Capítulo 4

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Então ouvi o motor do carro onde vinha a Maggie e larguei Derek, que, por sinal, ainda devia a maior explicação da minha vida.

Assim que ouviu o carro, Nick saiu apressadamente de casa e desceu as escadas do alpendre, quase tropeçando em mim, enquanto Maggie dizia:

- Vim o mais rápido que pude. Onde estão a Zola, o Bailey e a Ellis?

- Lá em cima no quarto, obrigado por vires. - Respondeu Nick, vendo que Derek se tinha escondido atrás das plantas.

- Mas... O que se passa? - Perguntou Maggie.

- Não podemos dizer ainda, quando soubermos mais, contamos. - Disse Nick, vindo na minha direção.

Derek esperou que a Maggie entrasse para sair do seu esconderijo. Veio sentar-se ao pé de mim e do Nick e começou a contar:

- Está bem, então neste momento vocês devem odiar-me, principalmente tu, Meredith. Mas ouçam só o que eu tenho para dizer e se decidirem que nunca mais querem ouvir falar de mim, então eu vou embora e nunca mais me veem.

Ambos acenamos com a cabeça. Nick não largava a minha mão e a outra ia fazendo festas na minha coxa.

- Como sabem, declararam morte cerebral e desligaram-me as máquinas. Eu sei tudo isto, porque estava meio acordado. Conseguia ouvir e sentir tudo o que se passava, mas não me conseguia mexer. Quando desligaram os aparelhos, fiquei algum tempo sem respirar e só me lembro de adormecer a ouvir-te dizer que "estava tudo bem". - lágrimas escorriam dos meus olhos. Como assim ele estava acordado a ouvir tudo?! Sentia-me tão culpada por ter desligado as máquinas e tão irritada com Derek por deixar passar todos estes anos. Para além disso, eu conheço-o, sabia que se pudesse envolvia-me num abraço naquele momento, mas Nick não me largava e não parava de olhar para ele como se o fosse matar. - Não sei quanto tempo estive a dormir, só me lembro de abrir os olhos e ver um pano branco sobre mim. Reparei que conseguia mexer as mãos, por isso tentei levantar-me. Não sabia onde estava, não me lembrava de nada. Quem era, em que ano estava, nada.

No entanto, algo me dizia que tinha de sair dali sem ninguém reparar, por isso, agarrei em algumas compressas que estavam na sala, para fazer o formato do meu corpo, e instrumentos de metal, para igualar o peso. Fugi dali o mais rápido que pude e fiquei uma semana a dormir na rua. Até uma velha senhora me convidar a ir com ela. Acolheu-me, dava-me comida e levou-me ao médico. Disse-me que tinha amnésia, deu-me um novo nome e mandou-me seguir com a minha vida. A senhora morreu 4 anos depois, ataque cardíaco. Após isso, tive de me aguentar sozinho. Já tinha um trabalho, como entregador de pizzas. Não dava para muito, mas era o essencial.

Há seis meses, vi um post-it azul no chão e tive alguns flash backs, no entanto, ainda não me lembrava sequer de metade. Estive dias a investigar o teu nome, Meredith, e memórias iam aparecendo, como um puzzle, que aos poucos se montava. Agora acho que recuperei totalmente a memória. Eu não tinha a certeza se viria, tu tinhas seguido em frente, não te queria estragar a vida, en-

- Pois, mas acabaste por estragar - Respondeu Nick. Ele conteve-se muito para não o interromper com um soco na cara, e eu até entendo. Afinal estás feliz com uma mulher e vem um homem, supostamente morto estragar a tua felicidade. Mas ele também sabia desde o principio que eu nunca esquecera Derek, que, se por um milagre qualquer, ele voltasse um dia, eu provavelmente abandonaria Nick.


Está a ficar tenso! Obrigada por lerem!

Beijão! ❤️💖

A nossa história... Outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora