20. Rival

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Agnar tira seus óculos quando Scorpia fecha a porta do carro, o motorista da limusine do vampiro dirige em silêncio.

Jade observa o homem sentado na sua frente, ele desliza a mão para dentro do seu bolso e tira de lá um maço de cigarros de maconha, ele toma seu tempo ao acender um deles e fuma-lo devagar.

Ele exala a fumaça e diz:

— Eu achei que nós tínhamos entrado num acordo na última vez que nos vimos Jade — Ele abre levemente a janela pra que a fumaça saia por ela — Eu não fui claro o suficiente?

— Você foi — Jade diz, sem rodeios.

Ele ergue uma sobrancelha.

— Não é o que me parece —  Ele diz —  Aquela prostitua esfriando nas águas do rio me diz o contrário.

—  Não —  Jade diz, mantendo a calma, tudo o que ela não precisava no momento era iniciar uma discussão —  Te diz exatamente o que você precisa saber: que quem quer que tenha tirado sua vida, foi desleixado e incontrolado.

—  O que é exatamente o contrário de tudo que Jade é —  Scorpia complementa.

Os olhos dourados de Agnar se desviam devagar para Scorpia, tudo em sua expressão é um mistério, nesse momento, Jade não faz a menor ideia do que se passa na mente de sue criador. 

— Eu ia dizer que se parece muito com a morte de uma certa camponesa — Agnar diz —  Séculos atrás, que morreu pelas mãos de uma incontrolável Jade —  Ele apoia seus cotovelos nos joelhos e abre um sorriso, inclinando a cabeça —  Me diga querida, você se lembra o nome dela?

Jade se inclina e a centímetros de Agnar.

—  Eu não matei aquela mulher —  Ela diz, olhando seriamente para ele, Agnar analisa o rosto de Jade por um minuto antes de se afastar e tirar algo de dentro de uma bolsa na lateral do carro.

Ele joga um saco plástico na direção dela, que o segura no ar.

—  Seus irmãos —  Ele diz, se referindo aos outros vampiros do coven que foram criados por Agnar — Encontraram isto perto do corpo esta manhã, apenas alguns minutos antes de sua irmã Scorpia passar por ali — Ele olha para a irmã de Jade, criando um novo interesse na mulher — O que me fez pensar que talvez, você possa ter sido responsável por isto, mas eu sei que apenas uma pessoa no mundo inteiro tem itens tão únicos como estes.

Jade olha para o saco plástico e sente sua alma da um salto em si.

Dentro do saco, há duas alianças de prata, antigas, sujas de sangue.

As alianças de casamento de Kit e Jade, ao qual Jade acreditava terem sido perdidas para sempre no incêndio em seu escritório.

Incêndio que Agnar começou.

De repente, algo estala no fundo da mente de Jade, um pensamento frio e perigoso.

Mas antes de chegar a quaisquer conclusões, ela decide testar sua teoria.

— Onde você achou isso?

Agnar ri e volta a fumar.

—  Eu acabei de dizer Jade, não me faça repetir.

— Estas alianças estavam dentro de um cofre no fundo do meu escritório —  Ela diz —  E graças a você, absolutamente tudo lá se transformou em cinzas ou metal derretido, incluindo o cofre, então eu vou perguntar novamente, como conseguiu isso?

Agnar olha para ela como um gato arisco.

—  O que você está insinuando?

Jade coloca as alianças no seu bolso.

We Go Down Together [Versão em Português]Onde histórias criam vida. Descubra agora