— Aqui, Lila. — foi a primeira coisa que os Tavares ouviram quando entraram no camarim encontrando as donos dele, e Zé Neto e Cristiano lá, além dos integrantes da equipe das Patroas.
— Brigada, Isa. — Marília falou aceitando o copo que lhe foi estendido. Apesar de ter tentado manter o olhar fixo na melhor amiga, não conseguiu evitar o encontro de seu olhar com o do barbudo, foi quase como um ímã que atraiu um ao outro.
— E pra mim? Não tem, não? — era fácil notar que a pergunta foi feita de forma brincalhona, que Maiara estava "pisando em ovos" pra falar com Maraisa.
— Toma. — a morena estendeu o próprio copo em direção a irmã.
— Mas e você?
— Perdi a vontade de beber. — ela deu de ombros e falou simplesmente.
— Qual é, metade?
— Quando você entender tudo o que eu sinto e penso, vai ver que tudo o que eu tô tentando fazer é te proteger.
— Cês tão arrumados, hein. Rapaz! — dessa vez a pessoa a se manisfestar foi Zé Neto, pra quebrar o clima que se formava, seguido do companheiro.
— A gente vai ter um rodeio e eu nem sabia? O peão já tá até aqui. — os dois se aproximaram da outra dupla para os abraçar.
— É só o chapéu, cara. Minha roupa tá normal. — Henrique tirou o acessório da cabeça, na tentativa de impedir mais zoações.
— É, é sim. — Marília também se aproximou dos dois, na tentativa de unir todos numa só conversa e dissipar o clima que se formava mais uma vez entre as irmãs.
— Cê vai ficar me gastando também?
— A partir do dia que cê tentou fazer eu vestir uma blusa do Palmeiras e jugou eu usar o meu manto sagrado, você me deu margens pra te julgar.
— Cê humilhou todo mundo dessa sala, comparando a camisa do Verdão com a do Varmengo. — o mais velho dos amigos falou com um sorriso besta no rosto. Marília e Cristiano podiam até não ter o mesmo sangue, mas, definitivamente, eram irmãos. Se amavam de um jeito único, além do que poderiam explicar, mas o hobbie favorito dos dois era provocar um ao outro.
— Eu não me senti humilhado, não. Em 2021 Palmeiras perdeu o título pra quem mesmo? — João Gustavo se aproximou da irmã, passando um dos braços por seu ombro, a abraçando de lado.
— Pode falar a verdade, você é um corinthiano que quer ser flamenguista, não é não, Jão? — para Zé Neto, ver Maraisa interagindo com os amigos foi motivo pra ele sorrir e respirar aliviado, mas pra Maiara foi motivo para se sentir mal. Então o problema realmente era com ela? Maraisa ainda estava chateada com ela? Era o que a rua vá de perguntava.
— Aí você quebra a gente, Maraisa. Somo tudo corinthiano, pô. — ele comentou tentando evitar rir junto com todos, mas não conseguiu.
"Oi." Marília sussurrou pro melhor amigo a sua frente, com um pequeno sorriso no rosto.
"Oi." Ele devolveu a resposta, também com um sorriso no rosto, mas não tão intenso e brilhante quanto o da amiga.
Ele queria falar mais, queria se abrir, abraçar a loira e pôr pra fora tudo o que sentia. Mas não podia, não naquele momento, não naquela hora, não naquele lugar.
A loira deu passos em direção a Henrique, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ela foi barrada pelo "irmão".
— Cê não fala comigo, não? Desde quando eu perdi a sua preferência? — ele falou em um tom divertido, arrancando um sorriso da mais nova.
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Luz Negra - Disfarce 1
FanfictionQuando as luzes do palco se apagam, outras milhares se acendem na tentativa de iluminar as coisas que estavam, mesmo que um pouco, obscuras para os que estão do lado de fora do "backstage". Mas quando se quer evitar a invasão da luz, uma cortina de...