Daichimiya: Cafeteria

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Daichi ama café. Café americano, espresso, duplo, cappuccino... Adorava todos. Naquele dia, saiu de casa pelo café. Na verdade, havia saído para o trabalho, como todos os dias, mas a motivação era tomar um cafezinho depois do expediente. Uma determinada rede de cafeterias abriu uma filial em Miyagi e, com isso, ganhou uma bebida grátis em uma promoção de inauguração, então nada mais justo que buscá-la com o melhor sorriso no rosto.

Deu sorte que a cafeteria era perto da delegacia que patrulhava vez ou outra, mas dessa vez passou em casa para trocar de roupa a fim de causar uma boa primeira impressão, pois, por vezes, seu uniforme de trabalho intimidava as pessoas.

Abriu a porta, acompanhado de um sininho. Adorava lojas com sino ao entrar por algum motivo que não conhecia, foi à bancada e mostrou o celular, onde tinha o cupom de seu café grátis. Era um simples expresso de avelã, mas nunca tinha provado e estava ansioso.
Sentou-se em uma banqueta bistrô que achou muito bonita, com seu encosto arabesco. A decoração do lugar era minimalista, um bege claro com algumas sementes de café pintadas em marrom, era aconchegante e o cheiro o fazia feliz e relaxado.

Ouviu seu nome e foi à bancada de novo para pegar o seu copo. Um copo médio feito com uma espécie de papel cartão impermeável e reciclado, com tampa, esta que tirou, pois estava curioso sobre como parecia. Forte e escuro, com uma espuma bem presente junto com chantilly e uma calda de chocolate, aspirou com um sorriso bobo no rosto, sentando-se de volta. O café tinha que ser apreciado de todos os jeitos possíveis.

Tapou-o novamente e girou um pouco o copo. "Legal, escreveram meu nome certo" pensou. Não que fosse um milagre acertar seu nome, mas sempre tinham algumas pessoas que ultrapassavam o limite do senso comum. Notou que tinha algo mais escrito ali do que o seu nome.

Daichi: O dono do sorriso mais lindo que conheci

A letra parecia familiar, mas não se lembrava ao certo. Corou e olhou para trás, nada. "Será que eles me viram sorrir por causa do sino? Que vergonha", sacudiu a cabeça, agora já foi. Não deixou de se sentir especial por terem reparado em seu sorriso, ou elogiado ele. Bebeu o café pelo furinho da tampa, que era feita para isso. O gosto amargo estava exatamente como amava, forte, mas moderado e balanceado com leite, o sabor de avelã e chocolate também era bem presente, cremoso. Dava pra ver que realmente se tratava de uma loja especialista em café, pois nunca provou nada igual.

Se surpreendeu sobre a tampa que era tão bem vedada, a ponto de não cair nem mesmo uma gota fora de sua boca. Mágico, diria. Fez uma nota mental: Lojas chiques são realmente... Chiques.

Estava precisando da bebida depois de um dia de trabalho. Olhou para trás novamente, querendo saber qual dos atendentes teria escrito a mensagem. Levantou e bebeu os últimos goles, em direção ao balcão novamente.
Estava um pouco nervoso, mas esboçou o sorriso mais gentil que conseguia dar.

— Com licença, poderia me dizer quem anotou o meu nome?

O homem barbado que ali estava pensou um pouco, pondo a mão no queixo, teatralmente, aquele homem era um pouco engraçado.

— É que eu queria agradecer pela mensagem que a pessoa colocou.

O barista robusto e deveras atraente foi para dentro sem dizer uma palavra, apesar de ter dado um sorriso bastante afetuoso, ele parecia legal. Então, quem voltou foi uma mulher alta, mas nem tanto, com o cabelo castanho e curto e avental marrom claro, do estabelecimento. Sorriu de novo quando a viu. Ela retribuiu a expressão aberta e desamarrou o avental, pondo-o em um gancho perto da porta da cozinha, mas que o outro não viu, pois era a parte escondida do lugar.

— Romero, vou tirar a minha pausa agora, me dá um Frappuccino Mocha! — disse ela para o homem que se encontrava na cozinha.

Sawamura riu gentilmente pela consideração da outra em tirar uma pausa apenas para falar com ele.

— Michimiya, há quanto tempo!

A mulher ergueu a mão, ainda parecia estar falando com o colega de trabalho, Daichi se sentiu levemente envergonhado, mas respeitou o tempo da outra. Estava mais que na cara que ele gostava dela, mas não sabia como demonstrar e nem como agir de forma satisfatória.

— Pode tirar da comissão, hoje é um dia especial — completou ela para Romero, o homem na cozinha.

O moreno, pelo visto, ignorou a parte do dia especial.

— Não, não precisa, eu pago para você — foi o que disse à outra.

— Dividimos, então?

— Justo.

Sawamura abriu a carteira para tirar metade do valor, Michimiya soltou um breve som de surpresa por conta de um determinado objeto vermelho, o que o fez olhar para ela. Apontou.

— O amuleto, Daichi, daquela época!

O moreno corou e abriu um outro sorriso largo, um dos favoritos dela.

— Eu guardei, olho pra ele todo dia, me traz sorte e me protege, me lembra dos dias bons da Karasuno — disse, leve e um tanto nostálgico, e depois entregou algumas notas para ela.

— Bons tempos — pegou as notas e foi ao balcão, pôr o dinheiro na caixa organizadora do balcão — Tem metade do valor aqui no caixa, o resto você pega da comissão?

— Pego sim! — falou a voz grave, então em seguida, voltou com o copo de vidro com a bebida um tanto marrom que estava finalizado com chantilly e calda de brigadeiro, havia granulado de chocolate ao leite belga, parecia bom.

O homem alto deu a bebida à colega de trabalho.

— Sawamura Daichi, sou amigo de escola da Michimiya — estendeu a mão de forma amigável.

— Nicollas Romero — apertou a mão alheia, com um sorriso largo e divertido — Conheci a Michimiya aqui mesmo, no trabalho.

Sentaram-se.

— Você não mudou nada, talvez só o cabelo — disse, tirando seu canudo metálico do bolso e desembalando-o.

— Gostou? Preciso cortar, na verdade.

— Não, está ótimo — pôs o canudo dentro do copo e bebeu um gole da mistura — Quer provar? Você pagou metade, nada mais justo.

Ela deslizou o copo na mesa até ele.

O mais alto levantou o canudo levemente para o canto e bebeu do copo. De fato saboroso, não costumava consumir café gelado, e nem tão doce, mas era de muito bom gosto. Quando se afastou, viu Yui rir e corou com uma certa vergonha, tentando pôr a língua para fora para limpar o resquício da bebida que formara um bigode em si.

— Você não existe, Daichi

— Ora, mas eu existo, juro que não sou nenhuma miragem — disse, divertido, enquanto pegava o guardanapo.

Estava feliz por fazê-la rir. Conversaram sobre o passado e como cresceram, o que faziam agora e afins. Sawamura queria muito dizer como ela estava linda, como estava atraído, como poderia ficar naquele estabelecimento por horas para vê-la sorrir. Mas era tímido para declarações, embora fosse desinibido para muitas coisas em sua vida.

Infelizmente, sua pausa era apenas de uma hora, e o homem também precisaria ir em breve. O que Daichi usaria para uma boa despedida? Um aperto de mãos?

Ela se levantou para ir embora e parou para virar e dizer:

— Mas sim, você não vai pedir meu número?

— Você tem número?

Ela entortou uma das sobrancelhas para baixo, ela já esperava por isso.

— Claro que sim??

Ok, Daichi poderia ganhar o troféu para as piores respostas possíveis, definitivamente não era o homem de encontros ou conquistas. E talvez tenha ficado tão nervoso que só conseguiu destravar o celular e dar na mão dela. Pelo menos Michimiya era paciente.

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Olá amigos do watt! Chegamos ao fim de mais uma one e peço a vocês que votem e comentem no capítulo para que eu possa me incentivar e fazer mais ships pra vocês! O que acharam? 

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