14. Dias de Luta

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Maio de 1821 – Grécia – Trípoli

Acordei com o barulho de um ronco baixinho, olhei para o lado e lá estava ele. Dormindo tranquilo, sentado na poltrona. Esse homem era lindo de qualquer jeito. Os raios de sol que entravam pelas frestas da janela clareavam os dourados dos seus cabelos. Me sentei na cama tentando ajeitar meus cabelos...

Kaliméra Koúkla mou, koimíthikes kalá (bom dia minha Boneca, dormiu bem)?

— Bom dia, Baby. Dormi sim e você? — falei me espreguiçando.

— Ao seu lado eu sempre durmo bem.

— Porque você dormiu aqui? Desconfortável na poltrona.

— Quero passar o tempo que eu tiver ao seu lado, moça.

Eu suspirei, era muito gostoso ouvir isso de manhã. De repente a porta se abriu...

— Eu sabia, Dimi! Que você estaria com essa xéno (estrangeira)!

— Chrisoula! O que você faz aqui! — disse Dimitri se levantando da poltrona.

— Vim ver com os meus próprios olhos essa indecência! —respondeu ela nervosa.

Ela estava nitidamente com raiva, e com os olhos azuis decepcionados. Estava bem vestida com um vestido azul claro, os cabelos loiros presos em um penteado. Por ser baixinha, ela parecia muito a boneca Polly Pocket.

— Como você me achou aqui? — perguntou Dimitri.

— Eu fiquei andando pela rua e vi seu primo Alekos e o segui com um cavalo! Você não apareceu para me ver ontem, eu fiquei preocupada!

— Eu sinto muito. Só que estou cuidando da Agnes, ela está ferida, levou um tiro...

— Levou um tiro porque só sabe se meter em confusões para você ficar perto dela e ajudá-la! — disse ela olhando para Dimitri.

Me ajeitei na cama incomodada.

— Pomposa, eu não vou brigar com você por causa de homem! Saia agora do meu quarto!

Se ela acha que eu vou perder o controle, ela está muito enganada!

— Eu vim aqui para deixar bem claro que ele é meu! Você perdeu essa xéno! Para de dar em cima do meu homem!

— Agora só me faltava essa! — falei rindo de nervoso.

Ela veio para cima de mim e Dimitri a segurou.

— Calma, Chrisoula! Vou levá-la de volta para junto do seu pai.

— Pode soltá-la. — falei me levantando da cama. — Só um braço meu está imobilizado, mas o outro está muito bom para te dar uma surra!

Tasos entrou no quarto e veio em minha direção.

— Calma meninas, eu adoro ver mulheres brigando, mas não assim vestidas. — disse ele me segurando pela cintura.

— Você tem que entender de uma vez xéno, que ele está comprometido comigo! Deixe-o em paz!

— Pergunte para ele, porque está sempre comigo e não com você!

— Ele está sempre com você porque você é uma mulher sozinha! Sem família! Ele tem pena de você!

— Eu que tenho pena de você, Pomposa! Você precisou armar para cima de um enfermo para fazê-lo se comprometer com você!

— Parem vocês duas! — disse Dimitri.

— É isso que o Dimi te fala! Porque eu me lembro muito bem daquele momento, e a noite de amor incrível que tivemos!

Koúkla Mou - Livro 4 - Encontros e DesencontrosOnde histórias criam vida. Descubra agora