Depois de mais de uma semana morando na nova casa de mentira, enfim o casal iria ver como poderia ser a rotina deles em família, como seria ter três pequenos furações juntos e se dariam conta de tudo.
Henrique esperava que o primeiro afazer da tarde corresse bem e o "dia em família" começasse com pé direito. Os dois iriam buscar Léo na escolinha e, logo depois, ir até a casa de Amanda para pegar Helena e Miguel.
Quem diria que Léo não gostaria dele um dia.
Ricelly observou Marília e Léo andarem de mãos dadas até o carro. O garoto arrastava a mochilinha de rodinhas, enquanto falava de algo com a mãe.
Quando loira colocou o menino no banco de trás do carro e estava pronta pra fechar a porta, as pequenas mãozinhas a seguraram, impedindo que se afastasse.
— Mãe, você tá esquecendo do meu beijo! — Léo estendeu os braços de um jeito manhoso em direção a mãe.
— Own, meu Deus. Eu te dou um beijo, então. — ela envolveu o filho num abraço caloroso, beijando várias vezes sua cabeça, bagunçando seus cabelos, fazendo o menino rir.
— Pega ele, ué. Quando a gente chegar lá, os três vão aí atrás juntinhos.
— Tem certeza? Não quero que você seja multado por nenhum policial. — por mais válida que a preocupação de Marília fosse, não mudou o riso irônico que Henrique deu.
— Marília, eu tô dirigindo o carro mais caro da BMW no Brasil, te garanto que a última coisa que vão querer é me multar. Um suborno cai muito melhor. — dessa vez o sorriso irônico estava no rosto de Marília e ele sabia bem a possível coisa que sairia da sua boca. — Eu te amo, mas se você vir me atormentar com qualquer coisa ligada a política, eu vou dizer algo que o Léo não pode escutar. Já não basta o julgamento pelo Palmeiras.
— Tá bom. — ela disse erguendo as mãos, em sinal de rendição. — Vamo na frente com a mamãe?
— Eba! — o jeito animado que o menino estava pareceu ser propício pra Henrique tentar falar com ele.
— E aí, Léo? — o barbudo fechou o punho e estendeu em direção ao pequeno, quando Marília sentou no banco do carona com ele em seu colo.
Ele deu partida, segurando o volante com uma mão, esperando que o garoto correspondesse, mas Léo, por outro lado, cruzou os braços e fez um bico, não querendo nem olhar para o tio.
— Ei, ei, pode descruzar esses bracinhos e falar direito com seu tio. — ela tentou cutucar o braço do menino e desfazer a pose.
— Oi. — mesmo ainda sendo tão pequeno, o menino respondeu com um tom de secura inacreditável.
— Léo Dias Mendonça Huff... — antes que Marília pudesse terminar a advertência, o garoto se agarrou a mãe, como se não quisesse soltar nunca mais. — Desculpa, Rique. Ele só tá com ciúme.
— Não tô não! A mamãe é só minha e não é pra ficar com ciúme do que é nosso! — ele respondeu com convicção, deixando a mãe boquiaberta sem saber como reagir.
— Onde... Você...
— Caraca, o moleque é igualzinho você. — Henrique bateu a mão no volante, se acabando em risadas.
— Para, Rique. — Marília deu um tapa no braço de Henrique, tentando moderar a força. — Onde você aprendeu isso, filho?
— Com você.
— Nessa fase eles copiam tudo, amor. — o barbudo falou com ironia e forçando a voz em meio as risadas, recebendo outro tapa.
— Não atrapalhando, já ajuda muito, Henrique.
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Luz Negra - Disfarce 1
FanfictionQuando as luzes do palco se apagam, outras milhares se acendem na tentativa de iluminar as coisas que estavam, mesmo que um pouco, obscuras para os que estão do lado de fora do "backstage". Mas quando se quer evitar a invasão da luz, uma cortina de...