16. Parga

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Junho de 1821 – Grécia – Parga

Paramos em frente a uma casa branca enorme, que ficava de frente para o mar com água azul cristalina, com vários barcos ancorados. A rua era movimentada, e todas as casas tinham cores alegres. Tudo tão lindo em perfeita harmonia combinando com o dia maravilhoso de sol que fazia. Que vontade de colocar um biquíni e sair nadando.

— Tatá, você tem algum aviso sobre seus tios? — perguntei.

— Só não chame nossa Tia Vanda de senhora. Ela não gosta.

Tasos me ajudou a descer da carroça e Dimitri bateu na porta, não demorou muito e uma mulher alta, forte, cabelos negros presos em um penteado, muito bonita e com o porte dos Kardakos, abriu a porta. Seus olhos azuis transmitem tranquilidade e carinho.

— Meu Deus! Que alegria! — disse ela com um sorriso enorme no rosto, abrindo os braços.

— Oi minha Tia, como você está? — falou Dimitri dando um beijo nela e um abraço carinhoso.

— Ah, meu querido, que saudades. Sua Tia está bem como você pode ver, e você como tem passado?

— Também estou bem, Tia. Você não mudou nada, está sempre bela.

Ela deu uma batidinha no braço dele, e colocou o cabelo atrás da orelha, toda delicada.

— Minha Tia. — disse Tasos a abraçando e a erguendo. — Você não envelhece nunca.

Ela o abraçou de volta. Dava para ver o quanto ela estava feliz em revê-los.

— Você e essa sua lábia. Como vocês podem ficar tanto tempo sem vir aqui!

— Tia, me deixe apresentá-la. Essa é a Senhorita Agnes Montgomery, minha protegida.

— Muito prazer, Dona Vanda. — falei lhe cumprimentando com um beijo no rosto.

— O prazer é todo meu, querida. Já ouvimos falar muito da Senhorita. — disse amável, passando a mão em meu rosto.

— E essa a Chrisoula Kouklakis...

— Eu sou a noiva dele muito prazer. — disse a Pomposa estendendo a mão.

— Oh, você está noivo, querido, que alegria. O prazer é todo meu, Senhorita. — disse a Tia apertando a mão dela. — Vamos entrar, vocês devem estar cansados e com fome.

Dois rapazes vieram para levar os cavalos e pegar as nossas coisas. Entramos na casa que parecia uma mansão. Era incrível a decoração, a arquitetura, os móveis, objetos, tapetes... era tudo de muito bom gosto.

— Minha Tia, e nosso tio onde está? — perguntou Tasos.

Páme Páme (vamos, vamos), ele está na sala.

Eu não conseguia parar de olhar cada detalhe, cada louça, cada quadro...

Den pistévo (não acredito)! — disse o Tio deles.

Ele tinha os cabelos negros grisalhos, olhos castanhos atentos, a barba grande e muito bem feita, charmoso e bem vestido. Estava lendo o jornal e tomando um copo com uísque. Se levantou da poltrona com um enorme sorriso.

Os rapazes o abraçaram e beijaram. Tia Vanda se juntou a eles e a alegria estava completa. Ver uma família assim tão unida, que todos se davam bem, enchia meu coração de amor. Sequei algumas lágrimas.

— Meu Tio, essa é Chrisoula Kouklakis.

— Sou a noiva de Dimitri. Muito prazer senhor.

— O prazer é todo meu, Senhorita Kouklakis. — disse ele beijando a mão dela. — Que boa notícia, temos que comemorar o noivado dos dois.

Koúkla Mou - Livro 4 - Encontros e DesencontrosOnde histórias criam vida. Descubra agora