Aquele com a aula inovadora
— O que você quer dizer? - tive vontade de falar.
Mas, em vez disso, apenas respondi com um sorriso.
Burra, burra, Daphne.
Não tirei esse pensamento da cabeça quando entrei em casa.
Mas que 0 raios ele queria dizer com aquilo?
Eu sou escritora, mas, por incrível que pareça, não é tão fácil ler os sentimentos de pessoas que não sejam meus personagens.
Fiz menção de continuar o caminho para o meu quarto quando avistei Liam em nosso sofá, aparentemente me esperando.
Ok, aquilo já estava começando a ficar estranho.
— Oi, Daphne. Não queria te atrapalhar. Só
vim entregar os papéis que eu havia dito. – ele disse, me entregando uma pasta.— Ah, claro! Eu vou ver a quantidade e te dou mais ou menos uma noção de quanto tempo vou levar. Era só isso?
— Só. Então... Boa noite.
— Boa noite... – disse, baixinho, vendo que ele mal tinha ficado para ouvir minha resposta.
Franzi o cenho com a situação e voltei a subir as escadas.
Joguei tudo em cima de minha mesa e deitei na cama, com as pernas cruzadas.
Abri o portfólio que Liam havia me entregado e analisei os documentos.
Peguei um lápis e comecei a fazer anotações e lembretes nos papéis.
Mas, caí no sono antes de terminar.
— Hoje, eu quero fazer algo com vocês para abrir essas cabecinhas. Com a permissão do Sr. Pevensie, óbvio. Vocês já pararam pra pensar com que frequência vocês veem o mundo de outra forma?
A maioria dos jovens fez um sinal negativo com a cabeça.
— Imaginei que essa seria a resposta.
Cruzei os braços e me encostei na mesa, encarando todos.
— E vocês já se perguntaram o motivo de nunca fazerem isso?
Mais sinais negativos.
— Bom, eu sinceramente estou decepcionada. Anos supervisionando vocês e pelo visto meus ensinamentos não serviram de nada. – disse, fingindo uma expressão preocupada.
Dei a volta até ficar atrás da mesa e indiquei Edmundo, que observava tudo sentado.
Ele levantou e me ofereceu a mão, me ajudando a subir na mesa.
Todos na sala arregalaram os olhos e me fitaram como se questionassem seriamente a minha sanidade.
Dei uma volta em cima da mesa, apreciando o local.
— Devo dizer: a vista é muito boa daqui.
Sorri para os demais enquanto apreciava a situação.
— E agora? O que impede vocês de fazerem isso? Hã?
Edmundo subiu e se juntou à mim.
Olhamos um para o outro por um tempo mais longo do que o necessário e desviamos.
— Agora é a vez de vocês. – Edmundo disse, já no chão.
Ele levantou os braços e indicou para que eu descesse.
Aceitei a ajuda, firmando suas mãos em minha cintura e pegando impulso na borda da mesa.
Bem, posso dizer que suas mãos ficaram lá por mais tempo do que o necessário também.
Corei quando percebi a situação e simplesmente fingi que não tinha visto nada.
Edmundo também não estava muito diferente.
Até que todos os alunos começaram a formar uma fila um tanto quanto desorganizadas atrás da mesa, ansiosos.
Charles Dalton foi o primeiro a fazê-lo, assim como nas outras aulas.
O garoto sorriu, enquanto dava uma voltinha.
Sorri para Edmundo, satisfeita.
— Devo dizer que foi um sucesso! – Edmundo disse, se aproximando com um prato de biscoitos.
— Obrigada, obrigada. Não queria tirar o seu brilho, óbvio.
— Que nada! Você deve mostrar o seu talento, já que obviamente o tem de sobra.
Sorri com o elogio.
— Quem diria que nós formaríamos essa dupla dinâmica, hm?
— Eu sempre acreditei no nosso potencial. E, sabe, se precisar de ajuda com o seu livro – ele disse, apontando para a máquina de escrever atrás de nós – eu estou aqui, você sabe, não é?
Sim, eu sabia. Mas não era tão fácil assim.
Apenas confirmei com a cabeça.
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moonlight sunrise | edmund pevensie ✔️
Romanceedmundo pevensie x oc Daphne, uma escritora com bloqueio criativo, finalmente encontra a inspiração de que precisava para continuar a sua história ao conhecer Edmundo, um professor charmoso que faz seu mundo ser abalado positivamente. Entre coraçõe...