Kyouhaba: Salada de Frango

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Kyoutani tinha acabado de chegar na casa de Yahaba Shigeru, seu atual namorado, odiava ter que ficar 5 minutos tentando abrir a porcaria da porta da frente, já que ainda não conhecia direito qual chave abriria o quê.

Bateu a porta quando entrou.

Shigeru até soltaria o velho "Alguém tá irritado hoje, hm?", mas sentiu que não era raiva genuína dessa vez. Convivia com ele há nove anos, desde que ele entrou no time de vôlei da Aoba Johsai aos 16. Hoje tinham 25, era óbvio que o ex-levantador e capitão sabia de tudo sobre o seu ace.

Kyoutani bufou e sentou na cadeira da cozinha e jogou as duas sacolas na mesa. O moreno tranquilamente abria a geladeira ignorando o outro ali, procurando o arroz de brócolis que tinha feito pro almoço de hoje.

— Comprou a salada de frango? — foi o que disse.

O outro apoiou o queixo na mão, por cima da mesa, e então desviou o rosto. Yahaba sorriu.

— Ok, o que você comprou? — disse, abrindo as sacolas — Putz...

Rosnou de novo em resposta. Eram frango frito empanado, uma certa franquia vendia aos pedaços em uma embalagem de um mascote fofinho com o objetivo de atrair mais as crianças. E Kyoutani.

O mais alto era instrutor físico e constantemente tentava botar ordem no que Kentarou comia, pois este tinha um fraco absurdo para salgadinhos quando irritado e precisava manter a forma para continuar com um bom desempenho jogando pelos Sendai Frogs.

— Ok, vamos abrir uma exceção hoje — completou Yahaba, com aquele sorriso doce que o outro nem quis olhar, ainda estava emburrado.

O moreno não resistiria àquilo, tocou-lhe o rosto com carinho e Kentarou se afastou de imediato como se tivesse levado um choque. É mesmo, o mais alto havia esquecido disso. Para acalmá-lo, sorriu e manteve a mão no mesmo lugar.

Demorou, mas ele inclinou o rosto para a mão alheia, pedindo o toque novamente. Por algum motivo, Kyoutani não se dá tão bem com o contato físico que ele não instigou, claro que Yahaba respeitava o espaço dele, sempre se aproximando e esperando que o outro realizasse o toque.

Essa relação já foi muito difícil de lidar, após os terceiranistas saírem da Aoba Johsai, Yahaba tornou-se capitão do time de vôlei e o loiro era seu ace. E a relação que já era conturbada, ficou pior.

O moreno tinha suas próprias preocupações para lidar com o time. Perderam todos os amistosos daquele mês e a pressão em sua cabeça era descomunal. Mas se ele estava assim, Kyoutani conseguia ser pior, ele estava afogado em fúria e frustração, descontava nos novatos e em certos jogos ele era o pilar que precisavam para o time inteiro ir abaixo.

Shigeru que sempre foi de controlá-lo, dessa vez não conseguia, pois tinha suas próprias frustrações também. Muito menos tinha tato para falar com ele.

Certo dia, tocou-lhe o ombro com a pouca paciência e estabilidade que restava. E não sabia nada sobre Kentarou odiar ser tocado. Claro que ele levou tudo como uma grande ameaça. E naquele dia tudo desmoronou. Gritou com ele, o xingou de vários nomes, quase saíram no soco. E a contrária era verdadeira.

Kyoutani nunca tinha visto o moreno tão quebrado por dentro, ao vê-lo derramar lágrimas de angústia foi que percebeu tudo o que aquele novo capitão sentia. O peso e culpa por não ser tão bom quanto o capitão anterior.

— Você não precisa ser igual ao Oikawa. — foi o que conseguiu dizer.

Então Shigeru o abraçou forte para desabar em lágrimas. Naquela hora o mais baixo precisou de todo o autocontrole que não tinha para não se afastar, tamanho era o desconforto. Mas aguentava aquele toque por ele.

Eles tentavam mais que tudo consertar a relação que tinham pelo bem do time. Eventualmente o moreno notou que o outro odiava ser tocado uma vez que na tentativa de segurar a mão alheia, Kyoutani respondera com agressividade. Então parou, ficou muito mais fácil lidar com ele depois que percebeu.

No presente, Kentarou deslizava seu rosto na mão alheia, como um cachorro ou um gato pedindo carinho. As coisas eram lentas e Yahaba aproveitava cada segundo. Aproximou seus rostos e fechou os olhos, então esperando qualquer resposta.

A respiração dos dois se misturavam e os deixavam nervosos, mesmo depois de anos juntos, ainda era único. Mas o movimento do loiro logo veio, o tocar dos lábios sempre seria a mais pura prova do amor dos dois, dentre todas as brigas e desentendimentos no passado. Era só eles ali. E se amavam muito.

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