Livro I — Devir
12 de março, 1900
I
Você pode estar sozinha mesmo rodeada de pessoas.
Mas nunca estará sozinha se acompanhada de uma boa bebida...
De fundo eu escutava a orquestra. Por cima do ombro, via minha irmã sumir entre as pessoas, se agarrando ao braço de um rapaz. Suspirava. Remexia minha bebida na taça, tomando um pequeno gole, apenas molhando meus lábios. Doce vinho. A cacofonia de vozes faziam meus ouvidos doerem. Essa era a razão de estar sozinha na sacada. O vento salgado acariciava minhas bochechas, refrescando minha pele.
Debruçada no parapeito, admirava o brilho da cidade, da festa tomando todas as ruas. Estava quase chegando a hora do grande espetáculo, esperado ansiosamente por cada participante. O desabrochar das flores da Rainbow Tree – que eu não estava assim tão animada. – A lua reinava divina na abóbada celeste, alçando-se para seu trono no centro do céu, sem muitas nuvens; seu reflexo reluzia no mar calmo – isso sim me cativava...
II
Alguém juntou-se a mim, ficando do outro lado da sacada. No princípio pouco me importei. Ignorei, aproveitando meu próprio silêncio, pois, estava farta das conversas vazias dos homens daquele lugar. Entretanto, aquela voz...
"É uma noite muito bonita, não acha?", perguntou a mim o recém-chegado, de maneira casual.
Como não reconheceria?
"Deveras, senhor Dragneel."
Um tanto surpreendida, o observei de soslaios. Seus olhos verdes como jade encaravam o horizonte, perdendo-se nele; pensativo em algo. E esses mesmos olhos perdidos encontraram seu destino nos meus, quando pareceu notar encará-lo. Um sorriso suave brotou no canto de seu rosto, e assim questionou:
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Promessas de primavera
RomansaEntre alianças e traições, o sangue é derramado. Quando o certo e o errado se tornam apenas questões de perspectiva, em quem confiar|? Entre nobres, o vale é o que se pode oferecer. Mas o que se pode dar em troca de uma vida? De um destino? - 1° L...