O Jardim de dália

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"Escolha peculiar para o café-da-tarde" Rose comentou, servindo-nos.

Eu e Natsu estávamos sentados à mesa do coreto. Suas colunas esculpidas em mármore branco, ricamente decoradas com entalhes florais e padrões intrincados, erguiam-se em direção ao céu como guardiãs da harmonia que reinava naquele espaço. O telhado de cúpula abobadada, revestido com telhas de cobre polido, refletia os raios do sol de inverno, criando uma aura dourada ao nosso redor.

"Para nós se passaram cinco horas! É bom respirar um pouco de ar fresco" Natsu explicou, levando à boca uma xícara fumegante de café. Enquanto eu seguia seus gestos, dei um gole no meu próprio café, deliciando-me com o sabor harmonioso de caramelo que se misturava à suave espuma de leite que o adornava. Uma combinação simplesmente divina, como uma dança de sabores que acariciavam meu paladar. "Lucy comentou algo sobre Gray?"

"Na verdade...", a governanta o serviu novamente: "Eu queria saber se o senhor teve alguma notícia do lorde. Faz tempo que não o vejo".

A neve caia graciosamente à nossa volta, pintando o ambiente em tons pálidos.

"Ele deve estar no ducado dele em Edur", com um gesto suave e cuidadoso, ele pousou a xícara sobre o pratinho, movendo-se com lentidão, como se temesse quebrá-la involuntariamente, como vi algumas vezes acontecer. "Não sei. Conversamos bem pouco nesses anos.".

"Acho uma pena isso..."

"Objetivos diferentes. Foi um curso natural para nós", brincou Natsu, lançando-me um olhar de soslaio. "Rose, não deixamos de ser amigos por isso. Nossas vidas encontraram significados novos, apenas isso... Por exemplo, encontrei um novo respiro para mim ao me tornar professor. Erza uma matriarca. O Gray... Ele teve seus motivos. E Lucy sempre gostou de mirar alto".

"Bem maduro de sua parte", observou ele com uma pitada de admiração, antes de dirigir sua atenção para mim: "Lady, como são suas aulas? São boas? O sr. Natsu lhe ensina bem?"

"Ele é diferente de minha mãe", após dar um longo gole, delicadamente, repousei a xícara no pratinho de porcelana, deslizando meu dedão pela sua alça suavemente. "É um bom professor, bastante liberal, diria. Só que, às vezes, acaba sendo cuidadoso até demais...", retribui o olhar dele, sorrindo de canto. "Me ensinou muito nesses meses, muito mais do que eu mesma esperava".

"Porque é uma ótima aluna", pontuou: "Sempre me faz adiantar as coisas uma, duas semanas".

"Vejo que se dão muito bem! Isso é maravilhoso de se ver."

Um pequeno sorriso pairava nos lábios de Rose, carregando consigo algo mais do que um simples gesto de cortesia. Havia nele um tom de carinho, ou talvez até um leve alívio.

"Eu não esperava que viraria um professor, sr. Natsu. Ainda mais de uma doce garota como a lady Marveel. Acreditei que tentaria alguma vaga como cavaleiro para a Guarda Real."

Sempre me perguntei qual seria a reação de Rose naquela época, caso eu tivesse revelado que ele era meu cavaleiro.

"O destino é engraçado."

"Deveras", ela falou: "Aceita mais café, senhorita?"

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