Prólogo

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Antônio

— Hoje é um dia muito especial para mim — começo, assim que chamo a atenção de todos. — Completo mais um ano de vida e não poderia estar mais feliz, estou na presença de amigos e tenho como namorada a mulher mais linda e durona de toda a delegacia. — Sorrio para ela e ela sorri de volta. — E por esta ser uma data tão especial, que eu queria fazer um pedido especial também.

Pego uma caixinha do meu bolso e me joelho diante dela, seus olhos se arregalam, como se não esperasse que eu fosse fazer isso e talvez eu realmente não devesse fazer, talvez eu só devesse deixa-la viver a vida com o homem que ela realmente ama, o pai dos seus filhos. Eu sei que entre nós dois não existe amor romântico, mas minha teimosia nos trouxe a esse momento.

Abro a caixinha de veludo revelando um lindo anel cravejado de diamantes.

— Verônica Maldonado, você aceita se casar comigo?

O silencio nos envolve, ela encara o anel e em seguida meus olhos e eu sei que estou cometendo o maior erro da minha vida, sei que esse não é caminho que eu deveria seguir, sei que não é isso que deveria acontecer para que eu pudesse consertar meu coração, mas as coisas saíram do controle e eu não consigo mais tomar as rédeas da minha vida.

— Verônica? — torno a perguntar.

— Desculpa, Antônio — fala e fecha a caixinha. — Não posso fazer isso com você, não posso fazer isso com a gente, não posso aceitar um pedido de casamento sabendo que não seremos felizes de verdade.

Engulo em seco.

É claro que ela não pode aceitar, onde eu estava com a cabeça quando pensei que ela diria sim para esse pedido?

Me coloco de pé e me aproximo dela.

Ela olha para as pessoas a nossa volta, todas esperando para saber o que vai acontecer em seguida.

— Tenho. Eu não posso destruir a minha felicidade. Mil desculpas por estar fazendo isso com você, mas eu não consigo.

Ela se vira para sair, mas seguro seu braço, trazendo-a de volta.

— Você é a mulher mais especial que eu tive o prazer de conhecer, Verônica, mais do que ninguém merece toda a felicidade do mundo. — Coloco a mão no bolso e entrego a chave do meu carro para ela. — Meu carro está mais fácil de sair do que o seu e o tanque está cheio. Acredito que sua felicidade esteja um pouco distante daqui.

Ela olha para a chave em sua mão e em seguida me abraça.

— Obrigada.

— Só quero sua felicidade, e se ela não for comigo, irei aceitar.

Beijo sua testa.

— Vai logo.

Observo a Verônica correr para fora da sala, indo de encontro ao único homem que tem seu coração verdadeiramente, enquanto eu continuo preso dentro da minha própria dor, incapaz de distinguir o que estou fazendo com a minha vida.

****

— Você ainda está aqui? — Olho para trás e vejo a Emilly se aproximar de mim.

Sorrio, um sorriso que foi incapaz de alcançar meus olhos. Levo o copo de uísque até os lábios e bebo de uma vez.

— Eu já deveria ter ido embora, mas estou aqui apenas afogando minha tristeza no álcool.

— Não sabia que você era tão apaixonado assim pela minha patroa — diz.

Viro meu rosto em sua direção, ela está observando a piscina, igual eu fazia antes de chegar.

— Eu não sou apaixonado por ela — falo e ela vira o rosto para me encarar.

Meu Delegado Envolvente - Livro 6Onde histórias criam vida. Descubra agora