Capítulo 3

183 17 8
                                    

— Aqui, Lila. — foi a primeira coisa que os Tavares ouviram quando entraram no camarim encontrando as donos dele, e Zé Neto e Cristiano lá, além dos integrantes da equipe das Patroas.

— Brigada, Isa. — Marília falou aceitando o copo que lhe foi estendido. Apesar de ter tentado manter o olhar fixo na melhor amiga, não conseguiu evitar o encontro de seu olhar com o do barbudo, foi quase como um ímã que atraiu um ao outro.

— E pra mim? Não tem, não? — era fácil notar que a pergunta foi feita de forma brincalhona, que Maiara estava "pisando em ovos" pra falar com Maraisa.

— Toma. — a morena estendeu o próprio copo em direção a irmã.

— Mas e você?

— Perdi a vontade de beber. — ela deu de ombros e falou simplesmente.

— Qual é, metade?

— Quando você entender tudo o que eu sinto e penso, vai ver que tudo o que eu tô tentando fazer é te proteger. 

— Cês tão arrumados, hein. Rapaz! — dessa vez a pessoa a se manisfestar foi Zé Neto, pra quebrar o clima que se formava, seguido do companheiro.

— A gente vai ter um rodeio e eu nem sabia? O peão já tá até aqui. — os dois se aproximaram da outra dupla para os abraçar.

— É só o chapéu, cara. Minha roupa tá normal. — Henrique tirou o acessório da cabeça, na tentativa de impedir mais zoações.

— É, é sim. — Marília também se aproximou dos dois, na tentativa de unir todos numa só conversa e dissipar o clima que se formava mais uma vez entre as irmãs.

— Cê vai ficar me gastando também?

— A partir do dia que cê tentou fazer eu vestir uma blusa do Palmeiras e jugou eu usar o meu manto sagrado, você me deu margens pra te julgar.

— Cê humilhou todo mundo dessa sala, comparando a camisa do Verdão com a do Varmengo. — o mais velho dos amigos falou com um sorriso besta no rosto. Marília e Cristiano podiam até não ter o mesmo sangue, mas, definitivamente, eram irmãos. Se amavam de um jeito único, além do que poderiam explicar, mas o hobbie favorito dos dois era provocar um ao outro.

— Eu não me senti humilhado, não. Em 2021 Palmeiras perdeu o título pra quem mesmo? — João Gustavo se aproximou da irmã, passando um dos braços por seu ombro, a abraçando de lado.

— Pode falar a verdade, você é um corinthiano que quer ser flamenguista, não é não, Jão? — para Zé Neto, ver Maraisa interagindo com os amigos foi motivo pra ele sorrir e respirar aliviado, mas pra Maiara foi motivo para se sentir mal. Então o problema realmente era com ela? Maraisa ainda estava chateada com ela? Era o que a rua vá de perguntava.

— Aí você quebra a gente, Maraisa. Somo tudo corinthiano, pô. — ele comentou tentando evitar rir junto com todos, mas não conseguiu.

"Oi." Marília sussurrou pro melhor amigo a sua frente, com um pequeno sorriso no rosto.

"Oi." Ele devolveu a resposta, também com um sorriso no rosto, mas não tão intenso e brilhante quanto o da amiga.

Ele queria falar mais, queria se abrir, abraçar a loira e pôr pra fora tudo o que sentia. Mas não podia, não naquele momento, não naquela hora, não naquele lugar.

A loira deu passos em direção a Henrique, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ela foi barrada pelo "irmão".

— Cê não fala comigo, não? Desde quando eu perdi a sua preferência? — ele falou em um tom divertido, arrancando um sorriso da mais nova.

Luz Negra - Disfarce 1Onde histórias criam vida. Descubra agora