Tsukkiyama: Notas e fones (parte 3)

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Deve ter passado aproximadamente um mês e Yamaguchi nunca trabalhou tanto na sua vida, agora fazia apresentações até em ônibus se fosse necessário, e começou a vender balinhas, roupas, e qualquer coisa que desse pra vender. Naquele dia em específico, estava cansado e conversava numa mesa na praça da faculdade com Hinata e Yachi, Kenma os acompanhava também, mas ocupado demais jogando um jogo de PSP ao lado de Shouyou.

— E aí grupinho? Vamo' jogar? — Kuroo se aproximou, jogando a bola na direção deles, só não tava esperando que acertaria a cara de Hinata.

Tsukishima tinha acabado de passar perto e segurou com dificuldade o seu senso de humor ácido. Todos estavam preocupados com o ruivo ao som da risada aberta de Tadashi, que putz, era lindo demais para o rapaz alto não se aproximar do grupo.

— Eu achava que você era um anjo, Yamaguchi — Tetsurou ironizou depois de checar que o tampinha estava bem.

— Que nada, esse aí é a própria naja — disse Yachi.

Foi quando Tsukki envolveu o pescoço do homem de sardas e apoiou o joelho no banco para ficar mais baixo. Com o sorriso mais metido possível, falou:

— Ah é? Bom saber.

O calouro ficou vermelho na hora, não viu quando seu amado chegou.

— Bora logo — Kuroo continuou quando viu Bokuto acenar ao longe, que o chamava.

Quase todos se levantaram inclusive Kenma, que até então jogava e parou o game para seguir o moreno mais alto para o bloco onde jogavam vôlei. Quase todos exceto Yama, que disse que não ia.

— Você pode ficar só olhando, que nem eu — Yachi comentou.

— Hoje não — continuou, e então a loira correu pra acompanhar todo mundo.

— Vamos logo, Kei — Kuroo chamou ao longe, mas ao notar que só Tadashi iria ficar, o maior também negou.

— Qual é cara, com medo de perder pra mim? — provocou.

— Igual naquela vez que eu bloqueei você?

— Ei, eu deixei! — E assim Kuroo foi embora e o esverdeado ria da situação.

Só agora que Tsukishima percebeu que ainda estava em pé com o joelho do lado do quadril do outro e seu braço ainda envolvendo seu pescoço, mas não saiu da posição. O mais baixo virou seu rosto a fim de encarar os olhos dourados, não falaram nada por um tempo, aproveitando da companhia do outro, do cheiro, da energia boa que transmitiam um ao outro. Então o moreno encostou os lábios no dele, sem se preocupar com quem tivesse olhando dessa vez. Foi rápido, mas nada podia transmitir mais o sentimento dos dois do que aquele selar profundo, que ao separar apenas deixou o bater desenfreado dos dois corações ali.

O loiro sentiu uma garrafa bater em seu peito e olhou pra ela, confuso.

— Enche pra mim — Tadashi curvou a boca pra cima fofamente num sorriso que realçou suas bochechas sardentas.

— Tenho cara de escravo? — arqueou uma sobrancelha.

— Por favor — fez um biquinho adorável — Eu vou cantar.

Kei rolou os olhos, mas não tinha como resistir àqueles olhos pedintes, à voz arrastada e às bochechas infladas do menor. Se conseguisse, seria declarado sem coração pelo resto da vida. Pegou a garrafa fingindo raiva, estalando a língua.

— Obrigado, Tsukki! Você é tudo — falou, felizinho por ter obtido o que queria.

Céus, eu sou otário por ele, pensou.

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