13.

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Aquele com a aula inovadora

— O que você quer dizer? - tive vontade de falar.

Mas, em vez disso, apenas respondi com um sorriso.

Burra, burra, Daphne.

Não tirei esse pensamento da cabeça quando entrei em casa.

Mas que 0 raios ele queria dizer com aquilo?

Eu sou escritora, mas, por incrível que pareça, não é tão fácil ler os sentimentos de pessoas que não sejam meus personagens.

Fiz menção de continuar o caminho para o meu quarto quando avistei Liam em nosso sofá, aparentemente me esperando.

Ok, aquilo já estava começando a ficar estranho. 

— Oi, Daphne. Não queria te atrapalhar. Só
vim entregar os papéis que eu havia dito. – ele disse, me entregando uma pasta.

— Ah, claro! Eu vou ver a quantidade e te dou mais ou menos uma noção de quanto tempo vou levar. Era só isso?

— Só. Então... Boa noite.

— Boa noite... – disse, baixinho, vendo que ele mal tinha ficado para ouvir minha resposta.

Franzi o cenho com a situação e voltei a subir as escadas.

Joguei tudo em cima de minha mesa e deitei na cama, com as pernas cruzadas.

Abri o portfólio que Liam havia me entregado e analisei os documentos.

Peguei um lápis e comecei a fazer anotações e lembretes nos papéis.

Mas, caí no sono antes de terminar.

— Hoje, eu quero fazer algo com vocês para abrir essas cabecinhas. Com a permissão do Sr. Pevensie, óbvio. Vocês já pararam pra pensar com que frequência vocês veem o mundo de outra forma?

A maioria dos jovens fez um sinal negativo com a cabeça.

— Imaginei que essa seria a resposta.

Cruzei os braços e me encostei na mesa, encarando todos.

— E vocês já se perguntaram o motivo de nunca fazerem isso?

Mais sinais negativos.

— Bom, eu sinceramente estou decepcionada. Anos supervisionando vocês e pelo visto meus ensinamentos não serviram de nada. – disse, fingindo uma expressão preocupada.

Dei a volta até ficar atrás da mesa e indiquei Edmundo, que observava tudo sentado.

Ele levantou e me ofereceu a mão, me ajudando a subir na mesa.

Todos na sala arregalaram os olhos e me fitaram como se questionassem seriamente a minha sanidade.

Dei uma volta em cima da mesa, apreciando o local.

— Devo dizer: a vista é muito boa daqui.

Sorri para os demais enquanto apreciava a situação.

— E agora? O que impede vocês de fazerem isso? Hã?

Edmundo subiu e se juntou à mim.

Olhamos um para o outro por um tempo mais longo do que o necessário e desviamos.

— Agora é a vez de vocês. – Edmundo disse, já no chão.

Ele levantou os braços e indicou para que eu descesse.

Aceitei a ajuda, firmando suas mãos em minha cintura e pegando impulso na borda da mesa.

Bem, posso dizer que suas mãos ficaram lá por mais tempo do que o necessário também.

Corei quando percebi a situação e simplesmente fingi que não tinha visto nada.

Edmundo também não estava muito diferente.

Até que todos os alunos começaram a formar uma fila um tanto quanto desorganizadas atrás da mesa, ansiosos.

Charles Dalton foi o primeiro a fazê-lo, assim como nas outras aulas.

O garoto sorriu, enquanto dava uma voltinha.

Sorri para Edmundo, satisfeita.


— Devo dizer que foi um sucesso! – Edmundo disse, se aproximando com um prato de biscoitos.

— Obrigada, obrigada. Não queria tirar o seu brilho, óbvio.

— Que nada! Você deve mostrar o seu talento, já que obviamente o tem de sobra.

Sorri com o elogio.

— Quem diria que nós formaríamos essa dupla dinâmica, hm?

— Eu sempre acreditei no nosso potencial. E, sabe, se precisar de ajuda com o seu livro – ele disse, apontando para a máquina de escrever atrás de nós – eu estou aqui, você sabe, não é?

Sim, eu sabia. Mas não era tão fácil assim.

Apenas confirmei com a cabeça.

Apenas confirmei com a cabeça

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