Capítulo 13 - Emilly

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Olho para a Heloísa, que tem o olhar preso em Antônio e é nesse momento que entendo porque sempre tive a impressão de conhecê-la. Ela é idêntica à Helena e eu já vi várias fotos da Helena no apartamento do Antônio, em específico uma em que ela está vestida de noiva, no dia do casamento.

Olho mais uma vez para a Heloísa e acho escandalosa a semelhança entre ela e a Helena. Ok que são gêmeas, mas ela é a cópia idêntica da ex-mulher do Antônio.

— Tudo bem, Emilly? — Antônio me pergunta e assinto, me aproximando dele e me virando para a Heloísa.

— Fiquei surpresa por vocês se conhecerem, só isso! — falo.

— Eu não sabia que você estava trabalhando para a Heloísa. — Ele diz e volta a olhá-la. — Como você está, Heloísa?

— Bem, surpresa também. Na verdade, eu não imaginava que o motivo do seu sorriso o dia inteiro fosse o Antônio — diz e pisca.

Estranho a sua atitude. É quase como se ela estivesse magoada com a descoberta.

— Se eu soubesse que vocês se conheciam e que...

— Tudo bem, Emilly — diz, erguendo o braço. — Antônio merece ser feliz, mais do que qualquer pessoa que eu conheça. Se você é a pessoa certa para ele, só posso desejar felicidades para vocês dois. Até amanhã!

Ela se vira e nos deixa antes que eu possa dizer mais alguma coisa. Observo ela se afastar até sumir do nosso campo de visão e então me viro para o Antônio.

— Por isso eu sempre tive a impressão de já tê-la visto em algum lugar. Já vi Helena nas fotografias — falo e ele respira fundo.

— Heloísa sofre muito com a morte com da Helena, elas eram muito ligadas, Emilly. Eu não tinha muito contato com a Heloísa e quando a Helena faleceu, nosso contato diminuiu ainda mais. Fui descobrir que ela estava em São Paulo quando ela apareceu na delegacia.

— Ela foi à delegacia? — questiono surpresa.

— Sim, foi me entregar algumas coisas que poderiam ser úteis na procura do assassino da Helena.

— É incrível como elas são parecidas! — falo, ainda olhando o caminho que ela seguiu.

— Ela se tornou mais parecida depois da morte da irmã. Das duas, a Helena sempre foi mais séria, centrada e fechada. A Heloísa tinha uma personalidade um tanto peculiar e, apesar de ser uma excelente advogada criminal, era risonha, adorava se divertir e brincar com os outros. Essa personalidade sumiu depois que a Helena morreu.

— Ela devia amar muito a irmã! — comento.

— Ela amava. — Ele entrelaça a mão na minha. — É por esse motivo que nenhum de nós dois nos conformamos com a morte da Helena e muito menos com o fato do caso ter sido esquecido, igual vários outros.

Viro-me para e acaricio seu rosto.

— Vou ajudar vocês a acharem o assassino da Helena! — falo e ele sorri, beijando a palma da minha mão.

— Não quero que você se meta em confusão — diz e balanço a cabeça em negação.

— Não se preocupe comigo, não vou fazer nada que coloque minha segurança em risco.

— Vamos? Você não pode chegar atrasada na faculdade.

— Vamos lá, delegado!

Viramos-nos e caminhamos em direção ao seu carro, sorrindo um para o outro.

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— Então vocês estão juntos? — Samira pergunta e eu tomo um gole do meu café.

— Tecnicamente sim, mas não.

Meu Delegado Envolvente - Livro 6Onde histórias criam vida. Descubra agora