Capítulo 9 - Antônio

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Volto a analisar as fotos que Heloísa me entregou e minha mente tenta entender porque Helena nunca me falou do Afonso. Pelo que entendi, eles se relacionaram antes de nos conhecermos, pois depois que eu entrei na vida da Helena, eu não ouvi falar de nenhum cara com quem ela tenha se relacionado. Eu saberia se tivesse algum ex-namorado perturbando a paz dela, não saberia?

Respiro fundo e mexo nos cabelos. Quanto mais eu penso nisso, mais confuso eu fico, porque tudo que quero nesse exato momento é esclarecer as coisas, mas quanto mais eu busco alguma informação que me possa ser útil, mas perdido eu me sinto.

Meu celular começa a tocar e pego o aparelho imediatamente. Assim que vejo o nome da Emilly meu coração gela. Será que aconteceu algo? São quase duas da manhã.

— Emilly? Aconteceu algo? — pergunto, nervoso.

Está acordado a essa hora, delegado? — diz, com a voz arrastada. Franzo o cenho.

— Emilly, onde você está?

— Eu estou... Aí... meu pé! Eu estou... estou... saí com uns amigos — diz por fim.

— Emilly, você bebeu?

Um pouquinho de nada!

— Onde você está?

Levanto-me, pego a chave do carro e um casaco. Era só o que me faltava, a Emilly estar bêbada

Eu não preciso que você venha aqui — diz, com voz chorosa.

— Mas é claro que precisa. Onde você está? — Ouço um barulho mais alto e a Emilly resmungando de algo. — Emilly!

— Delegado, aqui é a Samira, amiga da Emilly. Nós estamos em uma boate que inaugurou hoje e vou te mandar a localização pelo celular da Emilly. Não sabia que ela era tão fraca para bebida.

— Certo, estou a caminho. Mantenha-a perto de você. Vou tentar chegar o mais rápido possível.

Ok! Obrigada.

A ligação é encerrada e deixo meu apartamento. Quando chego ao térreo a mensagem com a localização chega no meu celular, coloco o endereço no GPS e sigo para a boate que Emilly se encontra.

O local ainda está lotado. Deixo meu carro um pouco mais afastado e vou para o ambiente e, assim que chego à portaria, sou parado pelos seguranças.

— Não pode entrar mais ninguém, senhor — o mais forte deles diz.

— Eu só vim buscar uma pessoa — digo.

— Mesmo assim, senhor, não podemos liberar a entrada.

Respiro fundo. Odeio fazer esse tipo de coisa, mas infelizmente não posso deixar Emilly aí dentro sem ter noção do que está acontecendo.

Pego minha carteira e a abro, mostrando o distintivo para eles.

— Eu preciso pegar alguém aí dentro e, acredite, a última coisa que vou fazer será me divertir.

Os seguranças se entreolham e me dão passagem logo em seguida. A boate ainda está lotada e estou com dificuldade para enxergar por causa da iluminação. Pego meu celular, ligo para a Emilly e o celular chama umas cinco vezes até atender.

Delegado, já chegou?

— Sim, onde vocês estão?

Perto das mesas, lado direito do bar — diz.

— Estou chegando.

Encerro a chamada e guardo o telefone no bolso, indo para o local indicado. Rapidamente as encontro, pois as duas estão sentadas e Emilly está com a cabeça encostada na mesa.

Meu Delegado Envolvente - Livro 6Onde histórias criam vida. Descubra agora