Fallen Angel | Catradora

Esquecimento?

Anteriormente em "Fallen Angel"...

- Catra, não...

- Por favor, me deixa fazer isso... – sussurrou contra meus lábios.

Eu senti sua mão agarrar minha nuca, e a outra, repousar sobre minha cintura, em uma pegada que me tirou o fôlego. Eu não poderia negar, eu não queria negar, estava bêbada demais para lutar contra meu subconsciente que gritava para que eu me afastasse. Eu só deixei. E tão logo senti os lábios da mulher selarem os meus com vontade. Sua língua de forma habilidosa serpentou até a minha, fazendo-me degustar do sabor do champagne em sua boca, e que boca. Catra me colocou contra o batente, prendendo meu corpo contra o seu, enquanto sua boca me fazia perder o ar. Tinha a mesma intensidade de anos atrás, quando nos beijamos pela primeira vez. Eu levei as mãos até seu rosto, enquanto chupava sua língua devagar. Logo, senti os dentes de Catra puxarem meu lábio inferior, para em seguida, juntar sua língua com a minha outra vez. Estávamos entre suspiros, quase em súplicas silenciosas por mais, mas não poderíamos.

- Melhor a gente parar...  – sussurrei.

Ela se afastou devagar, sem tirar suas mãos de minha cintura.

- Tem razão, me desculpe. Eu só...

- Eu sei, eu sei. – interrompi ao me desvencilhar de seus braços, e encarar o mar novamente. Precisava de uma distância segura daquela mulher.

- Eu não quero que isso atrapalhe as coisas.

- Catra, só era pra ser uma trégua e...

- Pode ser algo mais, Adora. Você sabe que pode. Você sente que pode.

Ela deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós, mas eu recuei.

- Pode não dar certo. Eu sei o que sinto, e não vai ser fácil o seu trabalho.

- Sei que não, mas eu estaria disposta se quisesse. Se deixasse.

Desviei de seus olhos que me deixavam fraca. Eu não sabia o que estava acontecendo. De repente, toda barreira que construir para me proteger, simplesmente, sumiu. Deixando-me completamente desprotegida diante da mulher que um dia foi tudo pra mim.

- Eu preciso ir. – comentei rapidamente, em uma tentativa de encerrar aquela noite. – Estou cansada, e temos muito trabalho amanhã.

Catra suspirou, mas nada respondeu.

- Boa noite, Catra. – murmurei ao me afastar.

A mulher permaneceu parada no mesmo lugar. Eu precisei reunir forças para seguir, quando um lado meu me pedia para ficar, e deixar que ela tentasse. Mas eu sabia tudo havia passado por sua causa, e eu não tinha certeza se estava disposta à me permitir outra vez.

- Adora!

Eu já estava alguns metros longe, quando parei para encará-la. Naquele instante, eu vi a Catra de ensino médio, com a mesma expressão receosa, e o mesmo olhar esperançoso, enquanto parecia procurar as palavras certas a serem ditas.

- Diga.

Ela fechou os olhos brevemente, e respirou fundo, notava-se pelo movimento de seu peito.

- Eu só quero que saiba que ainda sou completamente apaixonada por você.

Adora Shera's Point of View

Eu não conseguia parar de pensar nas palavras de Catra. Talvez fosse a bebida, ou a empolgação do momento, mas naquele instante eu me sentia bem ao saber que ela ainda estava apaixonada por mim. Eu sabia que não devia, era um erro comigo mesma abaixar a guarda daquela forma, mas algo me impedia de tornar sua presença totalmente insignificante. Eu poderia brigar, implicar, e mesmo assim, isso ainda seria uma forma de ter o maximo de contato possível com aquela mulher.