores sagradas tinham sido derramadas sobre todas as superfícies possíveis. Na oferenda de uma menina jovem, uma bicicleta havia sido coberta com as flores cor de laranja, sua foto enfiada nos aros.

À medida que adentravam o cemitério, gritos preenchiam o ar. Vozes altas e vibrantes em afiados "ay, ay, ay!" que cortavam o ar, ficando mais intensos conforme mais gente entrava na gritaria. As exclamações eram para trazer os espíritos de volta ao mundo dos vivos. Quando os gritos aumentavam, as chamas das velas próximas se acendiam e crepitavam de empolgação. Centelhas douradas ondulavam pelas calêndulas como em um espetáculo de luzes coreografadas. Quanto mais alto o grito, mais brilhantes elas ardiam.

A risada feliz de Harry o fez sorrir quando passavam entre os celebrantes, espíritos e bruxes. Todo mundo estava vestido a caráter. Três garotinhas brincavam de pega-pega entre as lápides, usando vestidos bufantes de tule e cetim. Bruxos mais jovens vestiam calças bonitas e camisas engomadas, enquanto as bruxas usavam saias ondulantes e penteados complicados. Os bruxos mais velhos carregavam joias sagradas, passadas por gerações. Pesados alargadores de jade e obsidiana balançavam de seus lóbulos. Uma mulher mais velha usava um grande pingente de jade esculpido para parecer uma cobra de duas cabeças. Um elaborado ornamento nasal usado por um homem sendo guiado por uma moça era feito de turquesa e ouro. Um sino pendia de cada narina.

Nas escadas da igreja estava o pai de Draco, com Lita ao seu lado. Eles cumprimentavam bruxes entrando na igreja. Lita parecia uma rainha, o queixo erguido orgulhosamente. Seu pai, por outro lado, parecia distraído e chateado. Entre apertos de mão e sorrisos, seus olhos procuravam pela multidão, rugas profundas na testa.

Draco sabia que era por sua causa. Ele não havia mandado mensagem nem retornado as ligações, e uma culpa afiada o instigava a pegar o celular imediatamente. Em vez disso, Draco puxou o capuz sobre a cabeça. Podia inventar desculpas e pedir perdão mais tarde. Agora tinha um trabalho para terminar.