18.

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Aquele do comportamento estranho de Liam

Arrumei a roupa em cima da cama e observei que eu realmente havia feito uma boa escolha dessa vez.

Me peguei pensando - provavelmente pela milésima vez naquele dia - no que eu havia dito a Edmundo.

Sim, nós éramos amigos, mas o que me impedia de acreditar naquilo?

Meu Deus, Daphne, se recompõe!

Meus pensamentos foram interrompidos por batidas na porta. Um Liam inseguro me aguardava atrás dela.

— Ah, oi, Liam! Tudo bem? - perguntei, animada.

— Tudo, sim. - respondeu, cabisbaixo. - Eu só vim para te entregar o meu cheque mesmo. Não deixaria de ajudar a Sra. Weems esse ano.

Então retirou do bolso do casaco um envelope marrom lacrado com a marca da família.

— Ah, certo. Mas você vai, não é?

— Talvez eu apareça por lá. - concluiu, girando rapidamente em seus calcanhares e indo embora.

Fiquei paralisada e com a boca aberta, tentando soltar algum som. O que havia sido aquilo?

Murmurei algo desconexo antes de fechar a porta de meu quarto novamente.

Liam andava estranho nos últimos dias e eu não sabia o motivo.

Ou talvez eu soubesse e na verdade estava tentando enganar a mim mesma.

Observei o envelope cuidadosamente manuseado e bem cuidado. Meus olhos se direcionaram para o remetente e soltei um suspiro. Liam jamais deixaria o baile passar em branco. Em um dos anos, ele fez uma doação à distância por não poder estar presente. Mas, jamais me entregara o envelope sendo que ele próprio poderia entregá-lo à Sra. Weems.

Deixei-o sobre a mesa e voltei a finalizar minha roupa.

Trancei a fita que segurava a parte do busto e deixei meu vestido pendurado sobre minha cama.

Desci as escadas para terminar de preparar os doces e encontrei Louise lendo na mesa de jantar, coisa que vem se tornando frequente nas últimas semanas.

— Oi, Daph! Eu posso te ajudar com os doces? Por favorzinho! - ela disse, juntando as mãos, fingindo estar implorando.

— Ok, só por favor, não come metade deles. - eu disse, rindo.

Ela abanou a mão na minha direção, como se aquilo não fosse motivo para me preocupar. Porém, seu histórico na cozinha dizia o contrário.

Eu não era lá uma revelação culinária, mas Larissa sempre contava comigo quando o assunto era comida.

Ai meu Deus, comida!

Corri em direção à porta de casa e saltei em minha bicicleta.

Dei um pequeno tchauzinho para Catherine e Dickon, que passeavam calmamente ao redor do bairro.

Os dois me fitaram com um olhar assustado, provavelmente pelo fato de eu estar saindo apressadamente com a minha bicicleta.

Subi correndo o lance de escadas e bati no apartamento 221b.

Esperei pacientemente alguém se manifestar do lado de dentro e soltei um suspiro de alívio quando vi Edmundo abrir a porta.

Seu cabelo estava bagunçado e alguns botões da camisa de seu pijama estavam abertos.

Corei com a visão.

— Oi, Edmundo! Eu sinto muito vir aqui te perturbar a essa hora da manhã, mas eu preciso de ajuda.

moonlight sunrise | edmund pevensie ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora