O restante do dia correu sem incidentes. Harry estava estranhamente quieto, tanto que Draco se viu torcendo para que ele voltasse a aprontar. Sr. Slughorn, o professor de matemática, precisou alertá-lo duas vezes sobre manter os olhos na própria prova. Draco não parava de olhar para o fundo da sala, onde Harry estava sentado encarando o nada pela janela.
Quando o dia escolar finalmente acabou, eles encontraram Adri e começaram a andar de volta para casa. Harry caminhou na frente. Draco trocou olhares preocupados com a prima. Realmente não aguentava mais o silêncio de Harry. Era estranho. Ele odiava.
- Então, hã... - Draco acelerou um pouco o passo para alcançá-lo. - Seus amigos não estavam na escola, né? - disse ele, tentando puxar conversa.
- Eles estão bem - disse Harry, e sua expressão carregada deixou nítido que aquela não era a melhor maneira de melhorar seu ânimo. - Eles só matam muita aula, sabe? - Harry assentiu, como se estivesse tentando se convencer. - Eles estão bem.
Draco olhou para Adri em busca de apoio, mas tudo que ela fez foi encolher os ombros exageradamente.
- Foi bem legal que você conseguiu chutar aquela bola de futebol - disse ele. Harry pareceu confuso, como se tivesse se esquecido.
- Logo, logo você vai conseguir bater portas e arrastar uns móveis - disse Draco com uma risada forçada. - Com o Día de Los Muertos chegando, você vai estar no modo turbo de fantasma. Mas talvez seja melhor não ter mais ataques na frente de não bruxes? - acrescentou, fingindo um tom casual. Harry voltou a sorrir, ainda que fracamente.
- É, foi mal. - Ele ainda não estava 100%, mas estava melhorando, e Draco considerou isso melhor do que nada.
- Talvez seja bom aproveitar a chance para melhorar seu autocontrole. - Harry riu.
- Entendido.
- Ótimo, agora que você parou de bancar o chorão... - Adri se colocou entre eles. Harry revirou os olhos para Draco por cima da cabeça dela, e ele não conseguiu evitar sorrir. - A gente precisa passar na minha casa para deixar minhas coisas. Eu não posso sair correndo por Los Angeles arrastando o tijolo que é meu livro de química - disse ela, levantando a mochila nos ombros para dar ênfase.
Por sorte, a família de Adri morava a um quarteirão de distância do cemitério, então era uma parada rápida no caminho. A casa era quadrada e amarela, com uma cerca de arame em volta. O portão tinha uma placa com os dizeres "cuidado com os cachorros" e os carros dos pais dela estavam na garagem.
- Você fica aqui - disse Adri a Harry, apontando para a minivan cinza de sua mãe. Harry fez um som indignado.
- Quanto tempo vai demorar?
- Só um segundo. - Ele não pareceu convencido.
- Seja discreto - pediu Draco. - E se alguém te olhar, provavelmente será algum bruxe, então só aja como um espírito... Harry estreitou os olhos.
- Mas eu sou um espírito...
- Só não faça nada suspeito, tá? - Harry olhou em volta, meio perdido.
- Deixa pra lá, só... - Draco agitou as mãos. - Só se esconde atrás da van e a gente já volta! - Harry revirou os olhos, mas obedeceu, se agachando atrás da van empoeirada.
- Eu não sei como isso não parece suspeito, mas ok - murmurou ele.
- Nós já voltamos! - repetiu Draco, empurrando Adri para dentro de casa.
- Cheguei! - gritou ela assim que entrou, jogando sua mochila no sofá.
- Estou aqui! - respondeu a mãe de Adri.
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Cemetery boys - Drarry
خيال (فانتازيا)ㅤEle estava sem saída, Draco concorda em ajudar Harry e, em contrapartida, ser apoiado na busca pelo espírito de seu primo recém-assasinado. Assim, ambos sairão ganhando. Ou é o que ele espera. ㅤNo entanto, quanto mais tempo Draco passa ao lado de...