Capítulo 4

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Fazendinha, a música mais que conhecida e que tinha um bilhão de visualizações na principal plataforma de vídeo, começou a tocar no avião em um volume relativamente baixo, mas que aumentava de forma gradativa.

O sorriso travesso estava na feição de João Gustavo e se alargou quando ele viu a irmã se remexer na poltrona do jatinho.

— Léo, abaixa o som da música... — a loira murmurou, enquanto tentava puxar mais a coberta sobre o corpo.

O volume foi aumentado quase até a capacidade máxima, fazendo Marília acordar quase num pulo por causa do susto.

— Que que cê tá fazendo?! — estalando a língua no céu da boca, ela negou com a cabeça e cobriu o corpo inteiro com a coberta. — Palhaçada, eu cheia de sono aqui... Cê vai ver o que eu vou fazer quando você chegar cansado em casa!

— Eita que ela acordou de mal humor. — Maiara comentou rindo.

— Acho que não é mal humor, não. Isso aí é ressaca. — Maraisa comentou rindo, com a intenção de irritar mais ainda a melhor amiga. Tinham o costume de não dizer que estavam de ressaca pra provar que eram fortes pra bebida, o que era verdade até certo ponto.

— Poisé, né? E eu avisei. — o mais novo falou, sendo o estopim pra cantora desistir de continuar o sono, abrir os olhos e se endireitar na poltrona do avião

— Que aconteceu, gente? Cês querem falar comigo? Tô acordada, pronto.

— É que a gente já tá chegando, meu amor. — Gustavo começou, explicando. — Cê queria que a gente te abandonasse aqui? E o seu mais que amigo tá me enchendo de mensagem perguntando como que cê tá. — ele aproximou o rosto um pouco mais da irmã e abaixou o tom de voz, como se o que já era comentado por toda a internet ainda fosse um segredo. — Vem cá, que papo é esse de que a amizade tá mudando, que vocês são mais que amigos? Tá difícil abrir o Instagram e não ter alguém falando sobre vocês dois... Eu sei que vocês não tão junto, mas o que que ele quis dizer com isso, hein?

— Peraí que é muita coisa pra eu processar tão rápido... — tentando relembrar tudo o que o irmão disse, sua mente se atentou a uma coisa. — Como assim sabe que a gente não tá junto? Por que você pensaria isso? E cê tá falando de quem?

— Olha a fofoca. — João entendeu o celular em sua direção, mostrando a matéria que envolvia ela e o melhor amigo. Se certa forma, não foi uma surpresa ver o nome Leo Dias no topo da notícia.

Nem foi preciso ler muito do que estava escrito ali pra encontrar a citação de Henrique dizendo que a amizade dos dois estava sim mudando. Por mais que ela tentasse achar outros sentidos pro que o melhor amigo havia dito, pra ela, tava claro que foi exatamente isso o que eles queria: fazer com que pensassem que eles eram um casal.

— Eu vou matar o Henrique. — a frase saiu praticamente entre dentes. Os dois odiavam quando faziam aquelas perguntas a eles porque, geralmente, comprometia seus relacionamentos, então não fazia sentido a declaração de Henrique. Mesmo que ele estivesse tentando evitar mais daquelas especulações ou do que pudesse ter acontecido na noite passada.

— Mata ele depois de ligar pra ele e dizer que cê tá bem. — Gustavo pegou o próprio celular novamente e o guardou no bolso. — Ele já me encheu de mensagem pelo Instagram. Cê não devia ter feito ele baixar isso...

— Cê contou pra ele, Lila? — a pergunta veio de forma receosa e não só pelo tom de voz, mas também pelo conteúdo, todos ficaram em silêncio esperando a resposta, por mais que só os três soubessem do que Maiara falava.

— Não, eu... — a loira engoliu em seco. Sempre que tinha que falar uma mínima coisa sobre aquilo se sentia mal e completamente despreparada. — Eu não falei nada. E nem vou falar. Ele não precisa saber disso, esse final de semana ele já viu e ouviu coisas suficientes, não precisa saber de mais isso. — apertou is olhos quando lembrou que havia sido ele quem a pós para dormir depois de ter dito o que não devia, bêbada, e se puniu mentalmente. — Não quero que ninguém me julgue ou saiba o que aconteceu...

Luz Negra - Disfarce 1Onde histórias criam vida. Descubra agora