Capítulo 12 - Emilly

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Parece que eu estou em um sonho e se eu tiver não quero acordar nunca.

Antônio estaciona o carro em frente ao meu prédio e me viro para ele. Essa poderia ser uma cena corriqueira como sempre, afinal, ele vive me deixando em casa.

— Obrigada! — falo e ele sorri.

— Está agradecendo exatamente pelo quê? Ter te resgatado bêbada, cuidado de você, ter te feito gozar ou ter trazido você em casa? — Dou um tapa em seu braço.

— Estou falando sério, Antônio.

— Eu não sei como as coisas vão seguir daqui pra frente, Emilly. Mas vou fazer o possível para ser o homem que você merece, independente de qualquer coisa.

— Eu sei que vai — falo e ele sorri, beijando minha testa em seguida e depois me dando um selinho.

— Bom trabalho, qualquer coisa me manda mensagem.

— Pode deixar, você também — diz e eu concordo.

Dou mais um selinho nele e desço do carro. Aceno mais uma vez para ele e entro no prédio.

Eu estou tão feliz que não consigo parar de sorrir nem por minuto e parece que meu coração vai explodir de tanta felicidade.

Entro no meu apartamento e me jogo no meu sofá, suspirando em seguida. Durante esses dois anos eu nunca imaginei que isso fosse acontecer, nunca imaginei que ele realmente pudesse me dar uma chance.

Parece que eu estou nas nuvens.

Antônio pode não estar apaixonado por mim, mas só pelo fato de ter admitido que quer estar comigo me deixa anestesiada. Minha meta agora é apenas uma: fazê-lo se apaixonar por mim.

***

O fim de semana passou voando. Infelizmente não consegui mais ver o Antônio depois de sábado. Eu tive que agilizar alguns trabalhos da faculdade, o que tomou meu fim de semana inteiro.

Ficamos apenas trocando mensagens nos momentos livres, o que não era muito, já que ele estava de plantão na delegacia também.

Uma coisa que sempre admirei no Antônio foi seu senso de justiça. Sei que hoje seu maior objetivo pessoal é achar o assassino da sua ex-mulher. Faz seis anos que ela foi assassinada e até hoje ele se sente culpado por não a ter protegido como deveria.

Eu não me importo com isso e sei que o Antônio teve uma vida antes de mim. Ele era casado, feliz e tinha a mulher da vida dele junto com ele e, pelo que já ouvi ele relatar, ela era perfeita, sempre esteve ao seu lado, apoiando e incentivando. Não quero tomar seu lugar, longe de mim, meu desejo não é substituir ninguém, tudo que eu quero é que ele se livre da culpa de nunca ter pego o assassino da Helena e que possa seguir com a vida dele em paz.

E se ele me escolher para estar com ele pelo resto da vida, serei a mulher mais feliz desse mundo.

— Você está bem sorridente, viu passarinho verde esse fim de semana? — Heloísa pergunta e eu acabo sorrindo ainda mais.

— Talvez...

— Pelo menos alguém precisa estar feliz dentro desse escritório! Mas me conte, foi o cara por quem você é apaixonada?

— Está tão na cara assim? — questiono e ela sorri.

Heloísa coloca o copo de café na minha frente e se senta.

— Você é bem transparente, Emilly. Impossível não conseguir ler o que está escrito em letras garrafais bem aí — diz e sorrio, timidamente.

— Parece um sonho! Ele disse que vamos tentar, sabe, mas só dele dizer isso já me sinto feliz.

Meu Delegado Envolvente - Livro 6Onde histórias criam vida. Descubra agora