CAPÍTULO 10 - A primeira vez

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Com o fim da festa se aproximando, Ryan começou a juntar todos os copos plásticos e latas que estavam espalhados por todo o gramado enquanto eu o ajudava. Os demais convidados já se ajeitavam para dormir na sala ou ir embora para a própria casa. Jack, Spencer e Lilian dividiram um uber e foram embora há uns 30 ou 40 minutos. Alison iria para casa comigo, porém já estava há mais de uma hora enfiada em algum quarto com o Nathan e a cada segundo que passava, eu me arrependia mais de tê-la dito tudo o que disse horas atrás.

Porém, eu tenho total consciência de que o que eu fiz foi o correto. Não acho que Jack e Spencer estejam certos em tudo, mas tenho certeza de que eles estão certos na parte de que Nathan e Ali são um casal, eu e ela não. E por mais que ela insista em dizer que não sente nada por ele, no fundo tanto eu quanto ela sabemos que isso não passa de uma bela mentira.

A verdade é que Ali tem muitos defeitos, mas ela nunca soube fingir sentimento ou mentir tão descaradamente a ponto de dizer para alguém que o ama mesmo não sentindo isso. Não consigo dizer quão profundo é o sentimento dela por ele ou se é algo mais voltado para a amizade do que para o romance, mas consigo admitir que ela sente sim algo por ele e, talvez, num futuro não muito distante, eu é quem sobre.

– Você está tão calada que nem parece a mesma garota que feriu meu ego diversas vezes durante a noite. – Ryan disse, chamando minha atenção para ele e me despertando dos meus devaneios.

– Estava apenas pensando em como, na verdade, os homens são o sexo frágil. – Olho para ele e vejo o sorriso largo em seu rosto, de alguma forma ele sempre estava se divertindo com alguma coisa que eu ou qualquer outra pessoa fale e acho que admiro isso nele. – Você está igualzinho ao Jacob em Lua Nova.

– Uau! – Ele disse, rindo ainda mais e fazendo um sinal com as mãos como se estivesse rendido. – Essa eu quero ouvir, vai... Fala o porquê.

– Porque você está sem camisa desde a hora que cheguei e a temperatura máxima que fez foi 16ºC. – Explico e, ainda rindo, ele volta a jogar os copos e latas no saco de lixo. – Você não sente frio nunca?

– Tenho quase certeza de que em Lua Nova explica que lobisomens não sentem frio. – Ele entra na brincadeira e acaba me arrancando uma gargalhada. – Finalmente você realmente riu de algo que eu disse. Já estava me sentindo o cara mais sem graça do mundo.

– Você até que é ok. – Digo e ele dá um sorriso de lado, balançando a cabeça em negação. – Mudando de assunto, como você conhece o Nathan?

– Nate? – Ele pergunta e eu apenas respondo positivamente com a cabeça. – Quando eu tinha uns 15 anos, eu namorei uma prima dele. O relacionamento não deu certo, mas eu e ele acabamos nos tornando amigos e estamos aí até hoje. Já deve ter uns 3 anos ou mais.

– Ele namora Ali há um tempinho já e nunca conheci nenhum amigo dele. Fiquei surpresa quando soube que vocês dois se conheciam. – Digo e escuto ele sorrir de uma forma um tanto debochada, como se estivesse achando tudo aquilo uma grande ironia. – Que foi?

– Com todo respeito, mas sua amiga é doida, por isso vocês não conhecem a gente. – Ele fecha o último saco de lixo e deixa encostado numa parede lateral, voltando sua atenção toda para mim. – Todas as vezes que vocês tiveram algo e Nathan foi, ela sempre deixou claro para ele que não queria que ele levasse ninguém. Quando é ao contrário, ela custa a ir e quando vai, faz ele ir embora super cedo dizendo que tem que estudar ou algo do tipo. A verdade é que ela odeia o fato de ele ter amigos.

– Eu já sabia que ela não era muito fã de vocês, mas não sabia que ela o fazia ir embora junto também. – Digo enquanto voltamos a caminhar em direção a entrada da casa.

Imagine eu e vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora