23. Let It All Go

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Kit estava tirando os nós do seu cabelo quando Agnar finalmente chega, ela passou duas horas esperando, e se entediou demais.

Ele entra com sua elegância felina, vestindo uma camisa de linho e calças de seda vermelhas, o cabelo escuro preso num coque baixo e um maço de cigarro na mão e uma bandeja com uma tigela cheia de alguma coisa na outra.

— Bom dia Kit — Ele diz sorrindo — Eu espero que você com o estômago melhor pra comer algo agora.

Kit o fuzila com o olhar, o que faz sorrir e por a bandeja em cima da mesa.

— Eu trouxe sopa de macarrão e tofu — Ele diz — Não sei exatamente o seu gosto, mas essa sopa é deliciosa.

— Não obrigada — Kit diz, com audácia — Eu não confio em você.

Agnar ri e se aproxima, se encostando contra a porta.

— Você acha mesmo que eu te deixaria aqui se quisesse te matar?— ele inclina a cabeça, o rosto escupido como o de um deus parecendo quase mágico, Kit sentia uma pequena pontada de inveja de como ele parecia tão impecável o tempo todo, apesar de ela odiar tudo sobre ele e principalmente o fato de ele ser um homem — Acredite querida, você não precisa se preocupar de ter veneno em sua comida, eu não uso esse tipo de tortura.

Os pelos do braços de Kit se arrepiam e ela se sente enojada.

— Por que eu estou aqui? — Ela pergunta — O que Jade tem haver com tudo isso?

Agnar puxa a cadeira e se senta.

— Estou tão feliz que você perguntou — Ele diz — Acho que já está na hora de você saber algumas coisas que Jade tem escondido de você.

Ela levanta a cabeça.

O que?

— Do que você está falando?

Agnar suspira e fica em silêncio por alguns minutos antes de dizer:

— Jade pertence a nós — Ele diz — Ao nosso coven.

Kit ri, soltando um som anasalado.

— O que? Você vai me dizer que vocês são bruxos rebeldes fazendo magia negra?— Ela zomba.

— Temos feiticeiros entre nós — Ele diz — Mas não, esse não é nosso forte, mas preste atenção Kit, eu não estou brincando — Ele puxa um cigarro, suas unhas longas fazendo baixos "clics" ao encostarem uma na outra.

— Vá direto ao ponto então — Ela diz, azeda.

Agnar revira os olhos dourados, ele acende seu cigarro.

— Eu suspeito que haja um traidor entre nós — Ele diz, olhando pra ela — anteontem a noite , uma mulher foi morta, uma meretriz, e jogada no rio.— Kit ergue as sobrancelhas — E eu desconfio que seja alguém aqui dentro, mas sabe o que é engraçado? Encontramos pertences de Jade no corpo da meretriz — O coração de Kit para dentro do seu peito — Aparentemente todas as evidências e provas apontam que a responsável por aquela morte é ela.

Kit sente sua mente focar e diz:

— É claro que não! Você ficou louco? Jade nunca seria capaz de...

— Matar alguém? — Ele abre um sorriso — Ah querida Kit, você não sabe nada sobre ela, Jade é uma de nós, matar é parte do instinto dela.

— Não — Kit insiste — Jade jamais jamais faria isso!

Agnar suspira.

— Lembra-se da cabana e do corpo encontrado na floresta algumas semanas atrás?

Ela olha pra ele e ergue seus ombros, deixando sua postura ereta, seu coração está apertado em seu peito, ela começa a sentir suas mãos formigarem.

We Go Down Together [Versão em Português]Onde histórias criam vida. Descubra agora