Capítulo 35

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Era mais uma noite no Devil’s Head, o bar estava lotado mesmo que fosse uma segunda a noite, as groupies que cercavam os caras do clube estavam sempre por ali, fazendo o lugar sempre estar em festa.

Mas pra mim era apenas mais uma noite de merda, tentando me esquecer de Maria me afundando no fundo de uma garrafa, mesmo sabendo que não adiantaria de nada, bastava uma pequena coisa para me lembrar dela.

O Devil’s era o único lugar onde eu não tinha criado uma memória com ela, talvez por isso eu estivesse passando tanto tempo ali.

— Onde Brutos foi que não o vi reclamando até agora? — perguntei a um dos caras que estava no bar, estava precisando de distração e Brutos era ótimo pra isso.

— Ele saiu ainda era cedo, não tenho ideia onde ele foi.

— Talvez só esteja cansado dessa sua cara feia. — Denis exclamou chegando por trás de mim e me chacoalhando pelos ombros.

— Duvido muito, ele já está acostumado com a sua. — empurrei o idiota, mas quando me levantei soube que seria como uma intervenção, todos estavam rodeados a minha volta. — O que foi agora?

Todos ficaram calados, um esperando pelo outro tomar a frente e falar algo, até que Ana tomou a frente.

— Só queremos saber até quando vai durar esse seu estado de sofrimento e quando vai tomar uma atitude.

Eu estava cansado de todos me perguntando aquilo, já deveriam saber que eu não tinha o que fazer, por mais atitude que eu quisesse tomar não ia fazê-lo, não ia machucar Maria ainda mais.

Parecia até que eles não se importavam com o que eu estava sentindo, começava a dar a impressão de que eles só queriam que eu parecesse bem, independente de como me sentia por dentro.

— Vão começar de novo com essa história?

— Cara, só estamos tentando te ajudar. — Kai disse se aproximando. — Maria está sofrendo como você, então porque não coloca um fim nisso?

— E que tal se eu colocar um fim nessa conversa chutando o seu traseiro? — rosnei farto daquela conversa.

— Acho bom estar pronto para apanhar hoje! — a voz de Maria invadiu meus ouvidos, mas só podia ser um delírio. Porém quando abriram caminho meus olhos avistaram a baixinha que habitava em meus sonhos. — Porque o único que vai ter a bunda chutada aqui é você!

Era ela! Bem ali no meio de todos aqueles malucos, no bar que eu cresci, Maria estava ali com as mãos na cintura e me olhando cheia de raiva.

Então meus olhos se focaram no homem atrás dela, é claro, Brutos tinha que fazer aquela idiotice!

— O que você fez seu babaca? Porque a trouxe aqui?

— Não, não. Vamos resolver tudo brigando lá fora. — ela insistiu indo para os fundos junto com ele e com os outros.

— Eu não vou brigar com você, Maria! Ficou doida? — eu tinha que dar um jeito de manda-la ela embora antes que eu fizesse alguma besteira e esquecesse o pai dela. — Porque veio até aqui? Não temos mais nada pra conversar e não vai demorar para que minha garota chegue...

— Pelo amor de Deus, Miguel! Acabe com essa merda, as únicas garotas que tem visto nessas duas semanas são as suas mãos que secam suas lágrimas! — Laura gritou me interrompendo. — Agora vamos logo lá para fora, quero vê-la chutar seu traseiro.

Segui Maria querendo convencê-la a ir embora, ela conversava com Brutos quando eu cheguei bem perto dela, podia até sentir o perfume dela e o cheiro dos cremes que usava no cabelo.

Amor de Motoqueiro - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora