Capítulo 15 - Emilly

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Eu acho que nunca me senti tão nas nuvens como agora! Quem diria que algum dia eu que estaria em algum tipo de "relacionamento" com Antonio? Ele tem sido um fofo comigo nos últimos dias. Manda-me mensagem e me liga, além de me levar e me buscar na faculdade todos os dias. Não que ele já não fizesse isso, mas agora está diferente, é como se tudo estivesse mais fluído e mais verdadeiro.

Eu não vou criar a ilusão de que Antônio está perdidamente apaixonado por mim, porque sei que ele não está e sei que, apesar de estarmos juntos, os sentimentos dele ainda são uma incógnita para nós dois. Porém, não deixo de ter esperança de que em algum momento ele vai se dar conta de que sou a mulher perfeita para a vida dele.

— Você está pensativa. — Ele diz e viro o rosto para encará-lo.

— Não estou pensando em nada importante, só analisando alguns fatos — digo.

— Que fatos? — pergunta.

— Às vezes parece que eu estou em um sonho, ainda mais quando se trata de nós dois — revelo.

Antônio olha de relance para mim e volta a focar no trânsito.

— Já te disse para parar de pensar assim — fala e eu sorrio.

— Impossível, são tantas diferenças entre nós dois!

— Que diferenças? — questiona.

— Você é viúvo, treze anos mais velho que eu, Delegado da Polícia Federal, e...

— Pois eu acho que nós temos mais em comum do que você imagina e não acredito que com dois anos de amizade você ainda pense assim!

— Você só conseguiu ver meus sentimentos por você quando eu os verbalizei — falo.

Antônio fica calado e, alguns minutos depois, estaciona o carro em frente a universidade e se vira para mim.

— Isso não significa que eu seja cego a ponto de não enxergar suas qualidades. Posso não ter tido a capacidade de ver que você era apaixonada por mim, mas sempre soube de todas as suas qualidades, Emilly. Só não me acho merecedor de ter você em minha vida.

— E eu já disse que você é merecedor sim! Você não acredita, mas eu vou provar que você é.

Ele se aproxima e beija minha testa.

— Você está atrasada, Emilly! — ele diz e eu assinto, suspirando em seguida.

Desço do carro e dou um tchauzinho para ele, me virando para entrar na universidade em seguida.

— Emilly! — Ouço o grito da Samira e me viro na direção, vendo minha amiga vir em minha direção.

— O que foi?

— Que cara é essa? — Ignora minha pergunta anterior e eu nego com a cabeça.

— Nada importante...

— Nada importante, não! Pode tratar de abrir o bico e falar.

— Eu sei que seria difícil fazer o Antônio se apaixonar por mim, mas conforme os dias passam, me pergunto se isso realmente vai acontecer algum dia.

— Não tem nem uma semana direito que vocês viraram um casal, Emilly! Dê um tempo para que ele assimile o que está sentido.

— Eu sei! Talvez eu esteja agindo precipitadamente, mas eu conheço o Antônio há dois anos, Sami. Sei exatamente o que ele pensa e o que ele sente.

— E o que ele pensa, Emilly?

— Ele não vai deixar se envolver de verdade com alguém enquanto não colocar o assassino da Helena na cadeia — falo, olhando para o nada.

Meu Delegado Envolvente - Livro 6Onde histórias criam vida. Descubra agora